sexta-feira, 29 de abril de 2011
silence is a blessing
O estacionamento perpendicular de Smarts é como quando um gajo pensa que vai foder e acaba apenas a tomar o pequeno-almoço.
liza jane
Devia-se pintar as garagens e os carros das mulheres da mesma cor.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
dd-5
É por causa daquela merda de "nascer de novo" que o meu primo anda sempre de barba feita.
like little willie john
O meu relógio é tão macho que em vez de "pi pi" à hora certa, faz "co na".
driving death valley blues
Joguei ao "o último a desviar-se é estúpido" com um pombo. Ir de carro foi uma vantagem.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
label
Playstation: Hacker violou dados de 77 milhões de jogadores.
E ninguém sequer ligou.
E ninguém sequer ligou.
terça-feira, 26 de abril de 2011
why not?
Se os 30 são os novos 20, os 20 são os novos 10 e eu ando a fantasiar com a minha vizinha de 5.
sábado, 23 de abril de 2011
midnight to 666
A minha avó tinha a tiroide tão inchada que quando o meu avô a comia perguntava: "who's your bócio?".
sexta-feira, 22 de abril de 2011
the beaten side of town
Um arrumador pediu-me um euro para uma sandes de fiambre e eu disse-lhe que se Deus soubesse que comia carne na Sexta-feira Santa, a fome seria o menor dos seus problemas.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
cherish the light years
O meu primo parece a CP em dia de greve. Tem uma paralisação de 92%.
kk
Judas Priest perdem guitarrista.
Eu já perdi o guarda-chuva no metro e foi parar ao Marquês.
Eu já perdi o guarda-chuva no metro e foi parar ao Marquês.
terça-feira, 19 de abril de 2011
the victor
Quando se morre, vai-se para um sítio melhor. Quando se sai da Brandoa também.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
mountain
Última Ceia aconteceu numa quarta e «não numa quinta-feira».
Toda a gente sabe que é muito mais fácil marcar uma mesa a meio da semana do que na véspera de um feriado.
Toda a gente sabe que é muito mais fácil marcar uma mesa a meio da semana do que na véspera de um feriado.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
rent
Fui ver uma exposição de ficção científica no São Jorge e não estava lá o castigo do Jorge Jesus.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
budapest living
Devia haver uma profissão que era estar de férias. E em cada país votava-se numa pessoa para ter essa profissão. Mas nem toda a gente podia votar. Só algumas pessoas e essas pessoas iam votar em mim porque viam logo que eu era a melhor pessoa a estar de férias. Porque seriam olheiros como no futebol e viam "fónix, vê-se mesmo que é a melhor pessoa de Portugal a ir de férias" e davam nota máxima. E depois era só dizer para onde queria ir e pagavam-me buédesda guita para eu ir a sítios e experimentar as cenas. E depois eu escrevia sobre as experiências, mas não tinha de ser tudo verdade. Podia-se meter coisas meio inventadas, como o Fernão Mendes Pinto fez na Peregrinação e safou-se porque até o meu primo, que é meio atrasado e ainda está no 8º ano, começou a dizer que tinha sido o apresentador do Preço Certo a ir à China mas eu disse-lhe que não podia ser mas ele insistiu que sim e eu disse que já se tinha tentado metê-lo num avião mas que tiveram de tirar os parafusos todos da fuselagem para ele conseguir desarmar da porta. E eram publicados numa revista mundial mas eu não tinha de me preocupar com a tradução. Não. Eram pessoas responsáveis por isso. E havia uma votação a nível mundial da melhor pessoa a ir de férias. Mas não é férias como trabalhar na função pública. Que a pessoa pode passar o dia todo sem fazer nada e chega ao fim do dia e ainda recebe o dinheirinho bom e ainda reclama como faz aquele tipo do bigode da FENPROF que me parece ser o responsável maior pela crise. Está sempre a aparecer na televisão. Vê-se mesmo que é uma espécie de cunha e que conhece outros comunistas em sítios que lhe fazem o jeitinho porque os comunistas são muito uns para os outros e é gente muito dada à cunha. Mas agora vem aí o FMI e, à boa maneira do Carlos Queiroz, vai ajudar a "limpar a porcaria que há na Federação" e vai deixar de se poder fazer almoços de três horas e meia e ir ao cabeleireiro de tarde fazer madeixas cor de amêndoa e pedir a alguém que pique o ponto.
