segunda-feira, 29 de setembro de 2008

snake eyes

Era tão bom croupier que não tomava os dados como adquiridos.

domingo, 28 de setembro de 2008

anak

Na festa de anos da Amy Winehouse estavam a dar crack à toa.

let me give it to you

Legendary.blogspotter.com e Legendary Tiger Man cruzaram-se no Incógnito e eu disse-lhe o que havia a dizer "és o maior".

sábado, 27 de setembro de 2008

lucy

A minha avó é como os primeiros dias de Outono. De vez em quando também larga umas gotas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

1006

Poucas árvores de Natal levam tantas bolas como o queixo do Cláudio Ramos.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

1005

O acontecimento mais raro de sempre é o Cláudio Ramos não ter uma pila na boca.

1004

A melhor coisa que posso dizer do Cláudio Ramos é que parece uma mulher. A pior é que eu gosto de mulheres.

1003

O Cláudio Ramos faz qualquer um ser a favor do aborto.

1002

A nóstanásia é a morte provocada para prevenir o sofrimento dos outros. A nóstanásia é a eutanásia do Cláudio Ramos.

1001

Sou a favor da eutanásia, em especial se for a do Cláudio Ramos.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

1000

Algumas pessoas dizem que sou desequilibrado. Não percebo porque dizem iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... sso.

sábado, 20 de setembro de 2008

headache

Ele: "O cego da bengala e do ferrinho da linha verde mudou a cantilena".
Eu: "É o primeiro single do segundo álbum".

@adamastor

Aquilo é um gajo ou uma gaja a dançar? É para saber se me sinto confortável com a minha erecção.

guitar hero

O Jack White, fora de palco, está sempre na palheta.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

