quinta-feira, 3 de novembro de 2011

act on impulse

Ali.

Há uns meses, falava-se nos jornais que os Metallica e o Lou Reed iam fazer um álbum em conjunto. E eu esfreguei as mãos porque gosto sempre muito de ter temas para escrever e dizer mal. Depois veio a Zola Jesus e fez um álbum chamado Conatus que fez a pessoa (eu) pensar qual é que valia mais a pena desancar. O Lulu seria muito mais fácil. Até porque a Zola Jesus até tem talento. Pouco, mas tem.
Toda a gente sabe que o Lou Reed é a pessoa mais sobrevalorizada da história da música. E ninguém lhe ligaria muito se não fosse o Bonifácio gostar dele porque leu num livro tão alternativo que só existia uma cópia, que foi queimada depois, e ter lençóis com Lou Reeds e um pijama que, quando se veste, fica-se vestido como se fosse o John Cale. Há pessoas que dizem que o Lou Reed influenciou um monte de bandas e de artistas. Isto são pessoas que têm pena dele e que dizem que ele foi influência porque ele depois também lhes paga dinheirinho do bom por fora, que é para não pagar impostos. Isto é o tipo de pessoa que ele é. Estas pessoas a quem ele paga, são as mesmas que acham que os Delfins têm uma banda de tributo. Depois é velho. E se há coisa deprimente é ver um velho metido numa t-shirt justa a abanar-se e as peles estarem todas penduradas por causa dos cigarros que lhe mataram a réstia de colagénio e um gajo olha e pensa que era meter um elástico na parte de cima dos braços para segurar a pele pendurada e parecer um pouco melhor ou até passar a ferro. Depois teve uma banda que, à parte do facto de usarem todos óculos escuros e terem uma banana na capa dum álbum, pouco valia. E se não fosse o filme dos Doors, já ninguém se lembraria dos Velvet Underground, exceto o Bonifácio porque deve ter lido noutro livro que queimou depois. E aquele cabelo. O Lou Reed deve ter sido muito mau, numa vida anterior, e agora foi obrigado a ter um cabelo muito mau porque ninguém se levanta de manhã, olha para aquilo, e pensa que pode sair assim à rua. Ao menos uma escova ou um bocadinho de cera. Se ele quiser, eu arranjo-lhe duas ou três pessoas que cortam o cabelo por 10 euros. Há ali o Nogueira, na Avenida Miguel Bombarda, que até escovam a camisa e tratam por “senhor doutor”. Outra, num centro comercial, até canta Scorpions em “sern nense nanense sens sens”. Mas isso era só se ele quisesse e se percebesse português e viesse cá dar ao site. Não me parece que o faça até porque não deve saber mexer em computadores como todos os homens velhos e de peles arrepanhadas. Os álbuns a solo ainda são mais cansativos. Há um sobre bolas de berlinde e que eu fui ver o filme ao Indie Lisboa e fiquei cá com um sono que adormeci e perdi as duas sessões para que tinha bilhetes.
Dos Metallica já ninguém quer saber. Parecem aquelas gajas que têm 50 anos e vão para o Tokyo carregadas de base e espremidas em vestidos da Primark e dançam a cassete que eles costumam passar e que tem três músicas: o “Sunday bloody sunday”, qualquer uma dos Red Hot Chili Peppers e o “Break the chain” e fazem-se a pessoas com boas cútis e que foram ali parar porque não sabiam ao que iam. Algumas têm sorte e depois quando um gajo acorda em casa delas parece que o teto do Tokyo afinal desabou, mas na cara das pessoas deitadas ao lado. E é preciso vestir e sair sem fazer barulho e cancelar a assinatura do telefone porque os telefonemas depois não param e um gajo até pode ter de mudar de casa.
Então vai daí e o Lou Reed e os Metallica, provavelmente atraídos pela falta de talento mútua, juntaram-se para fazer um álbum. É como se cá o João Pedro Pais se juntasse aos UHF. Ou a Microsoft fizesse o sistema operativo para a Nokia. Ah, espera. Afinal é só a parte do João Pedro Pais e dos UHF.
Eu saquei. A sério que sim. Saquei o mais cedo que consegui para poder ser a pessoa que passou mais tempo a dizer mal do álbum. Ouvi uma música qualquer de apresentação e, ao contrário da matemática, aqui menos com menos dá muito menos. Depois o álbum. Claro que nem ouvi todo. Umas quatro músicas, se tanto. E acho que nunca me senti tão aborrecido. Nem mesmo da vez em que tive de ir ver os Smashing Pumkins porque queria comer uma gaja que gostava deles e da outra vez que andei atrás duma gaja que dizia “prontos” e que calçava o 48 mas não dei por isso até estarmos a subir as escadas para casa dela e o pé ficar todo de fora dos degraus. Felizmente lembrei-me que tinha a sopa ao lume e fui a correr para casa.

2 comentários:

Ska disse...

Lulu. Tiveste alguma coisa a ver com a escolha do nome?

juvenal, o anormal disse...

como assim?:|