Como eu agora estive de férias e toda a gente viu que eu era bom nas férias, porque até houve uma pessoa na rua que me disse “você não é o André?, aquele que é muito bom a estar de férias?” e eu disse que não era porque estava com roupa de fim-de-semana e não queria que julgassem que tinha a roupa toda a uso. E também porque tenho tempo porque isto a pessoa vai no avião e o senhor hospedeiro deu um papelinho para a menina brincar daqueles em que a pessoa vota no vôo e que depois vão direitinhos para o caixote do lixo mas o senhor hospedeiro fez a menina sentir-se tão especial perguntando naquele tom de voz paneleiro tão típico dos franceses "est que vous parle français, mademoiselle?" e eu disse-l'e logo "français a cona da tua mãe ó francês paneleirão" e ele começou a chorar e perdeu uma guerra qualquer. Provavelmente a guerra contra a prisão de ventre porque veio logo um travo a cu tão típico dos franceses. E dos paneleiros.
Então isto começou quando as pessoas quiseram ir de férias. E, depois de muito pensar, escolheu-se Budapeste mas com a ideia logo de ir a outros sítios porque diz que o húngaro é como o francês, muito dado a perder guerras, pouco amigo do banho e com uma rede de transportes muito boa que a pessoa pode logo ir a outros países e fica muito em conta.
Já dizia a minha avó que eu era uma pessoa muito moderna porque andava com as calças rasgadas e ela uma vez veio com uma tesoura tentar cortar os bocadinhos de ganga que saíam das calças e depois também disse para eu deixar lá aquelas calças para ela coser mas eu não deixei porque disse que era assim que se usava agora e ela disse-me que eu era muito moderno e eu respondi "pois sou, Bó, pois sou". E de tão moderno que sou, fui e comprei os bilhetes na internet que diz que agora há lá de tudo até sexo com animais. Não que eu saiba. Mas tenho um amigo que tem um amigo que tem um primo que já viu e diz um site de brasileiras com cães mas que era só um vídeo de demonstração e que para os outros com mais de dois minutos é preciso a pessoa registar-se e para se ver mais de vinte vídeos por dia é preciso meter o número do cartão de crédito mas nisso eles já não o fodem mais porque ele meteu e no dia a seguir estavam a usar o cartão dele na Rússia.
Depois de comprados os bilhetes e de ter passado o tempo que faltava para as férias e de se ter feito o "chiquinho" na internet, foi só chegar ao aeroporto e apanhar o avião, onde se começou logo a ver que o húngaro não é pessoa muito dada ao banho e ao uso de champô e ao uso de línguas para além do húngaro e da linguagem gestual.
O aeroporto é muito pequenino e estavam sempre a vir charters de outros países, provavelmente porque o Feréncvaros comprou o melhor jogador desses outros países e agora devem estar a fazer um montão de guita em museus e restaurantes.
Quando a pessoa começou a entrar em Budapeste, começou logo a ver que as húngaras são gente muito dada à madeixa e à unhaca comprida em bico que deve dar um jeitão quando a pessoa fica com cocó preso daquele que nem vai para um lado nem para o outro e depois ainda considera meter o dedo mas vê-se mesmo que não vai resultar porque o que dava mesmo jeito é uma unha daquelas. As roupas parece que são tiradas dum mau videoclip dos anos 80. Munto leopardo, munta tigresa, munta meia branca, munta legging a deixar ver o tufo que nunca deve ter visto um lâmina a não ser quando ainda se tirava o clítoris. Que o húngaro é dado a isso. E as calças, senhor, as calças. Se em Portugal, o odivelense é dado à calça rasgada e desbotada, a húngara é só o que usa. E quanto mais justo e mais números abaixo melhor. O húngaro mais velho não entende nada de inglês e gosta muito de falar por gestos e acha que quanto mais alto fala mais fácil é de entender e compra roupa por atacado.
Os húngaros, apesar de serem mais atrasados que os mongolóides, gostam muito de ter hipermercados abertos vinte e quatro horas. Onde se pode comprar laticínios de várias espécies, enchidos e roupa. Os húngaros desconhecem o peixe. Muito menos o fresco e quando se pede peixe no restaurante começam a dizer que o peixe é uma invenção da Coca-cola.
Depois de fazer o jantar, as pessoas foram até à cidade ver os húngaros de perto. E até há húngaros que se vê que tomam banho de três em três e até de dois em dois dias (os mais cosmopolitas). Os bares parecem o Porto. Está tudo porco e podre e os copos são lavados em alguidares para onde são atirados os restos de cerveja das outras pessoas. E não se ouve rock n' roll em lado nenhum. Vê-se mesmo que o Adolfo Luxúria Canibal nunca tinha saído de Braga e aposto que nem vive em Paris mas sim num anexo em casa dos pais com um poster da torre Effeil e um cheiro a queijo que vem da tulha onde metem as meias com muito uso. E fazia isto para as pessoas pensarem que era muito viajado e que estava a concorrer para o título de pessoa mais viajada do Norte. Eu nunca acreditei. Porque toda a gente sabe que só em Lisboa é que se trabalha e que no Norte ninguém tem dinheiro para andar de carro e têm de andar num elétrico que é igual ao nosso 15 mas como eles nunca vieram a Lisboa não sabem e vivem à custa de subsídios e dos impostos de quem trabalha.
