quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
o amor é fodido
Um dia hei-de pisar uma miúda de leste no metro só para ela me dizer qualquer coisa em russo ou ucraniano e eu lhe poder responder, apontando para os tomates: "o que tu querias era brincar aqui com 'Os Irmãos Karamazov'".
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
warraw
E quando a senhora da farmácia me trouxe 7 caixas de preservativos e me perguntou quais queria, tive de lhe responder: "uns que me façam parecer competente".
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
noites brancas
Uma miúda na Fnac tenta-me impingir um dvd do Noddy com a frase: "O senhor tem filhos?". E eu: "não, mas tenho 15 minutos".
happy festivus
Um dos meus maiores medos é, um dia, o metro travar a fundo e o homem do coto, que pede na linha verde, vir desequilibrado direito a mim e bater-me com o coto algures perto da boca.
domingo, 23 de dezembro de 2007
novus magnificat
Apaguei o cigarro no cinzeiro de mármore em cima da secretária e esperei que falasse. “Sam” - disse ela - “ouvi dizer que és o melhor no negócio”. Não me chamava Sam mas ela era demasiado boa para me chamar o que quisesse. “Sabes, Jess” - disse eu - “um homem tem o seu preço”. Ela não se chamava Jessica mas eu também não fumava. “Oh Sam, essa frase não tem nada a ver” - respondeu ela, escondendo a cara no lenço branco. Levantei-me em direcção à porta, que lhe abri, e disse que ia pensar no caso. Pensava sempre no caso.
Acontecia sempre assim. Uma mulher abandonada, um marido enganado. E sobrava sempre para mim. Encostei-me para trás e acendi outro cigarro que não fumei, até porque não podia fumar no local de trabalho. Deixei-o apenas a queimar no cinzeiro porque os gabinetes dos detectives da televisão têm sempre fumo. Abri o jornal e ainda se falava do meu último caso. O Dr. Mitchell. Assassinado na sua mansão na rua 13. Eu disse logo: “foi o mordomo”. Alguém me perguntou como sabia. “A culpa é sempre do mordomo” - respondi eu. Além disso era o único com a camisa cheia de sangue e a faca de carne ainda na mão. Estava apaixonado pela governanta e a única coisa que os separava era a fortuna do Dr. Mitchell.
O telefone tocou de seguida. Tinha acontecido. Peguei na gabardine e no chapéu cor de nódoa. O táxi já me esperava, como se soubesse. Não é bem assim. Fui eu que o pus lá, para encurtar o parágrafo. “É para o cruzamento da 36 com a 9, Tony” - disse eu. Ele não se chamava Tony, mas eu estava demasiado bem vestido e podia-lhe chamar o que quisesse, até Pedro, o mexicano. Respondeu: “Certo, amigo. Mas quer ir pelos túneis ou vamos ali pelo Campo Pequeno?”. Não lhe respondi porque no parágrafo a seguir já lá cheguei.
O carro do tenente já lá estava. Como se soubesse. Como se soubesse sempre. Eles tentaram tirar-me tudo. Mas aqui com o velho Joe ninguém brinca. Na sala um corpo pendurado do tecto por uma corda à volta do pescoço dizia suicídio. Dizia mesmo. Por isso alguém teve de a calar. “Que acha que aconteceu, Bob?” - perguntaram-me. Não me chamava Bob mas apostei em suicídio por enforcamento. Até porque era o que dizia na nota deixada em cima da mesa de café, dizia mesmo. Até a escrevaninha quis dizer qualquer coisa mas calámo-la com um machado. Amanhã seria notícia de novo. “Detective resolve novo caso”. Teria direito a fotografia e até entrevista.
Quando voltei ao gabinete já ela lá estava. Tinha-o feito e eu sabia-o. Correu para mim a chorar e disse “oh, Sam”. Agarrei-a e deixei que chorasse no meu impermeável, mandá-lo-ia limpar a seco, se necessário. Depois não tive alternativa se não meter-lhe as algemas. Aproveitei que estava de algemas e comi-a por trás como ela gostava. No fim, vim-me nas costas dela e barrei-a com a faca da manteiga. Deixei secar até fazer crosta e chamei a polícia. Espero que apodreça na prisão.
