sábado, 31 de março de 2007

doing nothing but aging

A reforma é poder ver televisão 16 horas por dia, em vez das habituais 8.

you wanted the best, you got the best

Já sei que ninguém vai acreditar, mas estava a mijar, hoje, numa casa de banho no Bairro, e a Lindsay Lohan abriu a porta sem querer.

quarta-feira, 28 de março de 2007

inland empire

Slither – Os invasores


Em busca do tempo perdido


Nós que vamos às antestreias com o pessoal da cena, e com “pessoal da cena”, refiro-me à fufa do Curto-circuito, que estava com outra fufa muita boa e mais dois panascas, arriscamo-nos a não saber ao que vamos e a perder uma hora e vinte das nossas vidas.
O compasso da noite de Lisboa é marcado por três ou quatro personagens fundamentais. O vocalista dos Moonspell, a Sofia Aparício, o anão dos programas do Herman, um tipo que é escritor e tem cabelo à panasca e dá aulas na Nova e a fufa do Curto-circuito. Um gajo sabe que está num evento "da cena" quando um destes lá está.
O fufedo sentou-se mesmo à minha frente. Nunca estive tão perto de fufas. Os 40 cm que vão de mim ao monitor não contam. Quase senti o cheiro a testosterona e a camisola interior de alças a cheirar a Axe e a suor. E as mãos inchadas de conduzir camiões. Confesso que tive medo. Qualquer dia reconhecem-me e depois tenho de fugir. Eu sou um bocado cobarde. Qualquer uma delas faria o que quisesse de mim. E uma delas bem que eu não me importava que fizesse. Era das boas, daquelas como nos filmes que um gajo saca da Internet. Ocorreu-me logo: “o filme pode ser uma merda mas já tenho material para escrever”. E era realmente uma merda. Não que eu tivesse ligado muito. Estava mais a tentar perceber se havia mãos dadas ou “dedo-na-rata” mas também estava a disfarçar para que não se notasse que estava a tentar perceber se havia mãos dadas ou “dedo-na-rata”. Mas os tipos que estavam atrás de mim, que eram daquelas casais “fita-gomada” em que ele comeu pipocas durante os oitenta minutos de boca aberta e ela dizia: “mas ela está parva? Não se está mesmo a ver que ele está na cave? Vai para a rua, parva”, desconcentraram-me. E não percebi se houve contacto. Na minha mente houve. Na minha mente houve sessenta e nove. Por extenso e tudo. Na minha mente houve daqueles coisos de plástico com duas pontas. Na minha mente barrou-se manteiga de amendoim.
Vou deixar de chamar fufa a esta. Talvez ela até nem seja (:|) mas a cena é que uma das maiores músicas do rock de sempre diz assim “and when you stare don’t you think i feel it?”. Hm. Não, não é por nada disto. O meu coração serve apenas para acertar o relógio. A cena é que depois vem cá tudo parar quando fazem searches no google. Mas gosto mesmo da palavra “fufa”. É quase tão difícil deixar de usá-la como deixar de fumar. É isso e deixar de usar camisolas com riscas horizontais. Passa-se qualquer coisa com a minha barriga. De vez em quando dá assim o aspecto que cresceu um bocadinho. Que está inchada. Isto não é senão gases, penso eu. Ou serão os músculos que estão inchados dos abdominais que faço. Mas não. É um mistério qualquer. E depois como faz cova na zona do esterno, fica a parecer que tenho mamas. O efeito ainda é mais notório quando vou a descer escadas à campeão. Parece quase aquele anúncio do Fa Fresh. Acalma-te Nuno Markl. Não tem nada a ver contigo. Até porque eu sou como o Bruce Lee e o Special K. Só fibra.
Há um milhão de filmes iguais a este. Com cenas que vêm do espaço e fazem ninhos e entram nas pessoas e depois espalham-se e é contagioso e depois as pessoas ficam assim a andar todas tortas como se sofressem de alguma doença. E não há assim muitas mamas. A não ser uma tipa na banheira em que vai assim uma lesma e eu a pensar “vai-lá cona, lesma”. Mas nada. Só se vê assim uma pontinha de um mamilo. E é tão rápido que quase nem conta. Por isso lá voltei eu às lesbos. Mas não havia acção nenhuma. Se calhar estou enganado. O beto é que continuava a comer pipocas e desconcentrava-me da desconcentração de ter Lesbos à frente. O L grande de Lesbos é o Word que põe. Eu cá estou quieto a descobrir maneiras de deixar de dizer fufas. Um gajo tem de descontrair. Porque isto de passar parte do dia a ouvir “e depois eu disse-le: já fizestes o comer? Se já fizestes porque não dissestes?”, não é fácil.
A vida é lixada para nós que sofremos de irritação crónica. A única coisa que me faz sentir realmente vivo é sentir-me irritado. E agora é a irritação das escadas rolantes. Nós devemos ser o único país do mundo em as pessoas têm paragens cerebrais nas escadas rolantes e nas passagens estreitinhas pois são os sítios que mais acham adequados para parar na conversa. E depois um gajo que acorda assim quase, quase, quase em cima da hora para ir para o trabalho ainda se arrisca a perder o eléctrico onde vai todos os dias uma chinesa que me faz sentir cá umas cenas. E podem anotar isto: “antes do fim do ano, hei-de ter comido uma chinesa”. Ou isso ou vou àquele chinês do karaoke ali na Duque de Loulé. À direita de quem sobe. Que se chama marisqueira chinesa mas não tem marisco nenhum. Eu, como se tivesse dezoito anos de novo, uso a técnica do livro. Como tenho um casaco, que foi das melhores compras de sempre, com bolsos grandes que têm mesmo o tamanho de um livro ao alto, posso sempre andar com um (livro, não bolso) sem dar muito trabalho e “sem estar muito carregado”. E nem preciso de o ler. Vou é trocando de tempos a tempos. Para depois as pessoas pensarem “ina man, ele deve ser muito inteligente. Diz que até andou na faculdade. E agora trabalha com computadores. É uma jóia de rapaz”. E a verdade é que é apenas a marca que vai andando para a frente. Que eu não tenho paciência nenhuma para essas coisas das letras. É um aborrecimento. Nem um boneco, uma tira do Calvin ou um sudoku. Ainda para mais, com as chinesas, nem interessa bem que livro é. Bem que posso levar o catálogo do Corte Inglés. O efeito é o mesmo. Queria dizer isto usando a conjugação “ser-lhe-á” só para mostrar que sei, mas não arranjei maneira de o fazer.