Por causa do jet lag, as pessoas foram dormir cedo e acordaram ainda mais cedo porque faz luz quase às 5 da manhã. Que é um bocado ao contrário do estádio da Luz onde escurece pelas oito da noite.
No dia a seguir, fomos ver as terras da Hungria. Em direção ao norte que era para se poder comparar com o nosso Norte e veja-se bem que as pessoas são muito dadas à gengiva despida e ao fato de treino de poliéster que usam para passear. Havia também uns barcos e uma ponte e depois uma aldeia chamada Eslováquia que parece ter parado nos anos 60 (do século dezanove), mas na parte má de não aparar os pintelhos e não na boa de haver muito lsd e erva sem chá misturado. Na Eslováquia, o regime só deixa as pessoas alimentarem-se de gelados. E então, a rua principal da Eslováquia é só geladarias e lojas onde se vende t-shirts, detergentes, torradeiras e são cabeleireiros também, daqueles onde ainda se usam ferros quentes e depois as mulheres (podem ser homens porque na Eslováquia não se percebe muito bem quais são os homens e quais são as mulheres, mais ou menos como no Porto) ficam com alopécia aos 15 e andam na rua a pedir dinheiro como se tivessem cancro. Mas não.
No regresso da aldeia da Eslováquia, ultrapassámos um burro, duas vacas e um camelo. O burro é o veículo mais rápido da Eslováquia tirando o nosso carro que as pessoas achavam que vinha do futuro.
Nesse dia já não saímos e comemos um prato típico da Hungria. Massa com tomate e mozzarela.
O dia amanheceu radioso, mas desta vez quase às 4 da manhã porque na Hungria acontecem coisas aleatórias e as pessoas trabalham quase todos nas minas de carvão e têm um fuso horário deslocado de toda a gente para parecer que fazem muito. Mas quando apanhámos o metro e íamos na rua, via-se bem que não fazem nada. É mesmo um povo à espera de ser invadido. Havia um caderninho onde se definia o que fazer no dia. O cumprimento deste esquema, que tinha setas e tudo, nem sempre era obrigatório porque havia muitos sítios para beber cerveja e a pessoa sofre de uma condição que o médico já disse que o melhor é beber cerveja descansado, de preferência em esplanadas. Até há um atestado com isso. Havia também uma igreja escavada na rocha porque os húngaros é gente pouco dada ao trabalho e então preferem ratar a rocha para não terem de fazer paredes e depois não deixam as pessoas entrar porque há missa mesmo para depois poderem cobrar o 'nheirinho bom às pessoas. Mas as pessoas são muito espertas e foram lá noutro dia quando não havia ninguém à porta mesmo à chico-esperto. Havia também um labirinto que tinha chineses e estátuas e uma marca com um sapato que era tudo dentro dum bairro tipo a Graça mas em arranjado e sem aquele fosso genético tão típico. A vista era boa e estava lá um homem igualzinho ao vocalista dos UHF a tirar fotografias e nós pensámos "queres ver que agora com a crise já exportamos as pessoas sem talento?". Mas não. Era um careca que estava à espera para tirar uma boa fotografia.
A coisa que eu gostei mais em Budapeste foi o comer. Como os húngaros são gente muito pobre e que não tem dinheiro para comer, sobra sempre imensa comida e enchidos que eles dão aos estrangeiros mesmo a convidar para a invasão. E então as comidas mais famosas são: o goulash (que é guisado de vaca mas com picante e fica-se assim um pouco a pintar à pistola), o pato e o ganso que eles apanham nos jardins públicos quando é altura da migração. Mas só as pernas. O resto não se sabe muito bem o que fazem. E paga-se numa moeda que ninguém sabe muito bem quanto vale que se chama forint. O forint é a moeda mais fraca do mundo. Um euro vale para aí três milhões de forints e quando se abanava uma nota de euros aos húngaros eles largavam logo uma gota ou duas mas não se notava porque já tinham largado gotas desde o último banho. E o poliéster ainda é impermeável na Hungria.
