terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

the dark age

Coerência é ir aos Camarões e viajar na maionese.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

forest serenade

Fiz uma maionese tão boa que é uma junhonese.

heart of dust

É altura de dizer que o Pistorius não andava lá muito bem.

lazarus

O João Gobern ocupa-me a televisão toda e parte do móvel.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

metz

Havia uma banda chamada Nomeansno. Acabaram quando apareceu a droga da violação.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

sister saviour

Se algum dia precisarem de impressões digitais, é procurar nos meus óculos escuros.

bombs away

Um intervalo entre aulas que demore a passar é uma espécie de furo lento.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

maggot brain

Tenho as unhas tão grandes que consigo contar até 10 e tal.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

separator

Ia um gajo ao meu lado no metro que podia fazer as baínhas das calças com os pêlos do nariz.

native dreams

a gente:D

A maior parte da sabedoria que recolhi enquanto criança e que ainda hoje me guia nesta estrada de um sentido a que chamamos vida e faz de mim a pessoa emocionalmente equilibrada, justa, de gosto requintado e amigo do seu amigo que hoje sou, foi devido às hordas de criadagem, e respetivo conhecimento sobre assuntos, que pululavam pela nossa enorme mansão com piscina e vista para o rio de fazer inveja aos comunistas gulosos por dinheiro alheio que viviam apertados em quartos minúsculos e bafientos e onde o cheiro a chulé era o prato do dia e as áreas de bolor na parede superavam em muito as de tinta barata e cancerígena porque os pobres são muito dados a ter cancro e não se importam com isso desde que haja dinheiro para o vinho e tempo para mandriar. Com a criadagem aprende-se de tudo pois têm vasta experiência de vida na ótica do utilizador. Do utilizador com menos permissões. Como se a vida fosse um sistema operativo e a criadagem pouco mais conseguisse que copiar ficheiros e pastas.Têm experiência com pobres e doenças de pele e bactérias e cheiros de partes do corpo que um gajo nem sabe que existem. Quem esfrega restos de mijo ressequido numa pasta amarelada de dias das dobras do tampo da sanita, quem retira o bolor entranhado entre os azulejos creme das casas de banho da classe média-alta com cotonetes aveludadas, quem conta histórias de como o tempo agora está assim “por causa das coisas que eles mandam lá para cima” (ah!, a entidade “eles” omnipresente na cultura popular) tem certamente explicação quase tudo. Certamente para a história do bife. A história do bife ocorreu quando eu tinha uns seis anos e estava na praia do Rei. A praia do Rei era só gajas nuas (hoje é só paneleiros com a almôndega pendurada que até dá vontade de um gajo ir ao bar comprar qualquer coisa para comer só para ter o que vomitar). E gajas nuas foi daquelas coisas de que sempre gostei. Apesar de, todo o meu fascínio back in the days, ser totalmente incompreensível. Uma das raparigas que por lá andava, uns anos mais velha que eu, tinha um bife a sair da cona. Aquilo intrigou-me. Bifes para mim era no talho, não na cona. Andava eu a ser enganado? Perguntei à criadagem que, certamente, saberia o que poderia ser aquele naco de carne que espreitava e dizia adeus na minha direção. “É a tripa”, disseram. Segundo parece, quando se faz demasiada força, a tripa pode sair pela cona. Até faz sentido. Porque um gajo bem que podia passar o resto da vida a tentar ir lá com um dedo e meter a tripa para dentro.