Slither - :O~

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

terça-feira, 27 de março de 2007

electroma

Andam a fazer a roupa mais pequena. O small de agora está mais pequeno.

Nota: é a primeira vez que aparece um itálico neste blog.

give me beauty or give me death

Tenho um grande título para um post mas não tenho nada para dizer.

safe as milk

Estive a ver o Prós e Contras a propósito do aeroporto da Ota e parece-me que o que o país precisa é de mais 10 estádios de futebol e de um Salazar em cada esquina. Um homem tão bom que ontem viu, finalmente, toda a sua generosidade reconhecida.

sexta-feira, 23 de março de 2007

E8

Se os desenhos animados têm 4 dedos, porque é que contam de 1 a 10?

quarta-feira, 21 de março de 2007

helderpostiguices

É o Petit marcar mais um golo seguido e ainda aparece um hatch no meio do estádio da Luz, com números e o caralho.

zooey

The fountain – O último capítulo


Um gajo quando vê filmes de alguns gajos depois fica mal habituado. E qualquer coisa menos do que aquilo a que um gajo está habituado, já não satisfaz. Ou satisfaz pouco. Que era aquela nota da primária que um gajo não percebia muito bem o que era. Estava ali no “entremédio”. Depois havia o “mau” e o “muito mau”. O “mau” corresponde àqueles acidentes de carro em que não sobra nada e os restinhos têm de ser descolados do chão com uma espátula e um pincel daqueles dos tipos que fazem escavações ou fazem o CSI. Ou um martelo como aquele tipo do filme em que vai para um prisão e passa o tempo a preencher papéis de IRS e a levar no cu. Mesmo assim eu acho que deve ser preferível levar no cu. O “muito mau” é uma nota que nunca foi dada. Excepto uma vez. Quando uma miúda da minha turma respondeu, num teste de Ciências, que a diferença entre estrelas e planetas era que as estrelas tinham bicos e os planetas eram redondos. Era um bocado monga mas tinha sempre pastilhas elásticas. E um gajo quando tem 11 anos até vende os pais por um pacote de Super Gorilas. Ou aquelas pastilhas de melão que, segundo constava, eram feitas com cuspo pela mulher lá do café do homem que cheirava a sovaco logo de manhã. Chamava-se Francisco e tirava a febre a seguir ao almoço. As pastilhas até podiam dar cabo dos dentes mas que interessa isso com 11 anos? E depois eu era dos que tinham de lavar os dentes com Fluorcaril ou Oratol (num dia bom) e não podia usar Colgate nem Pepsodent. Tudo porque “diz que” a Colgate faz mal não sei a quê. E depois um gajo ficava a pensar que devia ser mesmo bom porque, nos anúncios, até os pretos e os chineses lavavam os dentes com aquilo. E para os pretos lavarem os dentes é obra. O Gustavo, o do Rocky, é que dizia que o sabor da Colgate vinha do flúor. Mas depois havia um tipo, que era o Ornelas, que cheirava “bué de” mal e tinha um olho meio fechado e dizia que cheirava a flúor (ele, não o flúor). E eu pensava o equivalente a “wtf?”, quando se tem 11 anos. Mas aquilo não era se não pés e rabo mal lavados. Só anos mais tarde percebi quando o Banha se descalçou na tenda num acampamento em Tróia onde eu tinha uns calções de banho que ficavam transparentes com a água que estava fria – parecia um dedo mirrado. Do Ornelas podia vir qualquer coisa. Ele era dos que disputavam o lugar à janela, nos carros, quando toda a gente sabe que o melhor lugar é o do meio. Agora não. Porque um gajo agora, vai ali ao meio com o rego assente num altinho que não é banco e ainda corre o risco de ir de cara ao ar condicionado e ficar como aquele tipo do “iihh não digas isso que ele teve uma vida lixada”. O Ornelas podia cheirar mal mas era um tipo cheio de guita. Ia de Mercedes para a escola e tinha primos daqueles que andavam a cavalo. E tinham uma quinta não sei muito bem onde. Só podia ser fora de Lisboa porque o pai dele tinha barba ruiva e transbordava importância.