Havia uma terrinha lá ao pé que se chama Viena. E comboios que iam lá dar onde se vai com gestos. A pessoa diz por gestos "terra daquele senhor do bigode que vos invadiu" e eles sabem logo. O comboio era bom e tinha muitas condições. E chegados a Viena fomos ver o museu do Clint. Que não estava em casa, pelo menos foi o que nos disseram quando perguntei se estava a filmar. Mas começaram a dizer que não era esse Clint e que era um que pintava. Os transportes em Viena funcionam muito bem e têm muitas condições. E a pessoa pode ir dum lado para o outro e ver muitas coisas só alapada nos transportes. Os vienenses são gente muito dada à cultura e, por isso, têm muitos museus de arte moderna e antiga que se pode ver. A pessoa, como é muito moderna (ver parte da avó umas linhas acima), viu dois museus de arte moderna que tinham quadros com riscos e vídeos de pessoas a atirar carne umas às outras.
O comer em Viena é só salsichas e panados. E depois havia uma pensão que se marcou pela internet e que era no quarto andar de um prédio mas que era muito lavadinha. E quase nem se sentia as pulgas.
No dia a seguir houve mais museus e jardins e um parque de diversões onde estava uma vienense a vomitar lá de cima de um looping e caiu cá em baixo no chão (o vómito, não a vienense) e depois as pessoas que iam a passar riram muito deste acontecimento. Depois de duas ou três diversões daquelas que não há risco de se vomitar, as pessoas foram ao cemitério do Moe Zart. Um ator muito conhecido lá na zona e que fez um filme com o Xevarzenegar mas estava fechado porque os vienenses também é gente que gosta muito pouco de trabalhar e saem às 17 como a função pública em Portugal. Mas sem vir o FMI e meter metade deles no olho da rua.
O comboio de volta era da Roménia. E era uma esterqueira. Parecia o Porto. Mas com romenos e gente que nunca viu um sabão e não deve ter guarda-roupa para o fim-de-semana. Conseguimos terminar esta parte da viagem sem apanhar piolhos ou hemorróidas. Porque a única coisa que separava o meu esfíncter de princesa daqueles bancos nojentos de comboio romeno era umas calças de gança, uns boxers e um bocado de celofane que vinha na sandes que comprei só para meter entre mim e o banco.
De volta à Hungria o dia amanheceu com muito vento mas sol. Se há coisa que a Hungria produz em quantidades superiores a qualquer outro país é anões. E até há símbolos na estrada a dizer "cuidado! passagem de anões" e estes não podem entrar em instituições públicas. Como o parlamento onde fomos e estava vazio porque lá, como cá, não se faz grande coisa no parlamento a não ser tentar perceber como é que o Paulo Portas com aquele cabelo tão ralo consegue parecer que tem uma cabeleira daquelas de fazer inveja ao vocalista dos UHF. No parlamento era tudo feito e pintado por húngaros famosíssimos. Eu ainda disse à senhora que falava que o único húngaro que conhecia era o sortido mas ela disse que não sabia quem era e eu disse que quando ela viesse cá à terra para ir ao Sequeira (e expliquei que era uma pastelaria muito jeitosa na Duque “Dável”) e pedir. Derivado ao cansaço, comprámos cinquenta sandes para usar o celofane e deitar na relva de um parque muito grande que eles lá têm e que se vê mesmo que é para não terem trabalho a construir prédios e pontes de betão. Como eu agora sou um autor de música eletrónica minimalista, fomos a um concerto deste género ver como estão os húngaros neste campo. Mas vê-se mesmo que tudo o que fazem é baseado no meu primeiro álbum que deve sair em Fevereiro de 2013.
Os húngaros têm uma casa onde faziam quizes no antigamente. Apanhavam judeus, que na altura já eram gente muito má, e comunistas, que eram tão maus como os judeus mas sem a parte de se lavarem, na rua e davam-lhes na cara até eles responderem. Era um passatempo que tinha muito sucesso e ficámos a saber que aquele homem tão bom e que a história tão maltrata desfilou pelas ruas de Budapeste depois de conquistar aquilo sem ter de fazer quase nada e depois os russos mataram muito mais gente mas os judeus conseguem esconder esse fato armando-se em coitadinhos só porque eles foram feitos em sabonetes e os outros não. Apesar disso, o húngaro continuou sem tomar banho e então veio um presidente que fez várias casas de banhos onde os húngaros vão para se lavarem por baixo e cheira a peido quase em todo o lado e ainda nos roubaram uma toalha e depois viu-se um português daqueles que une o remoínho do cabelo aos pêlos do cu, que disse ao bom estilo nacional "isto não é nada de especial". Depois fomos a casa fazer o comer e jantar e sair com locais. Os locais gostam muito do fato de treino e de palinka que é uma espécie de aguardente que eles lá bebem e eu disse logo "isto vê-se mesmo que é imitação da nossa" e a cerveja escorrega que é uma maravilha. Parece que a pessoa tem um oleado dentro dela que faz a cerveja escorrer mais depressa. O meu médico ficará orgulhoso.
