segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

the loneliness of the long distance runner

Jesualdo Ferreira
"Só por acaso poderemos perder mais algum jogo".

Pois. Não tornam a jogar com o Sporting. Assim também eu dava à dentadura desta maneira.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

labfiles

Eu: "Sabes o que é um silgo?"
Ela: "Não."
Eu: "Eu também não, mas a Maria de Lourdes Pintasilgo."

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

queen jane approximately

O mundo seria um lugar tão mais fácil se as mulheres tivessem os rabos quadrados ou em bico.

ballad of a thin man

O meu problema nem é tanto pensar que um dia poderei, eventualmente, vir a morrer. É mais pensar na quantidade de sábados em que não poderei ir para os copos.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

cobalt blue

ela:
mas quando percorro alguns dos textos, naquela de masturbação do ego, é perturbante pensar que sou tao negra
eu:
o mantorras tb pensa isso

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

que cena, man

E não é que hoje me cruzei com o Pedro Mexia, o verdadeiro, não esse da minha história, e ainda o segui uns bons 3 minutos, qual stalker qual quê?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

o adeus às armas

Um dia na vida de...


Pedro Mexia acordou, como todos os dias, às 6:30 da manhã. Nunca perdia o programa do António Sala na Renascença. Gostava de cantar aquela música “eu sei quem ele é” enquanto pensava no Cláudio Ramos a fazer fisting em 69. Carregou no botão do comando do Nuno Markl's Boob Picker 3000 (um sucesso semelhante ao grelhador do George Foreman) usado por nomes conhecidos em Portugal no que toca a mamas grandes e descaídas (Malato, Markl, Fernando Mendes, Serenella Andrade e outros) que lhe apanhou as mamas espalhadas pelo chão do quarto e as enrolou num pauzinho que depois ficavam seguras nuns suspensórios com umas ranhuras para pauzinhos de enrolar mamas. Olhou-se no espelho da casa de banho e repetiu para si: “é hoje que me vou vir dentro de alguém que não seja o Tobias, o meu primo mongolóide”. Sentiu a primeira erecção do dia na sua micro-pila e masturbou-se. Tomou banho no tanque que tinha na varanda junto das algas e dos peixes que lhe lambiam os testículos do tamanho de passas de uvas, o escroto encarquilhado e o períneo tufado. A almôndega recolheu-se ainda mais até se tornar do tamanho de uma verruga. Pôs o soutien masculino e as cuecas feitas por encomenda com as quais se masturbou pensando no seu Tio Carlos e de quando iam para o pinhal por trás da casa de férias brincar ao “abre a boca e fecha os olhos”. A gota de esperma ensopou-lhe um milímetro quadrado de tecido.
Verificou se os downloads de pornografia com animais, em especial de sexo oral de vacas com moscas a largar larvas nos lábios vaginais com muco branco, já tinham terminado e fez mais searches, sem sucesso, por “Serenella Andrade does Cláudio Ramos”.
Tomou o pequeno almoço dos campeões. Pizza congelada e Pepsi-cola. À qual chamava “pécsicola” por achar que tinha muita piada. Teria acariciado os mamilos com o copo frio de Pepsi se um dos pauzinhos do Nuno Markl's Boob Picker não se tivesse soltado e uma das mamas jazesse agora duas divisões ao lado. Na sala, perto da televisão. Recompôs-se e deitou-se no sofá cheio de cereais e bolachas esborrachadas e piolhos e pintelhos colados com esperma a ver o programa da manhã da Júlia Pinheiro (não são os pintelhos colados com esperma que estavam a ver o programa da Júlia Pinheiro). Ficava sempre emocionado com a senhora que vivia com 4 euros mensais em Vilar de Concertinas e ainda pagava os medicamentos ao neto que sofria de alopécia e uma desregulação sebácea grave na cara e no pescoço. Por volta das onze voltava a adormecer e entornava os restos do pequeno-almoço sobre si próprio. Normalmente não atingiam o sofá. Eram absorvidos pela floresta gigante de pêlos encaracolados que lhe cobriam o peito e as costas e pintelhos ultra-volumosos que lhe iam dos joelhos até ao umbigo.
Acordou e rebolou-se para o meio do chão. Sentiu-se miserável, masturbou-se no meio das migalhas e comeu uma sandes de mortadela com doce de abóbora feito pelo Tio Carlos.
Vestiu as calças e foi sentir-se miserável para a rua. Hoje era dia de fazer coisas intelectuais. Até porque, Pedro Mexia, só fazia coisas intelectuais. Na Cinemateca passava um ciclo de cinema finlandês, dobrado em sueco com legendas em norueguês. Hoje era dia do êxito estrondoso do cinema independente nórdico “A bicicleta”. Sobre um escritor, Johan Runeberg, que não usava vogais em todas as páginas ímpares, consoantes em todas as páginas pares e só escrevia em páginas que pertencessem a determinada progressão geométrica definida no dia anterior. Runeberg estava apaixonado pelo semáforo de fim da rua ao qual escrevia poemas que rimavam a cada terceira palavra. O semáforo acabaria por se suicidar quando o escritor conhecesse uma pedra de calçada que gostava da nouvelle vague.
Depois ia-se masturbar numa casa de banho pública qualquer (o Pedro Mexia, não o Johan Runeberg) enquanto lambia um urinol com pintelhos de preto e urina de ciganos. O lanche que tinha marcado no São Luiz, com o amigos intelectuais que partilhavam da opinião que “se não viste cinema finlandês é porque ainda não viste nada”. Isto era sempre dito com violência e em fim de discussão voltando rapidamente as costas e indo para outros sítios como o CNC ou a ZDB ou a CEO ou qualquer outra coisa que tivesse sigla. Depois era hora de se masturbar. No parque de estacionamento do Camões. De preferência dentro do elevador. Limpando depois as mãos e a gota ao botão do -3.
Antes do jantar ia comprar discos. Mas só de bandas que ninguém conhecesse. Geralmente fechava os olhos para nem ele conhecer. Tudo o resto era muito comercial. Pedro Mexia só gostava de primeiros álbuns, em vinil, e, de preferência, demos dos primeiros álbuns onde não se conseguisse distinguir a bateria da voz. Pedro Mexia ansiava por comprar o primeiro disco daquele tipo do Chiado que toca um órgão Casio e meia guitarra sem braço e às vezes assobia e outras faz “tuturutu”. Apesar de já o achar muito comercial porque, em hora de ponta, muita gente o ouve.
Se fosse sexta-feira, iria comprar o ípsilon e metê-lo bem à mostra a sair do bolso do casaco quando se fosse colocar de plantão na secção de poesia da Fnac do Chiado a ver se alguém pegava num livro seu para fazer aquele ar salivante de quem anseia ser reconhecido. Masturbar-se-ia na secção de roupa feminina da H&M com umas cuecas usadas com 70% de desconto enroladas à volta da micro-pila.
O jantar seria num restaurante “fundo do prato”. Um prato gigante, com uma lasca de carne no centro enfeitada com um molho vermelho e espesso e ervas. Qualquer coisa com um nome francês. “La viande avec le sauce du sperme du mouton”. À mesa só se discutiria Bergman. Mas só filmes com planos-sequência. Mínimo 6 minutos e nenhuma palavra. Excepções às palavras “morte”, “silêncio”, “futuro”, “os morangos são silvestres, Stallone” ou “you're so funny, alexander”.
No fim, a cereja no topo do bolo. O artista multi-premiado do Senegal, Ablaye Ablaya, actuava na ZDB. Mais o seu órgão mágico. Ablaye Ablaya tinha o recorde de tempo a pressionar uma tecla na faixa 2 do seu primeiro e único álbum “Babakar Sek Aare Geto Nder Ndiaf-a-ngara Ndongo Lo Ndongo Yii”. “O espelho”, em português. A actuação consistia também na projecção de imagens recolhidas no Lelélé e em Sete Rios. Na saída do Eixo Norte-Sul para a radial de Benfica. As três pessoas da audiência entrariam em transe. Pedro Mexia subiria às costas de um deles para mostrar as mamas correndo o risco de lhe tirarem um dos pauzinhos ou roubar o soutien masculino e de ter de voltar para casa com uma das mamas enroladas à volta da cabeça, tipo turbante. Ainda tentou o stage diving mas ficou com as mamas presas na porta da casa de banho, no piso inferior. No fim, suavam todos. Pedro Mexia, mesmo assim, ainda achava que a actuação no campo de refugiados do Uganda, que tinha em DVD, tinha sido superior.
Usando um pé-de-cabra e uma raquete, lá se conseguiu meter o Pedro Mexia num táxi para as Laranjeiras. Para o seu minúsculo T2, com esperma nas alcatifas e um elevador Lynchiano em que os números não correspondem aos andares. E faz “plim” quando pára num andar (eu sei isto porque agora sou habitué do prédio do Pedro Mexia). Era usual ficar com as mamas presas na porta de vidro da rua. Especialmente em noites de copos. Já se sabia no prédio quando Pedro Mexia tinha ido para os copos. A porta nunca estava totalmente fechada. E um pouco de leite e sangue escorriam pela maçaneta.


