segunda-feira, 18 de setembro de 2006

tal cão, tal dono

Farta brutos


Isto de fazer crítica gastronómica não tem nada que saber. Até porque todos comemos e até se concorda quando “o comer” é mau ou é “munta” bom e um gajo enfarda até ficar mal disposto ou com vontade de cagar. Às vezes os dois.
A cena em si é usar determinadas palavras que fazem um gajo parecer perito em coisas de comer. Por exemplo: usar “desengraçado” para me referir à posta de peixe no meio do prato. Ou aguado, quando é arroz assim a boiar daquele que parece trinca. Pedir o peixe “escalado” também serve. Provar o vinho e dizer “sim, sim”. Para mim o vinho é vinho. Só sei distinguir a garrafa do copo. Pelo menos até ao 3º. Encruado ou falta de densidade também servem.
A única coisa que me interessa num restaurante é se há gajas ou não. E neste em particular não há gajas. Ou melhor, há mas daquelas que não contam. As empregadas que têm a idade do prédio do restaurante. Quarentonas daquelas que têm mais rugas do sol que uma tira de papel de alumínio depois de enrolar sandes. E brasileiras. Putedo do pior e do mais rasca. Eu até sou um gajo liberal. E um dia, quando for àquela cidades da Europa onde é tudo limpinho, até hei-de experimentar. Mas o que é rasco é rasco. E um gajo sabe que uma gaja é rasca quando tem as sobrancelhas mais grossas que os dedos da mão. Parece que agora até no Algarve há dessas cenas de putedo disfarçado. Um gajo vai lá e “diz que” fazem de tudo. Ora eu perguntei logo: “e 69 de mijo? Fazem?”. Para quem não percebeu, 69 de mijo é duas gajas a fazer 69 enquanto mijam uma na outra. Claro que não fazem. É como pedir um bife entre o médio e o mal passado. Ou um café 4/3 de curto. Um intermédio entre um café curto e um normal. “Queria uma italiana, se faz favor”. Pois quem não quer. Ou então o clássico: “queria? Mas já não quer?”.
A única vantagem de não haver gajas das que interessem é não ser preciso ter cuidado quando se faz fio. Eu, por algum azar genético, a cada 500 garfadas largo um fio de baba entre o garfo e o lábio inferior. Não é propositado mas só dou por ele quanto já tem os seus 20 centímetros de comprimento, reluz e difracta a luz em todo o seu espectro, qual arco-íris. Ainda é uma coisa que não sei disfarçar. Por exemplo, o tropeção na escada já sei. Um gajo falha um degrau e desequilibra-se e depois faz uma de duas coisas. A primeira pode ser olhar para trás, para o degrau ou para o sapato, naquela de “o que é que tenho nos pés?”. A segunda é subir o resto dos degraus mais rápido, em estilo desportivo. “Ia tropeçando neste mas agora ninguém me pára.”. Eu não. Eu quando isto me acontece, deito-me nos degraus e começo a fazer flexões de braços. Depois giro e faço abdominais.

Havia também miúdos. Daqueles que fazem muito barulho e nem deixam saborear a comida. Eu detesto crianças em geral. Em especial se fazem muito barulho. Um cão também não serve de nada, mas sabe ir cagar à rua e está calado quando é mandado.
O espaço é exíguo e a decoração minimalista. Na verdade nem é uma coisa nem outra. Ou talvez só a primeira, mas não tenho a certeza do que exíguo seja. Lá que soou muito bem, soou. Sempre quis dizer exíguo e nunca pude. Como em toda a minha vida só conheci uma pessoa que usasse a palavra istmo numa frase. E foi recente. De resto foi sempre na escola, uma professora que tive de geografia que gostava de dizer istmo. Nunca fui bom a geografia. Tinha boas notas a ciências e a tudo o que não fosse preciso decorar, que no fundo não é mais nada, mas assim parece que havia uma lista enorme de disciplinas a que eu era bom. E até era. Já impressionei umas tantas miúdas com frases ou decoradas ou adaptadas, mas fi-las sempre passar como originais. Mas elas normalmente não sabem porque são daquelas que não têm nada na cabeça. Eu nem sei as estações de metro da linha azul. Para mim, o Báltico bem que pode ser uma marca de sapatos.
Então havia jaquinzinhos. E se há coisa que eu gosto é de jaquinzinhos. Antes quem comia os jaquinzinhos eram os pobres, mas como havia tantos pobres os jaquinzinhos começaram a desaparecer e, segundo as leis do mercado, tornou-se comida de ricos. A economia não passa da 3ª Lei de Newton. E há cursos inteiros disto. O arroz era de tomate, como se manda. Esta última frase copiei de um gordo que escrevia na Visão cenas destas também. Mas estava aguado e os jaquinzinhos desengraçados. Vou sublinhar esta frase porque, no fundo, é tudo o que interessa. O resto é a verborreia do costume. Havia também doces e café. Mas eu não sou muito de doces. A não ser que seja pudim flan. O café tem de ser curto, apesar de, aqui, mais nada ser curto.

No fim, a desilusão. A minha segunda equipa do coração, o FC Copenhaga, não foi além de um empate a zero.


Farta brutos - :)

:O~ <- ao nível das cantinas em particular e da do Técnico em geral
:O <- cabelos na comida e sarro nos talheres
:| <- restaurantes Ana Malhoa - um gajo até lá vai, se não houver mais nada
:) <- restaurantes Alexandra Lencastre – um gajo, há uns anos, até lá ia e era bom – agora é mais o hábito
:D <- daqueles que um gajo pede o cartãozinho
:D~ <- comidinha da avó

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

terça-feira, 12 de setembro de 2006

r

Esta noite defrontaram-se as duas melhores equipas do mundo. Ganhou a melhor.

domingo, 10 de setembro de 2006

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

grandes questões do novo século

Será a paralisia facial considerada doping num "staring contest"?

sábado, 2 de setembro de 2006

1:24

As pessoas dividem-se entre as que acreditam que a película aderente rasga pelo picotado e as que usam papel de alumínio.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

boa publicidade

Procuro trabalho em publicidade, na área das panelas de pressão.

Deixo aqui um exemplo do meu trabalho:



"Panelas Camões. Panelas que não cedem a pressões."