Os húngaros são um bocado como o Zé Pedro, muito dados ao cavalo. E vai daí fazem corridas e dá para apostar mas é tudo combinado pela máfia russa. E eu como sou muito dado a apostas, disse logo que havia um cavalo que ia ganhar e ganhou e os russos começaram logo a falar por auriculares uns com os outros e começámos a ver a coisa negra, como a Floribela quando leva no cu, e achámos que o melhor era perder as próximas apostas para fingir que não percebíamos muito da coisa mas estávamos combinados com a senhora das apostas e depois fizémos para ganhar a última e fomos embora com os bolsos cheios de dinheirinho húngaro e ainda tivémos de despistar a máfia russa numa perseguição de automóveis digna de um filme. Com o dinheirinho das corridas, fomos jantar fora e à ópera que não era ópera mas era ballet e confesso que senti algum relaxamento ao nível da elasticidade do esfíncter que penso ter recuperado com muita coçadela de colhão, cuspidela no chão e aguardente velha. A história era sobre como as mulheres são umas cabras e havia sempre frango assado a ir e a vir e homens de collants e chinesas que não se sentavam nem paravam de tirar fotografias e depois acabou tudo em bem.
As pessoas voltaram numa companhia francesa de avionagem e comeram umas sandes que não tinham nem isto *gesto de encostar a unha do polegar no último buraquinho onde dobra o mindinho* de queijo e ficaram muito contentes e pensam voltar um dia. Ou arranjar maneira de viver de subsídios, como fazem os ciganos, a população inteira do Norte e os artistas para poder estar sempre de férias.
Como eu agora estive de férias e toda a gente viu que eu era bom nas férias, porque até houve uma pessoa na rua que me disse “você não é o André?, aquele que é muito bom a estar de férias?” e eu disse que não era porque estava com roupa de fim-de-semana e não queria que julgassem que tinha a roupa toda a uso. E também porque tenho tempo porque isto a pessoa vai no avião e o senhor hospedeiro deu um papelinho para a menina brincar daqueles em que a pessoa vota no vôo e que depois vão direitinhos para o caixote do lixo mas o senhor hospedeiro fez a menina sentir-se tão especial perguntando naquele tom de voz paneleiro tão típico dos franceses "est que vous parle français, mademoiselle?" e eu disse-l'e logo "français a cona da tua mãe ó francês paneleirão" e ele começou a chorar e perdeu uma guerra qualquer. Provavelmente a guerra contra a prisão de ventre porque veio logo um travo a cu tão típico dos franceses. E dos paneleiros.
Então isto começou quando as pessoas quiseram ir de férias. E, depois de muito pensar, escolheu-se Budapeste mas com a ideia logo de ir a outros sítios porque diz que o húngaro é como o francês, muito dado a perder guerras, pouco amigo do banho e com uma rede de transportes muito boa que a pessoa pode logo ir a outros países e fica muito em conta.
Já dizia a minha avó que eu era uma pessoa muito moderna porque andava com as calças rasgadas e ela uma vez veio com uma tesoura tentar cortar os bocadinhos de ganga que saíam das calças e depois também disse para eu deixar lá aquelas calças para ela coser mas eu não deixei porque disse que era assim que se usava agora e ela disse-me que eu era muito moderno e eu respondi "pois sou, Bó, pois sou". E de tão moderno que sou, fui e comprei os bilhetes na internet que diz que agora há lá de tudo até sexo com animais. Não que eu saiba. Mas tenho um amigo que tem um amigo que tem um primo que já viu e diz um site de brasileiras com cães mas que era só um vídeo de demonstração e que para os outros com mais de dois minutos é preciso a pessoa registar-se e para se ver mais de vinte vídeos por dia é preciso meter o número do cartão de crédito mas nisso eles já não o fodem mais porque ele meteu e no dia a seguir estavam a usar o cartão dele na Rússia.
Depois de comprados os bilhetes e de ter passado o tempo que faltava para as férias e de se ter feito o "chiquinho" na internet, foi só chegar ao aeroporto e apanhar o avião, onde se começou logo a ver que o húngaro não é pessoa muito dada ao banho e ao uso de champô e ao uso de línguas para além do húngaro e da linguagem gestual.
O aeroporto é muito pequenino e estavam sempre a vir charters de outros países, provavelmente porque o Feréncvaros comprou o melhor jogador desses outros países e agora devem estar a fazer um montão de guita em museus e restaurantes.
