sábado, 30 de julho de 2005

"ó miudinho!"

Fantastic Four – Quarteto Fantástico


O bocejo fantástico


Tenho uma cena com filmes com números. Vou sempre acrescentando e tenho um sonho de chegar ao 2001. Um exemplo: “Um sogro do pior”, “Dois homens e um destino”, “O terceiro homem”, “Quatro quartos”, “O 5º elemento”, “O Sexto Sentido”, “Os 7 samurais”, “Alien, o oitavo passageiro”, “A nona porta”, “Os dez mandamentos”, “’Onze’ upon a time in america”. A verdade verdadinha é que não tenho cena nenhuma com filmes com números. Queria era usar aquilo do “onze” que já inventei há montes de tempo e não sabia onde nem como.
Mais uma vez não tenho nada para dizer sobre este filme como aliás em relação a qualquer coisa que exija esclarecimento e reflexão. Só sei dizer coisas como: “eles agora dizem que vão subir os impostos quando antes diziam que não. Eles querem é poleiro”. Sei todo o tipo de frases começadas com “eles”. Se tivesse nascido uns anos antes, bem que poderia ter sido eu a inventar a cena do “eles”. Como aliás, na minha geração, quase todo o tipo de expressões cool fui eu que inventei. “Fónix”, “cum cacete”, “buéda nice”, só para nomear algumas. Também sou bom no “diz que”. E no “portantos”. Além do mais, consigo meter o polegar todo dentro do prepúcio. Mas sou dos que lavam as mãos antes de dizer: “Amorzinho, tens aí uma coisa no lábio. Deixa o teu rechoncha tirar”.
Só nos filmes é que um gajo que leve com radiação fica com super poderes. Eu bem que levo com radiação mas o meu super poder continua a ser o mesmo de sempre. Ficar em casa a ver pornografia. O meu uniforme é o pijama. O meu nome é “homem-masturbação”. Este não é assim um super poder de aparecer na televisão. A não ser que se tenha mamas e implantes de barba e cotão no umbigo como o Nuno Markl e esses que gostam de meter os dedos nos cus uns dos outros e depois trocar cheiros.
Enquanto não comprar um portátil não há maneira de combater o crime. A não ser que arranje uns pretos com patins nos joelhos que transportem a minha secretária e computador pelas ruas de Lisboa deixando armadilhas com rodelas de banana. Posso sempre alimentá-los a tomate de lata, sardinhas, muamba, kizomba, lélélé e essas coisas que os pretos comem para ficarem rijos para fazer cimento, acartar massa, colocar ladrilhos e empurrar secretárias rua abaixo na luta contra o crime.
Este quarteto afinal não é o Custódio, o Hugo Viana, o Rochemback e o João Moutinho. Por mim ficávamos já por aqui. Qualquer pessoa que perceba de futebol – e já estou a excluir o Scolari – saberá que este é que é o Quarteto Fantástico. Quero acreditar que houve um engano. São outros quatro. Três desconhecidos. O outro foi central do Benfica. Está muito menos cepo agora.
Um estica-se. Uma Thurman *drum*. Um que arde. E o Argel. Que faz as cenas dele. Não jogar nada e entradas por trás de carrinho a pés juntos para terminar carreiras e essas coisas que a equipa do Benfica costuma fazer em vez de jogar futebol. Tudo isto por terem levado com uma radiaçãozinha da treta vinda não sei de onde porque cheguei atrasado. Sei que era amarelada e ficava bem na parede do meu quarto. Condizia com os lustres. E com as marcas nos lençóis. E há o mau que é de ferro. Porque se não fosse de ferro aposto que teria dito a segunda frase mais mítica do cinema português: “Adriana, não sei o que anda aqui a fazer mas um homem não é de ferro”. A primeira é a rainha de todas as frases. É o melhor momento de cinema que já assisti numa sala. “Dava-lhe uma à canzana que até lhe saltava o amarelo do cabelo” – in “Sapatos pretos”.
Tenho a dizer que esta gaja que entrou no “Adriana” é altamente fodível. Até lhe mandei um mail a dizer isso mesmo. Mas a estúpida não me respondeu.
O mau, no fundo, nem é assim muito mau. A sociedade é que o tornou no que é. Devemos ajudá-lo. E cenas hippies assim. Como cheirar a chulé, não mudar de cuecas e ter alto tufo.
Proponho é fazer jantares onde comemos caviar e lagosta e tostas com paté para comprar farinha e carcaças e vinho de garrafão e essas que a base da pirâmide social costuma comer.

A gaja que é invisível curte do gajo que é elástico. O que faz todo o sentido. Porque de levar tanto com ele os bifes hão-de ficar tão pendurados que se não forem invisíveis é um nojo daqueles de meter as bichas todas a dizer “ai que noooojo!”. As bichas que sabem mais do que bichar. Normalmente só conseguem falar de cu. Não é que eu conheça bichas mas tenho um amigo que já as viu na televisão num programa filmado na selva e contou-me que são assim. E até usam chinelos daqueles de pôr no dedo e t-shirts sem mangas. Depois o gajo que é de fogo não faz assim nada de especial a não ser armar-se em bom, e andar de mota e de carro e essas coisas que os gajos que se armam em bons fazem. Depois há o Argel que faz cenas de Argel.
A grande missão deles não é nenhuma. E então não haveria filme nem história nem gente a ir ao cinema, nem grandes planos da cara pensativa e esclarecida da Jessica Alba. Então tiram à sorte, com aquela coisa do pau mais curto - adivinhem quem não perdeu – quem é que vai ser o mau. Fica o homem da máscara de ferro. E eles no fim ganham e mandam-no num contentor para o Cambodja. Se há país que eu curto é o Cambodja. Mas tem de ser pronunciado “Cambodja” e não “Cambódia”.
Para o filme estar completo é também preciso dizer que há uma preta que quer levar um finger fuck do Argel. Toda a gente sabe que as pretas gostam é de finger fuck. É uma cena lá delas. É isso e parir.
Apresentadas as personagens posso agora deixar entre aspas a minha opinião cinematográfica sobre o filme. “”.
São notáveis os piores efeitos especiais de sempre, o facto de não conseguirem convencer ninguém que a Jessica Alba tem a escolaridade mínima – muito menos um curso superior – e está por explicar porque é que quando o Argel se transforma em Argel perde um dedo de cada mão. Terá sido a preta que sentou a reganheira e ficou com um dedo lá dentro?