Acontecia sempre assim. Uma mulher abandonada, um marido enganado. E sobrava sempre para mim. Encostei-me para trás e acendi outro cigarro que não fumei, até porque não podia fumar no local de trabalho. Deixei-o apenas a queimar no cinzeiro porque os gabinetes dos detectives da televisão têm sempre fumo. Abri o jornal e ainda se falava do meu último caso. O Dr. Mitchell. Assassinado na sua mansão na rua 13. Eu disse logo: “foi o mordomo”. Alguém me perguntou como sabia. “A culpa é sempre do mordomo” - respondi eu. Além disso era o único com a camisa cheia de sangue e a faca de carne ainda na mão. Estava apaixonado pela governanta e a única coisa que os separava era a fortuna do Dr. Mitchell.
O telefone tocou de seguida. Tinha acontecido. Peguei na gabardine e no chapéu cor de nódoa. O táxi já me esperava, como se soubesse. Não é bem assim. Fui eu que o pus lá, para encurtar o parágrafo. “É para o cruzamento da 36 com a 9, Tony” - disse eu. Ele não se chamava Tony, mas eu estava demasiado bem vestido e podia-lhe chamar o que quisesse, até Pedro, o mexicano. Respondeu: “Certo, amigo. Mas quer ir pelos túneis ou vamos ali pelo Campo Pequeno?”. Não lhe respondi porque no parágrafo a seguir já lá cheguei.
O carro do tenente já lá estava. Como se soubesse. Como se soubesse sempre. Eles tentaram tirar-me tudo. Mas aqui com o velho Joe ninguém brinca. Na sala um corpo pendurado do tecto por uma corda à volta do pescoço dizia suicídio. Dizia mesmo. Por isso alguém teve de a calar. “Que acha que aconteceu, Bob?” - perguntaram-me. Não me chamava Bob mas apostei em suicídio por enforcamento. Até porque era o que dizia na nota deixada em cima da mesa de café, dizia mesmo. Até a escrevaninha quis dizer qualquer coisa mas calámo-la com um machado. Amanhã seria notícia de novo. “Detective resolve novo caso”. Teria direito a fotografia e até entrevista.
Quando voltei ao gabinete já ela lá estava. Tinha-o feito e eu sabia-o. Correu para mim a chorar e disse “oh, Sam”. Agarrei-a e deixei que chorasse no meu impermeável, mandá-lo-ia limpar a seco, se necessário. Depois não tive alternativa se não meter-lhe as algemas. Aproveitei que estava de algemas e comi-a por trás como ela gostava. No fim, vim-me nas costas dela e barrei-a com a faca da manteiga. Deixei secar até fazer crosta e chamei a polícia. Espero que apodreça na prisão.
awful nice
Ele: "Eu quando bato mais é quando tenho foda".
Eu: "Meu, isso é como comprares um jogo novo e continuares a jogar a demo".
Eu: "Meu, isso é como comprares um jogo novo e continuares a jogar a demo".
como quase levar na cara numa disco no cais do sodré
"Dança para o pai".
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
xo
Ele: "Meu, queres ir fazer alguma coisa?"
Eu: "Meu, não posso. Estou com GEA".
Ele: "GEA, meu?"
Eu: "Sim, meu, gastroenterite aguda".
Ele: "Meu, é a primeira vez que tens uma cena dessas com sigla".
Eu: "Sim, e a primeira vez que posso pintar um quadro sem usar pincel".
Eu: "Meu, não posso. Estou com GEA".
Ele: "GEA, meu?"
Eu: "Sim, meu, gastroenterite aguda".
Ele: "Meu, é a primeira vez que tens uma cena dessas com sigla".
Eu: "Sim, e a primeira vez que posso pintar um quadro sem usar pincel".
se pda fosse pé-de-atleta...
Ela: "Isso deve ser GEA".
Eu: "O que é GEA?"
Ela: "Gastroenterite aguda"
Eu: "Wow. É a primeira vez que tenho uma cena dessas com sigla".