Quando a pessoa começou a entrar em Budapeste, começou logo a ver que as húngaras são gente muito dada à madeixa e à unhaca comprida em bico que deve dar um jeitão quando a pessoa fica com cocó preso daquele que nem vai para um lado nem para o outro e depois ainda considera meter o dedo mas vê-se mesmo que não vai resultar porque o que dava mesmo jeito é uma unha daquelas. As roupas parece que são tiradas dum mau videoclip dos anos 80. Munto leopardo, munta tigresa, munta meia branca, munta legging a deixar ver o tufo que nunca deve ter visto um lâmina a não ser quando ainda se tirava o clítoris. Que o húngaro é dado a isso. E as calças, senhor, as calças. Se em Portugal, o odivelense é dado à calça rasgada e desbotada, a húngara é só o que usa. E quanto mais justo e mais números abaixo melhor. O húngaro mais velho não entende nada de inglês e gosta muito de falar por gestos e acha que quanto mais alto fala mais fácil é de entender e compra roupa por atacado.
Os húngaros, apesar de serem mais atrasados que os mongolóides, gostam muito de ter hipermercados abertos vinte e quatro horas. Onde se pode comprar laticínios de várias espécies, enchidos e roupa. Os húngaros desconhecem o peixe. Muito menos o fresco e quando se pede peixe no restaurante começam a dizer que o peixe é uma invenção da Coca-cola.
Depois de fazer o jantar, as pessoas foram até à cidade ver os húngaros de perto. E até há húngaros que se vê que tomam banho de três em três e até de dois em dois dias (os mais cosmopolitas). Os bares parecem o Porto. Está tudo porco e podre e os copos são lavados em alguidares para onde são atirados os restos de cerveja das outras pessoas. E não se ouve rock n' roll em lado nenhum. Vê-se mesmo que o Adolfo Luxúria Canibal nunca tinha saído de Braga e aposto que nem vive em Paris mas sim num anexo em casa dos pais com um poster da torre Effeil e um cheiro a queijo que vem da tulha onde metem as meias com muito uso. E fazia isto para as pessoas pensarem que era muito viajado e que estava a concorrer para o título de pessoa mais viajada do Norte. Eu nunca acreditei. Porque toda a gente sabe que só em Lisboa é que se trabalha e que no Norte ninguém tem dinheiro para andar de carro e têm de andar num elétrico que é igual ao nosso 15 mas como eles nunca vieram a Lisboa não sabem e vivem à custa de subsídios e dos impostos de quem trabalha.
Por causa do jet lag, as pessoas foram dormir cedo e acordaram ainda mais cedo porque faz luz quase às 5 da manhã. Que é um bocado ao contrário do estádio da Luz onde escurece pelas oito da noite.
No dia a seguir, fomos ver as terras da Hungria. Em direção ao norte que era para se poder comparar com o nosso Norte e veja-se bem que as pessoas são muito dadas à gengiva despida e ao fato de treino de poliéster que usam para passear. Havia também uns barcos e uma ponte e depois uma aldeia chamada Eslováquia que parece ter parado nos anos 60 (do século dezanove), mas na parte má de não aparar os pintelhos e não na boa de haver muito lsd e erva sem chá misturado. Na Eslováquia, o regime só deixa as pessoas alimentarem-se de gelados. E então, a rua principal da Eslováquia é só geladarias e lojas onde se vende t-shirts, detergentes, torradeiras e são cabeleireiros também, daqueles onde ainda se usam ferros quentes e depois as mulheres (podem ser homens porque na Eslováquia não se percebe muito bem quais são os homens e quais são as mulheres, mais ou menos como no Porto) ficam com alopécia aos 15 e andam na rua a pedir dinheiro como se tivessem cancro. Mas não.
No regresso da aldeia da Eslováquia, ultrapassámos um burro, duas vacas e um camelo. O burro é o veículo mais rápido da Eslováquia tirando o nosso carro que as pessoas achavam que vinha do futuro.
Nesse dia já não saímos e comemos um prato típico da Hungria. Massa com tomate e mozzarela.
