quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

nothing else matters

A única vantagem da quimioterapia é não se ficar com o cabelo a cheirar a fritos.

a grande enciclopédia do conhecimento obsoleto

Estou a curar uma constipação apenas com o poder da mente e estou a ganhar.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

hell bent for leather

Sábado de tarde tive de decidir entre ir beber café com uma miúda e ver as "40 greatest metal songs ever", no VH1. Acertei nas três primeiras.

o abc do amor

"anônimo" says:
e eu n acredito assim tanto no amor
eu says:
isso do amor é para os paneleiros
"anônimo" says:
olha que os que conheço têm mais sexo que amor
"anônimo" says:
e mais q eu :/
eu says:
oh
"anônimo" says:
e n sejas assim, que tu tb gostavas
eu says:
mas os paneleiros nao têm paneleirices

domingo, 25 de fevereiro de 2007

what goes around, comes around

Eu pensava que já tinha visto de tudo até ver ontem um beto a dançar Arctic Monkeys. Só pensava "meu, Deus ainda te fulmina com um raio". Doze músicas depois, espalhou-se de cara num degrauzinho de madeira.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

mostly harmless



Tanta coisa para salvar uma rodela de chocolate com um furo no meio?

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

discos pedidos

Rocky Balboa – Rocky Balboa


D. Afonso I, D. João II, D. Sancho III, Rocky IV


O mundo divide-se em dois tipos de pessoas, os que são da cena rocky e os que não são da cena rocky. Eu sou da cena rocky. E só não tenho uma t-shirt porque nunca vi à venda.
Foi em 1985, nos extintos cinemas Alfa, que vi o Rocky IV, pela primeira vez. Tinha 8 anos. E não tive outro herói até aos 15, quando ouvi Megadeth e comprei umas calças elásticas e uns ténis Reebok na Praça de Espanha.
A ideia (de ver o filme, não de comprar umas calças elásticas na Praça de Espanha) foi do Gustavo que era meu vizinho e sabia tudo o que havia para saber sobre o Rocky. Era obra. Tendo em conta que o Al Gore ainda não tinha inventado a Internet. Em 1985 não havia muito para fazer. Jogávamos Spectrum e metíamos o transformador dentro do frigorífico quando era necessário que arrefecesse. As miúdas eram contagiosas e peganhentas, a música não passava dos Wham, do ultra-repetitivo “In the army now” dos Status Quo e dos Duran Duran no Top Jackpot. Ainda hoje bato o pezinho quando dá o “Wild boys”.
Foi a altura de alguns dos piores filmes de sempre. As “Academia de polícia”, os “Gente gira”, o “Dragão ataca” (visto até a fita da cassete se transformar em moléculas – nunca tive desgosto tão grande, nem quando o Corneto me caiu “top-down” na praia da Costa) e o “Os salteadores da arca perdida”, do qual ainda hoje sei as legendas de cor. O resto era Rocky. O Gustavo dizia que o Rocky e o Ivan Drago tinham lutado na vida real e que o Ivan Drago tinha ganho. Eu nunca acreditei. O Rocky, para mim, não perdia. Nem mesmo com o russo no filme que, segundo o Gustavo, tinha um “gum shield” de aço enquanto o do Rocky era de plástico. “E nem assim” – disse logo eu. Foi como quando João Miguel encestou na 2ª classe. Nunca ninguém tinha encestado. Bom, também nunca ninguém teve uma erecção que saiu pelo buraco das cuecas em pleno balneário misto, na mesma 2ª classe. Até a Susana Pina, que era uma miúda que cheirava a urina, apontou para o João Miguel e deve ter ficado o correspondente a ficar-se húmida na 2ª classe.
Mesmo assim o Rocky ganhou naquela lição de vida do “se eu posso mudar, vocês podem mudar, toda a gente pode mudar”.
Eu tinha calendários do Rocky, que nunca consultei. Não interessava o dia quando se tinha 8 anos, uma fisga e o Rocky de um dos lados de uma colecção de 20 calendários. Também os tinha do Commando, de quem o Gustavo dizia que ganharia ao Rocky se algum dia se encontrassem, outra eterna discussão para a qual a Ciência, ainda hoje, não deu resposta. E uns do Sporting, onde figurava um preto chamado Meade que marcou uma vez um canto directo e nunca mais fez nada. Era quando o Sporting fazia contratações à Benfica. Os calendários do Rocky eram a minha página central da revista do Correio da Manhã de domingo, eram a minha Samantha Fox, de quem toda a gente falava lá na escola. Eu sempre fui muito precoce. Já na altura pensava “mas ela tem as mamas descaídas” mas nunca disse nada porque gostava que me deixassem jogar ping-pong mesmo que tivesse uma raquete de pau enquanto os bons tinham daquelas com esponja no meio e jogavam à chinês. Sempre fui dotado com as mãos e há umas tantas miúdas que podem confirmar isso. Mas a minha cena foi perder 21-19 com o Chorão, comigo a jogar “à chinês”. É como o Rocky neste filme. Perde mas é como se fosse uma vitória. O Chorão era um tipo que não distinguia alfinetes de agulhas. E gostava da Natacha (sim, eu conheci uma Natacha. Já só me falta uma punheta de mamas para morrer concretizado) que era uma miúda com uns bons 90 quilos, aos 9 anos. Uma vez a Natacha mandou o maior caldo da História ao Chorão. O Chorão foi atrás dela e só apareceram na última aula da tarde. O Chorão já deve poder morrer feliz.
Passaram 22 anos e muitos pezinhos foram batidos ao som do “Eye of the tiger” em noites de degredo. E ele está de volta. É verdade que já não vejo cinema da mesma maneira. Antes era dos que fazia barulho e dava caldos ao tipo que estivesse à minha frente. Só se ele fosse mais pequeno que eu, que nós, os cobardes, somos cobardes para a vida. É como aquelas doenças de pele que atacam a cara. Um bom exemplo é a miúda que serve imperiais no Esteves e que escama da cara, em pleno bar, para dentro dos copos. Se se conseguir a abstracção necessária, até porque a pele escamada é um dos principais componentes do pó que se acumula em casa e não passa de queratinócitos. Soa importante e, falo por experiência, marcha muito bem com cerveja.
A Cinemateca distorceu-me. Foi lá que aprendi a ver cinema em silêncio. Não fosse isso e hoje teria feito onda quando o Rocky entrou no ringue e gritado "ah, leão!". Mesmo assim, confesso que senti os pêlos dos braços eriçarem-se quando começou aquela música do tatatararatararatarara. Já não está cheio da mesma maneira. Tem pele a mais e nota-se assim nas mamas, que parecem aquelas mamas em cone das adolescentes com mamilos cor de café com leite.
Depois é a cena de sempre. Dá lições de vida em todas as frases. E chora. E não há nada de realmente enternecedor num tipo com paralisia facial a chorar. É quase tão mau como aqueles tipos das cadeiras de rodas que se cagam e não dão por isso até escorrer para o chão e deixarem um trilho. E há um preto que bate em todos e depois um tipo vai e diz “ao Rocky não ganhavas”. E vai daí o preto diz “ai é? Ai é? Achas que eu tenho cagufa?”. E vai daí, há um outro tipo, que deve ser chinês, pois eles é que são bons nisso, que faz um programa de computador em que o Rocky, no auge da forma, luta com o preto que é campeão e ganha. Mais ou menos como seria cá se alguém fizesse uma simulação de um “tit contest” entre a Dolly Parton e o Nuno Markl, ambos no auge do “tit buffing”.
E depois é a cena final de pancadaria, já sem a música dos Survivor mas a transbordar a “just a man and his will to survive”.