Nunca falha, este truque de falar de outras cenas que não têm nada a ver. Mas também penso que já não há quem acredite que eu realmente perceba de cinema. Bom, sempre posso dizer que o cinema moderno foi inventado pelo Griffith. Com o “Birth of a nation”. Mas isto já seria decorado.
A cena é que um gajo vê o “Pi” e o “Requiem for a dream” e depois fica naquela de achar que o Aronofsky até é um gajo competente naquilo que faz. Se eu gostasse de gajas com sobrancelhas mais grossas que um dedo da mão, até podia dizer “isso do Requiem for a dream só vale pela parte em que a mulher do Incrível Hulk leva com um dildo no cu”. E este filme também tem uma gaja de sobrancelhas grossas e um dente da frente torto. Ainda por cima é mulher do realizador e é comida na banheira pelo Wolverine. Deve ter entupido o ralo e descambado para aquele filme da Nicole Kidman que não vi e também não vou ver. Depois o Wolverine rapa o cabelo e as patilhas e torna-se amante de árvores. Havia um tipo na minha escola, na primeira – onde morava o João Miguel – o da erecção, não a do Ornelas, que foi a segunda, que um dia apareceu de cabelo rapado. À Gillette mesmo. E depois a cena que corria era que lhe tinha caído um caldeirão de água a ferver em cima. Eu achava muito estranho porque um gajo que apanhasse com um caldeirão de água a ferver não ia sofrer apenas de queda de cabelo. Eu uma vez meti um braço no tacho onde se fazia marmelada e não me caiu o braço. Este era como o Ornelas em termos de cheiro. Mas era a fritos. Que, se não me engano, era do Kispo verde que trazia sempre. Kispo com letra grande. Da marca mesmo. Eu também tinha um Kispo, castanho, original. Onde limpava o ranho do nariz àquela parte das mangas que faz assim uma cena enrugada ao pé das mãos mais ou menos em elástico. Com o tempo enrijeceram mais que o pequeno Saúl e tiveram de ser serradas. E parecia um colega de trabalho do meu pai, o dos fritos, não o pequeno Saúl, mas em versão filho. E depois, este tipo, antes de rapar o cabelo (o dos fritos, não o Wolverine – estou a fazer tempo) deu um estalo noutro porque o outro lhe tinha dado primeiro. Isto tudo com a Fernanda Gorda, que era contínua, mas não era diferenciável (:|), a segurar a cabeça ao não-sei-quantos que tinha mandado um estalo primeiro. E o não-sei-quantos era dos maus. Era da terceira classe. O único tipo da segunda classe que lhe bateu, uma vez, foi o Luís Filipe – que era o mais forte da segunda classe (uma vez partiu um braço e não chorou), em segundo estava o Flávio, que não tinha pais mas tinha um avô. O Luís Filipe era um tipo sem formação nenhuma. Uma vez apostou mil contos com o meu irmão como a sobremesa era leite-creme e afinal era arroz-doce. Ainda hoje não pagou. Anda-se a fazer de esquecido, como os ciganos. A esses é que um gajo não podia fazer nada ou no dia a seguir estava uma carrinha cheia deles lá à porta da escola e nem o polícia à paisana podia safar. O estar à paisana era ter um guarda-chuva. Dava-lhe um ar mais “casual” (lê-se “kéjual” – é inglês, a palavra, não o polícia à paisana) e fazia par com as calças de “tweed”. Nem o Chorão, a quem o pai tinha dado licença para atirar pedras à cabeça dos outros se metia com a ciganada. Era a sério.
O filme? Nhé.