irreversível

Repeti aquilo tantas vezes para mim que achei que conseguiria dizê-lo. Temos de falar. Tinha tudo pensado. Temos de falar. Todas as discussões começam com um “temos de falar”. Toda a gente começa uma discussão séria com “temos de falar”. Temos de falar, porra. Tinha de falar com ela. Ter-me-ia sentado. Já calçado e com roupa para sair. O casaco bem dobrado sobre o braço com o forro para fora, como fazia o meu avô. Acenderia um cigarro e faria aquele ar grave, deixando uma nuvem no ar que se dissiparia com o que tinha para lhe dizer. Não consegui. Sentia o isqueiro no bolso mas nem sequer sabia do maço. Larguei apenas um “vou embora”. Rolou pelo chão da sala até bater no sofá. A televisão debitava qualquer coisa sobre uma aldeia bombardeada e um miúdo sem braços a sangrar como uma torneira de um quintal esquecida a correr num dia de Verão no meio do campo. Ela disse-me qualquer coisa. Não percebi o quê, exactamente. Perdi-me a pensar se ficariam do mesmo tamanho, os cotos. Afinal somos obcecados pela simetria. Ou tentar, pelo menos, fazer um coto bonito. A terminar em bico, ou na forma de um monumento qualquer. E não simplesmente enrolados para dentro, como um chouriço pendurado do tecto de madeira falsa de uma charcutaria. Senti-me feliz por não viver num país daqueles. Gosto muito mais do meu sofá de pele e de ver o mundo pela televisão sentado nele. Quando o mundo me cansa, desligo. E a televisão também. Retomei-a de novo. Inocente, repetiu a pergunta: “vais sair com os teus amigos?”. “Não”. Levantei um pouco a mala como quem diz vou embora para sempre. Ia embora para sempre. Ela olhou sem perceber. Tornou a olhar para mim e depois para a mala. Mais uma vez para mim e outra para a mala. Ainda mais uma para mim e uma terceira para a mala. Já chega, minha puta. Como se me ouvisse, parou. Viu também o abajour do candeeiro do quarto de que eu tanto gostava. Fechado na arrecadação porque “não ficava bem com os cortinados e depois quando a tua mãe vier cá vai dizer que eu sou uma puta sem gosto”. Mas és. És uma puta sem gosto. Por alguma razão ficaste comigo. Ouviste? Uma puta sem gosto. As vezes que pensei isto. Nunca lhe consegui dizer. Senti o espasmo da compreensão como uma bala a perfurar-lhe o corpo envelhecido pelos cigarros e pelo gin. Eu avisei-te, passa velha, gritava-lhe eu do fundo da minha cabeça. Com o meu melhor sorriso ensaiado tantas vezes quando sentia aqueles picos de ódio por todos os litros de creme que ela espalhava naquela pele ressequida, como uma fatia de presunto deixada ao sol. Não chega meter a escova no mesmo copo. Tantas vezes te avisei de manhã que, quando fosses cagar, fechasses a porta da casa de banho. Não é só pelos traques prolongados, a começar em sssstttttt e acabar em pprrrfffttt splat!, quando o quilo de poia batia na loiça da sanita disparado pelos gases que tinhas de toda a carne vermelha que consumias. Com esses eu consigo viver. Afinal dá-los na cama desde o dia em que nos conhecemos. Estavas tão bêbada que perdeste o controlo do esfíncter. Tive de te meter uma fralda para não me cagares os lençóis de linho. Eu esforcei-me por te impressionar. Vesti boxers. Calcei as meias boas. Vesti os pólos de marca. Engraxei os sapatos. Levei-te a restaurantes que nem sonhavas que existiam. Apresentei-te os meus amigos dos empregos decentes. Lavei os dentes duas vezes antes de me deitar. Eu tinha-te fodido esse cu se a unha não viesse castanha. É pelo cheiro. É por puxares meio autoclismo. Usares o piaçaba e deixá-lo a pingar, com os teus bocados de merda mole e amarelecida com pinhões e milho que passam incólumes pela tua má digestão, para o chão. Passas por cima com as pantufas que tresandam a chulé. Esfregas bem e pensas que desaparece. Por também serem castanhas. Achas que o risco no chão da casa de banho, se acompanhar as riscas do mármore, até passa despercebido. É por comeres de boca aberta e não teres esse dente a seguir ao canino onde se vê a alface a querer sair. A maionese com que ensopas as batatas fritas a espirrar por esse dente que já foi. É por te sentares nos sofás de pele que me custaram os olhos da cara com essa cona mal aparada a espumar muco da foda que não te mandei. É por deixares apenas uma bolacha no pacote e fazeres esse ar de cu mal fodido quando eu te pergunto porque não o acabaste. É por usares a minha gillette para rapares os pêlos das pernas por preguiça de não ires comprar a tua. É pelas migalhas de bolacha que sacudias do teu lado da cama para o meu. É por usares frases como “a pessoa depois vai ao engano”, “isso o que tem de ser tem muita força”, “com estes olhos que a terra há-de comer” e “as coisas são como são”. É por nunca teres dinheiro no telemóvel, “se calhar telefonas tu a marcar, não?”. Claro que telefono eu. Sou sempre eu, sua puta. Sempre que jantamos fora esqueces-te da carteira. Sempre que jantamos fora pedes-me que te leia a ementa porque estás muito cansada ou dói-te a cabeça. De quê? De não fazeres nada o dia todo? Da merda de emprego que tens na função pública? Onde entras quando queres e sais quando te apetece? “Querido, diz ao empregado que o meu bife tem um pintelho”. Como sabes que é um pintelho, minha puta? Invariavelmente, o pintelho desaparece antes do empregado chegar. O bife vai para trás e assim surge um “leva-me a casa”. Mas o Jorge está à nossa espera. Que se foda o Jorge e a namorada nova. Quando eu queria ficar dizia “antes não eras assim”. E olhava pela janela do carro como se lá fora fosse a cidade mais bonita. Antes também não eras essa puta em que te tornaste. Tinha de voltar também. Não vale a pena. Nunca gostou dele. Nunca gostou de nenhum dos meus amigos. Só gostava do Mateus. Suspeito que seria por não ter uma perna. Gostava de se sentir tão amiga dos deficientes. De lhes fazer caldo e levar a comida à boca. Se não fosse assim uma deficiência que se visse à mesa do jantar. Costumava dizer aos amigos dela “o Mateus é um deficiente daqueles com quem se pode comer à mesa”. Não era como os outros. Que se babavam para dentro da canja de galinha. Ou sofriam de macrocefalia. Não ter uma perna não dava vontade de vomitar. Desde que estivesse debaixo da mesa. E dentro dumas calças. “Queres que te arranje o peixe, Mateus?”. O peixe. Ele que não tinha uma perna. Ela tratava-o como se ele não tivesse os dois braços, epilepsia, gonorreia e psoríase. Até ao dia que, na piscina, saltaram os dois para dentro de água. A prótese soltou-se e o coto bateu-lhe na boca. Vomitou-se que nem um porco com tinha ainda dentro da piscina. Diz quem viu que parecia uma nebulosa. Com feijão e bocadinhos de pepino cortado ao comprido em suspensão, bailando como o Rudolf Nureyev, antes de ter SIDA e morrer que nem um cão numa sarjeta qualquer de uma cidade portuária russa com uma garrafa de vinho numa das mãos e os sonhos perdidos na outra. Tive de lhe dar banho. Desinfectar-lhe a boca com álcool e dar-lhe um comprimido para dormir. “Prometes que nunca mais trazes o Mateus cá a casa?”. Tive de prometer. “Dorme, meu anjo”. Apaguei a luz e saí. A prótese do Mateus ainda boiava na piscina, rodeada de bocadinhos de vomitado que se começava a espalhar e a ser renovado pelo filtro de água. Teria de vender a casa. Nem que mudasse toda a água e pintasse a piscina de amarelo, ela lá entraria de novo. Sabe-se lá o que se passaria nos canos. Se daqui a muitos anos ainda houvesse bocadinhos de pepino metidos no filtro que pudessem surgir boiando na água como a ejaculação de um preto numa piscina pública para a perna duma criança que brincava inocentemente com a bóia nova. Não conseguimos juntar prótese e coto. Remendámos com fita-cola castanha. “Nem se nota”, dissémos. Era quase da cor da pele. Pobre Mateus. Nem sabia que era a última vez que vinha cá a casa. Eu, o seu único amigo, já o tinha proibido de entrar em casa descalço. Ela arrepiava-se com o “tum, clac, tum, clac, tum, clac” que fazia ao andar. Agora era para sempre. Adeus, Mateus. Espero que tenhas uma boa vida. Ele compreenderia. Os tipos com menos uma perna compreendem sempre. É como se a compreensão fosse inversamente proporcional ao número de pernas. Com os braços já não é assim. Um tipo sem um braço fica ofendidíssimo quando lhe queremos descascar um pêssego. Um tipo sem os dois braços insiste sempre em trinchar o peru.
É pelas noites que não me deixaste sair e fizeste essa cara de camafeu mal parido. É por forrares o balde do lixo com as minhas revistas de carros. “Isso já não interessa a ninguém e além disso são da semana passada”. É por dizeres teelvisão. É por quereres estacionar sempre no primeiro lugar que aparece porque “depois pode não haver”. É por achares que há sempre trânsito na segunda circular.
Eu não sou isso. Não te quero mais. Gostava de gostar que fosses feliz. Mas não. Espero que apodreças sozinha como um animal deixado a morrer ao sol no meio do deserto.