Rocky Balboa - :)

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

sábado, 10 de fevereiro de 2007

ingenuidades



E quando ele ia a rodar a ganza disseram-lhe: "Ó Colosso, não rodes."

domingo, 4 de fevereiro de 2007

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

you could have it so much better

Cotada é o particípio passado de cotar ou uma pegada de coto?

hold'em

Quando os pretos jogam poker há uma mão que vale mais que o royal straight flush. Um poker de damas.

o dvd virgem mais caro de sempre

A Revolta dos Pastéis de Nata - Os Melhores Sketches – "A Revolta dos Pastéis de Nata"
FNAC (Colombo) Euro 16,95

ocaso ou acaso

É quando oiço o John Frusciante que penso "um dia também faço um álbum e registo uma cena no myspace e hei-de ter groupies a despirem-se na minha rua e a baterem na crica a fazer 'chap chap' e a dizerem 'tu queres é isto'". E eu hei-de sorrir e pensar para mim "sim. Eu quero é isso".

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

através da noite

A única vantagem de não ter pés é nunca ter de deixar os ténis na varanda.

o que queria ver

Ronin – Ronin

Não é que eu não tenha ido ao cinema. Até tenho. Mas vou ver assim aqueles filmes que depois não há assim grande coisa para dizer. E tudo o que pode ser dito já o foi pelo tipo novo que escreve no Expresso e sabe tudo. E diz coisas como “mais vale um Allen (quem percebe de cinema omite sempre o primeiro nome e quem percebe mesmo muito omite o primeiro nome e as 4 últimas letras do segundo – ex.: Hitch) que nenhum Allen”. Mas nós, os que compramos dvds aos caixotes – sim, às vezes sou um bocado nunomarkl – acabamos mesmo por os ver. Não é só porque ficam bem no “armário novo de pôr dvds”.