The fountain - :|

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

terça-feira, 20 de março de 2007

quão mais do rock se pode ser?

A Swedish court has ruled that the parents of a seven-month-old girl in Kungälv, Sweden can name their child Metallica, according to the Swedish newspaper GP.

post secret

Às vezes, compro livros só para me armar.

domingo, 18 de março de 2007

all the pretty little horsies

Hoje , eu e o Jesualdo fodemo-nos. Eu com cerveja e shots de whisky, ele com o Sporting. Joga para o empate, como fizeste na primeira volta, amigo. Mais que isso não sabes.

sábado, 17 de março de 2007

flatland



Nunca me tinham chamado colombiano pela internet.

quarta-feira, 14 de março de 2007

heart of darkness

El labirinto del fauno – O labirinto do fauno



Não é que já não tenha vontade de ir ao cinema, tenho é a 3ª série do Lost aqui para ver e qualquer tempo passado fora de casa é tempo de não estar a ver o Lost. Até já apaguei pornografia para caberem os últimos episódios. E quando um gajo apaga pornografia é porque é sério. Não apaguei mesmo de apagar. Que é como quem diz “passei para dvd”. Não que eu tenha realmente dito isto. Até porque não discuto pornografia assim em geral. Nós, os entendidos, discutimos pornografia em pequenas tertúlias moderadas pelo “Tera-chefe” – que é um tipo que atingiu 1 Tera-byte de pornografia. Em disco. Dvds não conta. Mesmo assim é uma despromoção. Durante anos tive um sistema. Tinha tapes onde guardava o porno bom-. O porno bom ficava no computador em ficheiros .rar com password e com nomes como “IST-trabalho_de_sistemas_termodinâmicos_fechados.rar”. Ninguém desconfiava.
Há tanto tempo que já não ia ao cinema que ainda nem tinha visto que o Monumental estava em obras. O que é obra. O cheiro a mijo é que ainda se mantém na casa de banho. Digo mijo porque é mijo mesmo. É aquele cheiro que já faz parte da atmosfera. Evapora e fica lá aprisionado. Nem abrindo a janela, como naqueles casas que cheiram sempre a fritos e a quarto mal arejado. Urina é quando um gajo faz análises e mete para dentro do boiãozinho. É relativamente limpo. Quando se acorda com erecções todos os dias (não percebo como chego a casa sozinho, invariavelmente, nas noites sábado), é difícil não salpicar tudo. Mas a urina é quente. E fica aconchegada dentro do boião. É bom para levar no bolso dentro dum saco de plástico e o quentinho ajuda a aquecer as mãos quando se sai de casa no Inverno. Aposto que se se fosse raspar os urinóis com uma espátula, ainda lá haveria pingas da minha última mija. Sim, porque eu mando “uma mija”. É em jacto. E arranca aqueles bocados de poia que ficam colados nas sanitas. As meninas e os paneleiros é que “fazem chichi”. É em gotas e escorrega pelas bordas como aqueles jarros em que a água não descola. Queria arranjar maneira de dizer “cona” mas deixo isso para os mails.
Tenho alguma dificuldade em concentrar-me a ver um filme. Além de sofrer de hiperaudição (como raio são estas regras?), que me leva a dar a “half-turn” quando o beto atrás começou a comer rebuçados com papel daquele que faz *fssshhhh* *fssshhhh*. E também só estou bem onde não estou. Se calhar é por isso que ontem, quando saí do médico, me perdi do Areeiro até à Avenida de Roma. Quinze minutos depois estava de volta ao Areeiro sem perceber muito bem o que tinha acontecido. Ou foi um ataque de estupidez ou começo a ter aqueles mini-AVCs que agora estão tão na moda nas séries que vêm dos Estados Unidos. Acho que é a cena de disfarçar e tornar os velhos menos irritantes. É como o Pai Natal. É o único velho que as pessoas suportam e de quem fingem gostar. E