Eu: "O que é GEA?"
Ela: "Gastroenterite aguda"
Eu: "Wow. É a primeira vez que tenho uma cena dessas com sigla".
livro do desassossego
Hoje, sentou-se uma miúda à minha frente no metro a ler um livro e fechou-o para se assoar, voltando a capa para mim. Eu disse-lhe: "Fui eu que inventei essa cena de fingir que preciso de me assoar para mostrar a capa dos livros que leio às gajas boas que se sentam à minha frente".
three snakes and one charm
Fiquei preso no elevador, às escuras, com a gaja boa aqui do prédio e não resisti a dizer-lhe: "Não te incomoda que eu possa ter a pila de fora e não saberes de nada?"
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
check please #43534536634
Ela: "E o que te preocupa, assim em geral? O aquecimento global? A corrida às armas nucleares? A fome em África?"
Eu: "A única coisa que realmente me preocupa é ficar sem bateria num sábado à noite".
Eu: "A única coisa que realmente me preocupa é ficar sem bateria num sábado à noite".
the southern harmony and musical companion
Ela: "A barba dá-te um ar mais velho mas fica-te bem".
Eu: "Tenho de admitir que há muito pouca coisa que não me fica bem".
Eu: "Tenho de admitir que há muito pouca coisa que não me fica bem".
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
electronics for dummies
Hoje, ao almoço, enquanto falávamos de electrónica, passou uma notícia sobre um acidente de viação em que um tipo ficou dividido ao meio. Olharam para mim em choque quando comentei:
"Vêem? Aquilo é que é um semicondutor".
"Vêem? Aquilo é que é um semicondutor".
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
wonderland
Ele: "Vais ver Charlatans?"
Eu: "Estava a pensar em ir, sim. Onde é?"
Ele: "Aula Magna".
Eu: "Por uma questão de coerência, não deveria ser no Dragão?"
Eu: "Estava a pensar em ir, sim. Onde é?"
Ele: "Aula Magna".
Eu: "Por uma questão de coerência, não deveria ser no Dragão?"
solar fields
Ela: "É verdade que todos os homens dão um nome ao seu mangalho?"
Eu: "Sim".
Ela: "Que nome deste ao teu?"
Eu: "Gatsby".
Eu: "Sim".
Ela: "Que nome deste ao teu?"
Eu: "Gatsby".
domingo, 9 de dezembro de 2007
don't let me be misunderstood
Trouxe-me chá preto, quando o que eu lhe disse foi "xô, preto".
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
something wicked this way comes
Ele: "Então e a música estava boa?"
Eu: "Sim, apesar de ter dado Fufaiters".
Ele: "Fufaiters?"
Eu: "Sim, Foo Fighters no Purex".
Eu: "Sim, apesar de ter dado Fufaiters".
Ele: "Fufaiters?"
Eu: "Sim, Foo Fighters no Purex".
insensatez
Um tipo pediu-me dinheiro no Metro dizendo: "Tenho fome e frio. Nem sinto os pés e as mãos". Eu respondi-lhe com a razão: "ó amigo, se não sentes as mãos quem me garante que chegas com o dinheiro ao café mais próximo?"
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
sic transit gloria mundi
O problema do mundo é que não há gajas boas para toda a gente.
wikipedia is never wrong
The Piano Sonata No. 14 in C-sharp minor "Quasi una fantasia", Op. 27, No. 2, by Ludwig van Beethoven, is popularly known as the "Moonlight" Sonata.
Quem diria que o Beethoven sabia programar. E logo em .NET.
Quem diria que o Beethoven sabia programar. E logo em .NET.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
o idiota
Eu: "Meu, hoje um tipo com uma faca tentou assaltar-me".
Ele: "E tu?"
Eu: "Meu, servi-me do que tinha".
Ele: "E ele?"
Eu: "Meu, já levaste com um livro de seiscentas páginas na cara?
Ele: "E tu?"
Eu: "Meu, servi-me do que tinha".
Ele: "E ele?"
Eu: "Meu, já levaste com um livro de seiscentas páginas na cara?
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