quinta-feira, 1 de novembro de 2012

the bravest man in the universe

a gente:D

O povo é povo porque não percebe uma série de coisas. Antes de mais, há uma razão para o povo ser tratado por “o povo” e não por outro nome qualquer que lhe dê mais dignidade do que aquela que merece. Podia passar a enumerar estas mesmas razões, quer numa lista ordenada, quer numa lista desordenada, quer numa única frase em que cada item estaria separado por vírgula ou até ponto e vírgula, mas seria irrelevante porque quem me lê não é o povo e quem me lê sabe do que eu estou a falar. Deixarei isto em suspenso, qual solução num laboratório de química abandonado, como fazia o Otávio Machado. A rima não foi propositada. E como o povo não percebe uma série de coisas, o povo perpetuará a sua condição de povo e será sempre utilizado apenas e só para as estatísticas do desemprego, da SIDA e para receber subsídios variados que vêm dos impostos que pagam numa espécie de ciclo que só o próprio povo não percebe que é ele próprio que alimenta num espécie de enrabanço posto a jeito porque “já que aqui estou mais vale ser enrabado e depois ir à tourada ou ir ver o Benfica” a ser enrabado também por um clube desconhecido da terceira divisão russa que conseguiu apuramento para a liga dos campeões ninguém sabe muito bem como, menos o Otávio Machado. Por isto e mais alguma coisa, custa-me perceber como é que o povo fica numa mistura de indignação, choque e seborreia (porque o povo é dado a doenças de pele) quando o Francisco Assis veio dizer que “qualquer dia querem que o presidente do grupo parlamentar do PS ande de Clio quando se desloca em funções oficiais”. Como se ele não fosse bom de mais para um Clio. O povo acha que as pessoas que mandam são gente como ele que pode passar dois dias sem tomar banho ou até saltar refeições. Mas não. Quem manda, manda. E é muito mais fácil mandar quando se tem um bom carro e um bom telemóvel e roupas que assentam bem e fazem um gajo parecer mais alto e que pode até usar luvas. Porque um gajo fica cheio de confiança e chega e começa a mandar com muito mais qualidade. O povo como não manda nada é que não percebe isso e acha que mandar é só estar sentado em semi-círculo a jogar solitário. Mas não. Mandar é como engatar gajas. Se um gajo vai de Clio, tem de ter um bom telemóvel e roupa de marca para compensar. Ou personalidade. Mas hoje em dia, a personalidade é sobrevalorizada. Eu próprio já andei de Clio e sei como é. Fiquei todo apanhadinho dum lado, tive de fazer fisioterapia e a minha coluna encolheu tanto que parecia a dum anão. Felizmente, dava para levar de viagem e ligá-la ao iPod.

2 comentários:

RiS disse...

Gostei. Com ironia, mas também com ironia sobre a ironia generalizada. Estás sempre à frente de todos. Sem ti, não teria chegado aonde estou hoje.

juvenal, o anormal disse...

:| ou :D
não sei:|