sábado, 29 de janeiro de 2005

o homem foi feito para guerrear

A costa dos murmúrios


As portuguesas e a gilette

Antes só se via pachacha nos filmes franceses. Mesmo antes de saber que Godard não era um creme para as varizes ou que o Lang era mais que um jogador do Sporting, já via filmes franceses, daqueles antigos, na esperança de vislumbrar um pachacha não-aparada. Era moda. Naquele tempo as pessoas morriam com os pêlos com que nasciam. Não havia Internet. As revistas eram difíceis de esconder. E muitas vezes, quando estas revistas eram dos avôs (plural de avô, e não avós), as páginas vinham coladas. Por isso, o único remédio para as crianças como eu, no início da atracção pachachial, era os filmes franceses. Franceses e pachacha, durante muito tempo, foram sinónimos.
Crescemos. E só até muito mais tarde é que percebemos que a pachacha não era apenas um monte de pêlos encaracolados e com mais volume que muitos novelos de lã, mas que havia lá uns bifes pendurados que eram realmente a “a cena”.
É “cool” para os vários artistas, quer de cinema quer de teatro, passarem a imagem de que estão à vontade com a nudez. Eu estou. E eu sou um artista, portanto sei do que falo. Gosto especialmente quando são gajas a despirem-se. E depois quando se deitam juntas e quando a probabilidade de 69 aumenta exponencialmente.
Quem ficou com uma mega-erecção com a cena seminal (<- vou usar esta palavra daqui para a frente em todas estas coisas) de fufice (vem de fufa) no “Mulholland Drive” (sou o único que escreve bem o nome deste filme. O truque é escrever Mul seguido de Holland, como no país) não ficará desapontado com esta. Está iminente desde certa altura que “as gajas vão-se comer”.
Isto é quase começar pelo fim. E já cá volto porque se há coisa que eu gosto é de gajas a comerem-se.

Filmes Tejo apresenta…
A costa dos múrmurios.
O grelo que foi comigo disse-me logo: “aposto que o filme deve ser ‘granda’ seca”. Eu cá disse (porque não me calha muitas vezes ir ao cinema com grelo e, como tal, convém agradar): “epá, ‘eles’ dizem bem”. A entidade “Eles” que faz e diz quase tudo. Um dos melhores exemplos da entidade aconteceu uma vez em casa da minha avó. Estávamos a almoçar (devia ser peixe espada grelhado - e como eu gosto de peixe espada grelhado!) e tínhamos sempre a “tuvisão” ligada nas notícias. A minha avó apanha apenas parte duma frase que falava do Casal Ventoso, referindo-se-lhe como “um supermercado de droga”. Vai daí comenta para a empregada: “está a ver? Está a ver? “Eles” agora até têm um supermercado onde vendem droga.”.

O resto do pessoal cortou-se porque “isso não passa de um filme de pretos com gajas com mamas tipo passas de uva”. Em parte é verdade. Tudo o que não é branco tem as mamas tipo passa de uva.
Como o filme tinha duas horas, fui mijar antes de começar porque os meus rins, como aliás tudo no meu belo corpo de princesa, funciona às maravilhas e já sei que me ia dar um mega-ataque de vontade de mijar caso não mijasse antes (a repetição é uma figura de estilo que, sorte das sortes, se chama repetição). Uma vez, num dos piores filmes que vi este ano – “Wanda” -, saí da sala quase sem sentir as pernas de tão cheia que tinha a bexiga.
Afinal era um filme como todos os outros filmes portugueses que um gajo pensa duas vezes antes de ir ver porque “é cinema português”. As interpretações, fora do leque de actores principais, cheiram a ranço. Os choros pelos mortos são inacreditavelmente maus. Não passam de guinchos repetitivos e sem sentido. Um pouco como a Diamanda Galás mas em preto.
Então aquilo é passado no fim da guerra colonial, em Moçambique, onde (e esses é que eram os tempos) as mulheres ficavam em casa a cozinhar e a manter as mamas firmes com soutiens daqueles em bico, enquanto os homens vão trabalhar – neste caso, rebentar pretos com AKs – e depois quando voltam, já foram encornados várias vezes e se tivessem o olfacto suficientemente apurado quase poderiam cheirar o esperma, ainda fresco, que pinga das ratas não lavadas das suas mulheres.
Todos os militares são versões mais novas do Ramalho Eanes. Óculos escuros tipo PSP e patilhame comprido. As gajas são loiraças sedentas de pau.
E lá vão eles para a guerra numa terra com nomes castiços como Mulamba, Cassimbaia ou Lélélé. As gajas dos gajos que foram para a guerra ficam em casa e visitam-se umas às outras (neste caso são só duas), bebem chá e laranjadas, passeiam-se com o “look” pachacha-filme-francês-que-falei-há-bocado e, nos intervalos, mandam quecas em tudo o que mexa e seja branco. Branco porque, como é do conhecimento geral, foram os pretos que inventaram a sida.
Menção especial para a participação do Blob – Outro tipo de terror – que aparece em cima de uma cama e come a Beatriz Batarda.
Depois de comer este, e não satisfeita, a puta (e basicamente todas as gajas são umas putas), ainda vai comer outro que também é jornalista como o Blob. E comem-se várias vezes. Depois é a vez dela (Beatriz Batarda – que diga-se é bastante comível) comer a mulher do outro que também é militar e a quem a gaja já encornou no passado. E este é o auge do filme. Qual “Mulholland Drive” qual quê. Qual Naomi Watts qual quê. Isto sim. É sensualidade ao melhor nível. A grande diferença é no volume de pintelheira. No cinema português, e penso que posso falar das mulheres portuguesas em geral – porque eu, como verdadeiro sex-symbol da juventude portuguesa, já comi um número de gajas estatisticamente suficiente para saber do que falo -, a pintelheira é um “deixa andar que amanhã rapo”. Epá, não falo daquele cinema mais antigo. Acredito que a Beatriz Costa tivesse quase um capachinho “lá” que se adequava perfeitamente à “almôndega” suada do Vasco Santana. Mas agora podiam ter mais cuidado. Eu sei que é um filme de época mas aposto que no “Joana d’Arc” a Milla Jovovich tinha, no mínimo, um moicano.
Os momentos mais hilariantes do filme são quando se vê um preto a varrer o chão a uma varanda que está quase a ser arrancada pelo vento e se vê o lixo a redemoinhar sem nunca tocar na vassoura que ele agita sem qualquer sentido e a chuva que, por algum motivo mágico, só cai por cima do objecto que está a ser filmado estando sol no resto do ecrã.
No fim acaba como se espera e não há grande coisa a dizer a não ser que, apesar de não ser um mau filme, é uma seca do caraças. E não é que a gaja que foi comigo gostou mesmo? “Ele” há coisas.



A costa dos murmúrios - :|


:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

2 comentários:

Ikkuna disse...

Holland... hummmm.. Netherlands

Anónimo disse...

todos e todas sao porcos