dura apenas um mês. No resto do ano é um velho como os outros. Que se mija e caga e faz aquelas almofadas de cagalhão entre as cuecas e o cu. Que até é bom para andar nos transportes públicos se a viagem for curta e a consistência elevada. Se se for de pé, pode-se sempre apertar como se fosse plasticina, e esperar que não caia em bloco pela perna das calças. E eu sei do que falo porque agora só ando de transportes públicos e o meu estado de irritação com o mundo e com as pessoas está a atingir mínimos históricos. Ciganos e o Nuno Markl é que ainda não.
Não me lembro da última vez que fui ao cinema e olhei para as oito salas e pensei: “bolas, Artur. Não viste nenhum destes filmes”. Parece que agora anda aí um fenómeno. Um filme de 3 horas sobre monges que não dizem nada. O problema deve ter sido a edição. Onde cortar? “Deixa as partes de maior acção” – disse o realizador.
Eu pensava que ia ver a versão espanhola do “Alice no país das maravilhas” e afinal é um filme sobre levar tiros na cara. E depois passado durante a Guerra Civil Espanhola – com direito a maiúsculas e tudo – onde um homem tão bom viu, novamente, o seu nome manchado pela gula dos comunistas. Afinal a guerra civil espanhola – desta vez com letra pequena – não foi mais que uma enorme sucessão de tiros na cara. Ora eu dou um tiro na tua cara, ora tu dás um tiro na minha. Uns melhor, outros pior. Mas não mais que isso. Até o Guernica, ao pormenor, são tipos a levar com tiros na cara. Depois também metia facas e lâminas de barbear, mas nada com muito interesse. E nem tem gajas assim muito boas. Tem uma que passa o tempo a chorar e outra que, acho que é comum nas espanholas, que tem aquela cena no lábio superior que um gajo olha e fica sempre sem saber se aquilo é bigode ou alguma sombra esquisita. Há uma que ainda se roça na lama e faz mais não sei o quê que eu só pensava: “meu, porque é que não puseram aqui uma gaja boa?” – nem que fosse aquela das mamas que morreu de overdose agora. Essa também aposto que, o primeiro tipo que a encontrou, não digo que lhe tenha metido um dedo, mas afastou-lhe as cuecas só naquela de ver e mandar um snif. Pelo menos se ela não estivesse muito fria. Se há cena nojenta nos mortos é estarem sempre frios. No funeral do avô de um amigo meu, aquelas “tias do campo” queriam deixar-lhe um casaco de malha “não vá ele constipar-se” para o dia do funeral. “Descanse que ele não vai a lado nenhum”. E é isso que me fode. Um gajo até pode ser enterrado num sítio fixe. E não tem de trabalhar e mais não sei o quê. Mas não pode sair num sábado à noite. O resto do tempo é irrelevante. Tenho Internet, tenho a Fox e tenho a SportTv. Passo bem os dias sem sair. Até porque “anda aí muita gatunagem”.

Há um tipo que tem uns olhos nas mãos. E tem as peles todas penduradas. Mais ou menos como a Lili Caneças mas em positivo. E depois há umas uvas e um fauno que é um tipo parecido com o Captain Picard. Mas em bonito. E um labirinto também. Que não passa de um monte de pedras e nem eu, com os meus mini-AVCs, me perderia lá dentro. É bem mais fácil que ir do Areeiro à Avenida de Roma. Para quem não sabe, é uma rua a direito. E até tem metro. Que não é bem a direito é assim meio enviesado.
Depois vem o momento hilariante do filme e que fez render os 5 euros e 50. Que é um gajo que apanha um tiro nas costas e tem a sensatez de tirar os óculos antes de cair morto, não vá acontecer sujarem-se ou pior, partirem-se. Ainda deve ter discutido com o realizador se não poderia antes limpá-los com aquele paninho amarelo que vem sempre com os óculos e guardá-los numa caixinha. Parece que lhe disse que não.