Nota: Todos os nomes, personagens, locais, lugares, organizações, associações e eventos descritos nos textos deste blog são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é pura coincidência. Qualquer semelhança com pessoas, personagens, locais, lugares, organizações, associações e eventos que existiram, existem ou existirão é pura coincidência. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

domingo, 13 de janeiro de 2008

volume objects

Cruzei-me com o Terry Jones no café do São Luiz e, por momentos, tive receio que o Universo não suportasse que o 6º maior génio da comédia inglesa se cruzasse com o maior génio da comédia portuguesa.

sábado, 12 de janeiro de 2008

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

misery is a butterfly

O meu colega de trabalho tentava, em vão, usar uma dll chamada "user32.dll". Quando me pediu ajuda, disse-lhe que o 2 era minúsculo. Pouco depois perguntou-me o que era um 2 minúsculo.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

strike, dear mistress, and cure his heart

Na fila para o almoço perguntam-me se quero frango ou solha. Prefiro frango. Mete-me uma perna no prato e eu pergunto-lhe se não tem peito. Ela diz-me que não e abre a camisa mostrando-me a cicatriz da mastectomia.

new moon

eu:
achas que va de taxi?
ela:
ahah
ela:
tás com problemas!
eu:
sou demasiado bonito para andar de metro a esta hora
ela:
oh
ela:
eu ando
eu:
mas tu és gaja
eu:
qd muito violam-te
eu:
a mim podem-me bater
eu:
na cara

the ultimate adventure

Quando eu morrer espero que, nos jornais, façam referência a mim como "intelectual público".

underdog world strike

Prefiro o rego da Paula à Paula Rego.

un drôle d'escalier roulant

Ela: "O Pedro Mexia não está diferente? Terá cortado o cabelo?"
Eu: "Cheira-me a boob job".

nem tanto nem tão porco

Deus é o Pai Natal dos adultos.