Depois do espasmo levantou-se. Ia-me dizer qualquer coisa mas ficou ali apenas. Com aquela cara de pária. A olhar-me. Como se sempre tivesse sabido. Fechou a boca. E sentou-se. Escondeu a cara e começou a chorar. Conseguia ouvir os seus soluços. Apesar de, na televisão se gritar ainda por qualquer coisa em algum país daqueles dos turbantes e areia. Era árabe. Por isso uns gritos e uns tiros de AK47 para o ar podiam significar qualquer coisa. Alegria, tristeza, vingança, ódio, ócio, o apuramento para o Mundial, a crise na indústria dos lacticínios. Noutros tempos ter-me-ia aproximado. “O que foi, amor? Anda. Não fiques assim”. Desta vez não podia. Desta vez afastei-me. Saí da sala. Fui ao quarto. Peguei nas chaves do carro. Olhei em volta e pensei “estou livre”. Liguei-lhe... já estaria a dormir? Ainda não. Tinha-lhe dito que era hoje. “Ana? É mesmo hoje”. Ouvia-a sorrir pelo telefone e dizer que me esperaria acordada. Virei-me para sair. Poisei a mala e vesti o casaco. Os cigarros estavam em cima da cómoda. Aquela puta fumava dos meus. Meti um à boca mas já não estava na boca quando o tentei acender. O braço não obedecia e estava torcido atrás das costas. Onde estava a porta da rua? O cigarro no chão. Rolou até ao rodapé. Alguma coisa quente escorria-me pela testa. Percebi com horror que uma sombra se levantava de novo. Já não senti a segunda machadada. Só a escuridão. Há sempre riscos em descasar com a filha de um bombeiro.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

suicide & redemption

Um preto sabe que mora numa casa realmente espaçosa quando põe a pila de fora na sala e ela continua dentro da sala.

espaço, a última fronteira

Comprei uma versão tão especial do 2001 que se chama 2002.

going down, sir

A minha vida é a depressão total. A pessoa mais conhecida que eu vi assim de sempre na rua foi o Fernando Tordo.

domingo, 7 de setembro de 2008

100 days, 100 nights

Paralímpicos: 1.100 controlos antidoping previstos

O Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim (BOCOG, na sigla em inglês) anunciou quinta-feira que vai realizar cerca de 1.100 controlos antidoping durante os Jogos Paralímpicos, que começam sábado.

in Diário Digital

Ok. Como se faz controlo antidpoing a mongos? Deixa cá ver se o coto é verdadeiro? Esse olho não parece de vidro? Se tens dois sapatos queres-me fazer crer que só tens uma perna? Midget?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

i'm only sleeping

Os Lexotans dão a mesma paz interior que a Yoga.

mexican radio

Numa rixa de rua, fugimos todos dos mexicanos. Eram os únicos com tacos.

here, there and everywhere

Tentaram reanimá-lo mas o maneta da minha rua já não tinha pulso.