O dia amanheceu radioso, mas desta vez quase às 4 da manhã porque na Hungria acontecem coisas aleatórias e as pessoas trabalham quase todos nas minas de carvão e têm um fuso horário deslocado de toda a gente para parecer que fazem muito. Mas quando apanhámos o metro e íamos na rua, via-se bem que não fazem nada. É mesmo um povo à espera de ser invadido. Havia um caderninho onde se definia o que fazer no dia. O cumprimento deste esquema, que tinha setas e tudo, nem sempre era obrigatório porque havia muitos sítios para beber cerveja e a pessoa sofre de uma condição que o médico já disse que o melhor é beber cerveja descansado, de preferência em esplanadas. Até há um atestado com isso. Havia também uma igreja escavada na rocha porque os húngaros é gente pouco dada ao trabalho e então preferem ratar a rocha para não terem de fazer paredes e depois não deixam as pessoas entrar porque há missa mesmo para depois poderem cobrar o 'nheirinho bom às pessoas. Mas as pessoas são muito espertas e foram lá noutro dia quando não havia ninguém à porta mesmo à chico-esperto. Havia também um labirinto que tinha chineses e estátuas e uma marca com um sapato que era tudo dentro dum bairro tipo a Graça mas em arranjado e sem aquele fosso genético tão típico. A vista era boa e estava lá um homem igualzinho ao vocalista dos UHF a tirar fotografias e nós pensámos "queres ver que agora com a crise já exportamos as pessoas sem talento?". Mas não. Era um careca que estava à espera para tirar uma boa fotografia.
A coisa que eu gostei mais em Budapeste foi o comer. Como os húngaros são gente muito pobre e que não tem dinheiro para comer, sobra sempre imensa comida e enchidos que eles dão aos estrangeiros mesmo a convidar para a invasão. E então as comidas mais famosas são: o goulash (que é guisado de vaca mas com picante e fica-se assim um pouco a pintar à pistola), o pato e o ganso que eles apanham nos jardins públicos quando é altura da migração. Mas só as pernas. O resto não se sabe muito bem o que fazem. E paga-se numa moeda que ninguém sabe muito bem quanto vale que se chama forint. O forint é a moeda mais fraca do mundo. Um euro vale para aí três milhões de forints e quando se abanava uma nota de euros aos húngaros eles largavam logo uma gota ou duas mas não se notava porque já tinham largado gotas desde o último banho. E o poliéster ainda é impermeável na Hungria.
Havia uma terrinha lá ao pé que se chama Viena. E comboios que iam lá dar onde se vai com gestos. A pessoa diz por gestos "terra daquele senhor do bigode que vos invadiu" e eles sabem logo. O comboio era bom e tinha muitas condições. E chegados a Viena fomos ver o museu do Clint. Que não estava em casa, pelo menos foi o que nos disseram quando perguntei se estava a filmar. Mas começaram a dizer que não era esse Clint e que era um que pintava. Os transportes em Viena funcionam muito bem e têm muitas condições. E a pessoa pode ir dum lado para o outro e ver muitas coisas só alapada nos transportes. Os vienenses são gente muito dada à cultura e, por isso, têm muitos museus de arte moderna e antiga que se pode ver. A pessoa, como é muito moderna (ver parte da avó umas linhas acima), viu dois museus de arte moderna que tinham quadros com riscos e vídeos de pessoas a atirar carne umas às outras.
O comer em Viena é só salsichas e panados. E depois havia uma pensão que se marcou pela internet e que era no quarto andar de um prédio mas que era muito lavadinha. E quase nem se sentia as pulgas.
No dia a seguir houve mais museus e jardins e um parque de diversões onde estava uma vienense a vomitar lá de cima de um looping e caiu cá em baixo no chão (o vómito, não a vienense) e depois as pessoas que iam a passar riram muito deste acontecimento. Depois de duas ou três diversões daquelas que não há risco de se vomitar, as pessoas foram ao cemitério do Moe Zart. Um ator muito conhecido lá na zona e que fez um filme com o Xevarzenegar mas estava fechado porque os vienenses também é gente que gosta muito pouco de trabalhar e saem às 17 como a função pública em Portugal. Mas sem vir o FMI e meter metade deles no olho da rua.
O comboio de volta era da Roménia. E era uma esterqueira. Parecia o Porto. Mas com romenos e gente que nunca viu um sabão e não deve ter guarda-roupa para o fim-de-semana. Conseguimos terminar esta parte da viagem sem apanhar piolhos ou hemorróidas. Porque a única coisa que separava o meu esfíncter de princesa daqueles bancos nojentos de comboio romeno era umas calças de gança, uns boxers e um bocado de celofane que vinha na sandes que comprei só para meter entre mim e o banco.
