terça-feira, 25 de janeiro de 2005

o "cancaro" e os primos "na" frança

O cancro é o novo "o meu primo na França". Praticamente toda a gente tem um ou conhece quem tenha.
Na geração anterior à nossa, os mais velhos diziam orgulhosos: "o meu primo lá da França...". Normalmente era taxista ou talhante. Mas lá as coisas não são nada como aqui. Lá trabalha-se. Vinham cá passar o Verão no Renault 12 comprado a prestações ou nas camionetas de 12 lugares que, normalmente, ficavam pelo caminho em acidentes brutais que incluíam garrafões de tinto e mulheres de bigode com o crânio esborrachado contra o pára-brisas. E a dentadura "que era nova e mal empregada" acabou esquecida presa no alcatrão duma localidade qualquer com nome de queijo.
Os primos "da" França cresceram. Tiveram filhos que não sabem falar português. Vivem em cidades-dormitório que correspondem cá a Odivelas ou Almada mas em que os pretos são monhés e o cheiro a catinga é suavizado para caril. E hoje já não é prestígio nenhum ter primos "na" França.
Hoje é o cancro. Toda a gente que importa conhece alguém que tenha cancro. Claro que o cancro não vem passar férias a Portugal em Renault 12. Muito menos tem acidentes na estrada. Limita a pegar-se pelo cu e a alojar-se no cólon. A meter-se no estômago desde que "eles" inventaram que agora se deve comer vegetais. Nos pulmões quando os lóbis dos chupa-chupas inventaram que fumar faz cancro. Eu cá só deixo de fumar quando ficar sem dedos para segurar o cigarro.

3 comentários:

Anónimo disse...

Esta merda é o maddox versão chunga-tuga?

juvenal, o anormal disse...

obrigado por me comparares ao maddox. é uma honra:)

Anónimo disse...

A minha mae é de tras os montes e quando iamos la de ferias apanhavamos sempre la os primos de fraça tinham sempre altos carrões. E a ideia com que ficavamos e que viviam altamente, com uma qualidade vida excelente. Era como ir trabalhar nas ferias pra paris e ainda ganhar potes de guita.
Até que um dia resolvemos ir passar ferias a paris. Pra já da catrefada de primos que tinhamos em frança nenhum vivia em paris, e so dois é que nos receberam em na sua casa pra jantar. O resto que vim a saber vivia em t0 e mal tinha dinheiro pra comer.