El labirinto del fauno - :O

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

domingo, 11 de março de 2007

no one here gets out alive

Tornei-me numa daquelas pessoas que sacam séries da internet. Espero nunca vir a dizer "season" em vez de "série". Que é que vem a seguir? Usar linux? Apanhar piolhos e aceitar sopa de estranhos?

e agora algo completamente diferente

eu says:
e o capitão américa que se foi?
ele says:
foi-se?
eu says:
e ontem nem um minuto de silêncio em alvalade
eu says:
sim
eu says:
uma sniper aviou-o
ele says:
tazagozar
eu says:
a sério
eu says:
fizeram pelo bento mas não pelo capitão américa

sexta-feira, 9 de março de 2007

some kind of monster

Peguei-lhe nas cuecas manchadas de sangue e perguntei:
"Estás com o período?"
"Não" - disse ela - "estava à rasca para cagar e fiquei com o piercing preso nas cuecas."

quinta-feira, 8 de março de 2007

lost

ela says:
queres ir ver a brava dança dos heróis?
eu says:
o que é isso?
ela says:
i guess that's a no
ela says:
é um doc sobre os heróis do mar
eu says:
OS heróis do mar?
ela says:
:/
ela says:
esquece
eu says:
e a seguir vamos ver o quê?
eu says:
never mind the bollocks here's the delfins?

série 2, episódio 18

eu says:
meu
ele says:
diz meu
eu says:
chegou um gajo ao meu blog
eu says:
porque fez um search em
eu says:
"vídeos de gajas a masturbarem-se"
ele says:
tás a falar a sério?
eu says:
sim
eu says:
no site meter vê-se essa merda
ele says:
como sabes isso?
ele says:
LOOOOOOOOOOOOOL
ele says:
:|
ele says:
e que outras cenas fixes encontraste?
eu says:
"fufas"
eu says:
"masturbação com os pés"
eu says:
"foda à canzana"
eu says:
"chá de tília"
ele says:
:|
ele says:
é triste saber que há gajos assim
eu says:
sim
eu says:
chá de tília é uma merda

quarta-feira, 7 de março de 2007

através da noite

Vi um tipo sem olhos - sem o globo ocular mesmo - no Metro e só pensava se alguma vez terá dito "com estes olhos que a terra há-de comer". Ou então disse e correu mal.

*imaginar aqui uma frase muito boa do antónio lobo antunes*

Ainda não percebi a cena de se dar esmolas aos cegos. Como se eles, algum dia, se lembrassem de nós para retribuir o favor.

sábado, 3 de março de 2007

à saída de casa

Conversa imaginária entre a Inês Meneses e o meu primo imaginário que tem cancro imaginário, julgando que tinham algo em comum.
Ela: "Sabes, eu sou da rádio".
Ele: "Eu sou da quimio".

sexta-feira, 2 de março de 2007

os arquivos do prodigioso e do paranormal

Telheiras, Campo Grande, Alvalade, Roma, Areeiro, Alameda, Arroios, Anjos, Intendente, Martim Moniz, Rossio, Baixa/Chiado, Cais do Sodré. Cais do Sodré, Baixa/Chiado, Rossio, Martim Moniz, Intendente, Anjos, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma, Alvalade, Campo Grande, Telheiras. E não há uma gaja que se sente à minha frente que não sofra de queda de cabelo.

quinta-feira, 1 de março de 2007

all i ever wanted



Texas, Alasca, Pequim, São Paulo, Ile-de-France, Santiago do Chile, São Domingos de Rana. É a internacionalização.

barata salgueiro, at night

Eu: "Viste a manobra daquela gaja?"
Ela: "Como sabes que era uma gaja?"
Eu: "Vê-se pela forma do cabelo."
Ela: *silêncio*
Eu: "Bom, também podia ser o Nuno Rogeiro".

2933

Procuro miúda com certificação Microsoft que diga coisas bonitas como: "és tão difícil como um Spider Solitaire de 4 naipes".