De volta à Hungria o dia amanheceu com muito vento mas sol. Se há coisa que a Hungria produz em quantidades superiores a qualquer outro país é anões. E até há símbolos na estrada a dizer "cuidado! passagem de anões" e estes não podem entrar em instituições públicas. Como o parlamento onde fomos e estava vazio porque lá, como cá, não se faz grande coisa no parlamento a não ser tentar perceber como é que o Paulo Portas com aquele cabelo tão ralo consegue parecer que tem uma cabeleira daquelas de fazer inveja ao vocalista dos UHF. No parlamento era tudo feito e pintado por húngaros famosíssimos. Eu ainda disse à senhora que falava que o único húngaro que conhecia era o sortido mas ela disse que não sabia quem era e eu disse que quando ela viesse cá à terra para ir ao Sequeira (e expliquei que era uma pastelaria muito jeitosa na Duque “Dável”) e pedir. Derivado ao cansaço, comprámos cinquenta sandes para usar o celofane e deitar na relva de um parque muito grande que eles lá têm e que se vê mesmo que é para não terem trabalho a construir prédios e pontes de betão. Como eu agora sou um autor de música eletrónica minimalista, fomos a um concerto deste género ver como estão os húngaros neste campo. Mas vê-se mesmo que tudo o que fazem é baseado no meu primeiro álbum que deve sair em Fevereiro de 2013.
Os húngaros têm uma casa onde faziam quizes no antigamente. Apanhavam judeus, que na altura já eram gente muito má, e comunistas, que eram tão maus como os judeus mas sem a parte de se lavarem, na rua e davam-lhes na cara até eles responderem. Era um passatempo que tinha muito sucesso e ficámos a saber que aquele homem tão bom e que a história tão maltrata desfilou pelas ruas de Budapeste depois de conquistar aquilo sem ter de fazer quase nada e depois os russos mataram muito mais gente mas os judeus conseguem esconder esse fato armando-se em coitadinhos só porque eles foram feitos em sabonetes e os outros não. Apesar disso, o húngaro continuou sem tomar banho e então veio um presidente que fez várias casas de banhos onde os húngaros vão para se lavarem por baixo e cheira a peido quase em todo o lado e ainda nos roubaram uma toalha e depois viu-se um português daqueles que une o remoínho do cabelo aos pêlos do cu, que disse ao bom estilo nacional "isto não é nada de especial". Depois fomos a casa fazer o comer e jantar e sair com locais. Os locais gostam muito do fato de treino e de palinka que é uma espécie de aguardente que eles lá bebem e eu disse logo "isto vê-se mesmo que é imitação da nossa" e a cerveja escorrega que é uma maravilha. Parece que a pessoa tem um oleado dentro dela que faz a cerveja escorrer mais depressa. O meu médico ficará orgulhoso.
Os húngaros são um bocado como o Zé Pedro, muito dados ao cavalo. E vai daí fazem corridas e dá para apostar mas é tudo combinado pela máfia russa. E eu como sou muito dado a apostas, disse logo que havia um cavalo que ia ganhar e ganhou e os russos começaram logo a falar por auriculares uns com os outros e começámos a ver a coisa negra, como a Floribela quando leva no cu, e achámos que o melhor era perder as próximas apostas para fingir que não percebíamos muito da coisa mas estávamos combinados com a senhora das apostas e depois fizémos para ganhar a última e fomos embora com os bolsos cheios de dinheirinho húngaro e ainda tivémos de despistar a máfia russa numa perseguição de automóveis digna de um filme. Com o dinheirinho das corridas, fomos jantar fora e à ópera que não era ópera mas era ballet e confesso que senti algum relaxamento ao nível da elasticidade do esfíncter que penso ter recuperado com muita coçadela de colhão, cuspidela no chão e aguardente velha. A história era sobre como as mulheres são umas cabras e havia sempre frango assado a ir e a vir e homens de collants e chinesas que não se sentavam nem paravam de tirar fotografias e depois acabou tudo em bem.
As pessoas voltaram numa companhia francesa de avionagem e comeram umas sandes que não tinham nem isto *gesto de encostar a unha do polegar no último buraquinho onde dobra o mindinho* de queijo e ficaram muito contentes e pensam voltar um dia. Ou arranjar maneira de viver de subsídios, como fazem os ciganos, a população inteira do Norte e os artistas para poder estar sempre de férias.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
trio
Tenho um amigo tão chinês que até o olho do cu é em bico.
where you at
Desliguei o telefone na cara da minha namorada e ela agora chama-me Anfré.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
klm
Andei tanto a pé que as minhas meias de descanso precisam de meias de descanso.
domingo, 10 de abril de 2011
12 angry men
O Rui Unas tem o cabelo tão ralo que deve estar perto de entrar do mercado dos sanitários.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
nine hundred windows
There's a child inside every man. Except in Thailand.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
who am i to feel so free
My router is so old that it belongs to the ping dynasty.
the look
Estou capaz de apostar que nos semáforos, na Roménia, se vende queijadas de Sintra ou nogats.
the london boys
Coincidência é os ciganos perceberem de facas e os romenos venderem pensos.
it's the beat
O Fernando Mendes costuma saltar os intervalos entre refeições.
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