(Definição:

nunomarkl | substantivo comum assexuado - comprar muitos dvds, usar t-shirt sem soutien por baixo, ter erecções quando alguém diz “vagina”)

Não foi em vão que comprei o “Há lodo no cais” nem a caixa dos 8 filmes do Eisenstein. Não conto ver nenhum. Foi mesmo só para me armar na meia hora em que andei pela Fnac com os filmes debaixo do braço. Agora estão ali a enfeitar a estante. Bem à vista para que, na rara possibilidade de alguma miúda vir aqui, ser a primeira coisa que lhe salta à vista. Bom, pelo menos logo a seguir a mim. Que não é à vista que lhe salto mas também tem olho. Não foi também apenas para poder repetir, fielmente, a maior frase de sempre da história do Cinema, logo a seguir ao “o homem foi feito para guerrear”, “you don't understand. I coulda had class. I coulda been a contender. I coulda been somebody, instead of a bum”. Não. Eu bem vi o olhar que a miúda da caixa da Fnac (e que boas que são - porque se há sítio onde as miúdas são boas é na Fnac. E nos restaurantes da “cena”. Onde só se janta a partir das 22, é necessário marcação, passa exclusivamente jazz e todas as fotografias são a preto e branco. Também há uma onde comprei uns sapatos mas que tinha bigode. E, pela primeira vez na história, um decote quase compensou um bigode e uma cara-chernobyl. Mas tinha o rabo mal feito. E quando nem uma Levi’s disfarçam um rabo é porque não há mesmo nada a fazer e o melhor é ficar para tia) me fez quando passou o dvd no coisinho que faz bip. E ainda mais quando pude dizer, em pleno Mahjong, “overacting foi o Marlon Brando no ‘Apocalypse now’”. Obrigado António Cabrita. As vezes que tomei Enjomin, antes de ler o teu lixo ao sábado, compensaram.

Diz que agora até séries vejo em dvd. E dá-me quase tanto prazer dizer “filmes e séries não saco da net. Só música” como “não tem Bohemia? Só Abadia? Então traga-me uma cerveja normal”. A verdade é que os dvds das séries são fininhos e preenchem aqueles espacinhos que o móvel novo que comprei não cobre. Bom, seria mais singular, foi apenas uma série. Bom, nem fui eu que comprei. Mas pensei em comprar. E fui o primeiro a ver. E vi 11 episódios num domingo de ressaca. E sim, não tenho hobbies desses do ar livre e essas cenas que metem skates e bicicletas e lama e merda de cão. Tenho medo de cair e estragar a minha bela cara que, no fundo, é o meu ganha-pão. É como o homem-elefante do Rossio. Ambos fazemos dinheiro à conta da nossa cara.

Parecendo que não, isto está tudo relacionado. Porque se há gajos a quem eu me associava se viesse aí o apocalipse seriam o Robert de Niro (em qualquer encarnação) e o careca das facas do Lost. O último construiria uma cabana, citaria Miguel Ângelo, não nos deixaria faltar o javali e facas são facas. Mesmo para um tipo chamado apocalipse uma mala cheia de facas e um tipo que faz a barba com elas metem respeito. Ao primeiro bastava um “you fuck my wife?” . Porque se assusta o Joe Pesci, assusta qualquer coisa.

E agora é a parte em que falo do filme. O que é uma seca porque eu não percebo nada de Cinema. Eu nem acho o “Citizen Kane” um bom filme e adormeci a ver os dois dos três (em extenso para ocupar mais espaço e parecer que escrevi muito) filmes do Tarkovsky. Isto foi só para me armar também. E continua tudo ligado. Isto porque a miúda que entra no Ronin é a miúda que entrou no Solaris, do Soderbergh (cá está a cena de usar apenas o último nome). Aquele com o tipo que é médico e trabalhava nas urgências. E outro que era maluquinho como o Pedro que mora no 4º Esquerdo e teve bexigas. E entra aquele tipo que tem entradas. E mais o Boromir. Mas que não faz assim muitas coisas. Limita-se a chorar e a vomitar e essas coisas que ele costuma fazer quando ninguém está a ver. Depois mete-se duas vezes com o Roberto de Niro. Como se alguém se metesse com o Robert de Niro e se safasse. Uma frase do Robert de Niro equivale a quatro roundhouse kicks do Chuck Norris. E depois há mais uns tipos que não interessam a ninguém. E depois há uma mala. E uns russos e umas miúdas que andam de patins. E há tiros. E claro que o Roberto de Niro se safa. Porque o Robert de Niro safa-se sempre. Menos no Jackie Brown. Mas isso é porque mete pretos. E eu sei do que falo porque agora oiço hip-hop. E um gajo só percebe do que os pretos são capazes quando ouve hip-hop. Parece que eles têm carros e armas e miúdas fáceis e correntes de ouro. E depois há assim duas horas de cenas à Frankenheimer. E acaba normalmente. Com um genérico escurinho e letrinhas a andar para cima. E no fim de tudo passam as músicas que dão no filme mas isso já não vi porque fiz fast forward. Para parecer que estava a ver um filme na RTP. Que ao menos, deve ser por sermos nós que pagamos aquilo, se dignam a passar os genéricos até ao fim, ainda que em fast forward.

Não consegui encaixar isto em parte nenhuma e por isso fica para o fim. Embora não tenha nada a ver com nada. Mas até acho que é uma boa frase e seria demasiado usá-la só assim num post sozinha. Porque depois ficava muito exposto. E a única coisa que eu gosto assim de ver bem exposto são mamas e regos. Estive dois dias sem cagar. Hoje parecia um braço de criança.

Enfim, a oeste nada de novo. Sim porque os pontos cardeais escrevem-se com letra pequena.

Ronin - :D

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”