Fantastic Four - :O

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

quinta-feira, 28 de julho de 2005

quarta-feira, 27 de julho de 2005

conversa com deus

"Ai é? Chuva? Pois 'pera lá que amanhã tomo um banho de 40 minutos. Para compensar".

segunda-feira, 25 de julho de 2005

batido de esperma

Crash – Colisão


Os pablos, os abduls e os "manos"


Que têm em comum a Scarlett Johansson e o Don Cheadle? Ambos entram em todos os filmes que estrearam este ano. Mas um deles tem pêlos no cu e vestiu umas cuecas cor-de-rosa num filme. O outro chama-se Don Cheadle. Olhando bem para a primeira imagem do “Lost in translation” pode-se ver bem o tufo no rego da Scarlett Johansson. É verdade que ela não é das que tem bigode. Mas há-de vir a ter. Quando tiver 70 anos. E for avó e tiver gonorreia e as unhas grandes dos pés amarelas e soltas e essas coisas que as pessoas têm quando chegam aos 70. Até lá tem uns 50 anos pela frente. Para fazer filmes sobre gajas com pêlos no cu. O Don Cheadle, por seu lado, vai sempre fazer de preto sidoso e chorão ou gerente de hotel.
Neste filme faz apenas de preto da polícia. E nos filmes de polícias há sempre depois o chefe que é preto e que subiu a pulso. Não a bater punhetas. É apenas uma expressão. Se Deus os castigou fazendo-os pretos ao menos deu-lhes o dom da masturbação. “Tomem lá, sejam discriminados mas venham-se muitas vezes”. Até porque os pretos são viciados em masturbação. Tipo eu mas em preto. Estou mesmo tentado a dizer que foram eles que inventaram a masturbação. Mas depois vem aí o Anonymous dizer que eu sou coiso e racista e assim. Eu até tenho um amigo preto. Chama-se “Iô”. Pelo menos é o que os amigos lhe chamam. “Iô, ‘tá-se bem?”. Falta-me é ter um amigo árabe. Daqueles que conseguem grandes descontos em tecidos e carpetes e essas coisas que os árabes são bons a fazer além de atentados e jihads e coisas dessas com bombas e autocarros. Também aparece um Muhamad Abdul Salam. Com uma pistola que depois tem pólvora seca e tenta matar um mexicano ou coisa parecida. É daqueles têm tatuagens e cenas dessas e um fio ao pescoço e uma gaja boa em casa para fazer paella e nachos e burritos e outras coisas que fazem os mexicanos serem tão típicos. Como mandar peidos com cheiro a especiarias. Pelo menos é um desses que atravessam a fronteira a correr ou que se metem em contentores para irem ser ladrões e electricistas e domésticas e serralheiros para os EUA.
Depois há aquele d’”A múmia”, que tem a múmia da Sandra Bullock em casa. E que cai dumas escadas e torna-se fufa. E decide promover o Don Cheadle a não-sei-quantos assim duma coisa importante onde normalmente não há pretos. E não me refiro a Universidades e Institutos de investigação mas a uma coisa daquelas da justiça. E faz isto apenas porque precisa de mostrar que é amigos “deles” porque foi assaltado por dois “deles” e não quer passar a imagem de que não gosta “deles”. Porque isso é perder votos. É que “eles”, nos EUA, votam em grupo. Como aliás fazem quando assaltam e quando vão comprar ténis da Nike e comer ao “méc”.
O Matt Dillon faz de polícia que não gosta de pretos e que tem um pai com uma doença qualquer na chouriça e tem um colega que se peida e mata um preto. E salva uma mulher dum acidente de carro em que o carro rebenta depois de lhe meter os dedos na rata. Rata é a pior palavra de sempre. “Rata húmida” ainda é pior. Como palavra. Porque um gajo quando o vai espetar espera bem que a cena esteja bem molhada que é para não virem as peles todas para fora e para dentro como um saco do pão daqueles de papel. Como as daquela miúda que vi na praia quando tinha 6 anos.
O mais chocante é aparecer o Tony Danza. Sim. O próprio. Aquele que fazia de empregado daquela loira horrível que andou a comer o outro que entrava naquela série com a Tina Yothers e o Michael J. Fox. E nem sequer o reconheci. Só vi o nome dele mesmo no fim e não me consigo lembrar que raio de personagem era o Fred.
Há também uns pretos que fazem de ladrões. Segundo consta, nem tiverem de ensaiar. Mas estes são dos da pior espécie. Ou então da melhor. Porque são pretos que assaltam pretos. E há um ditado popular que diz “preto que rouba preto merece sair do ghetto”.
E aquilo puxa tudo muito à lágrima. Na cena de fufas, na cena da miúda, do abdul e do tortilla, na cena da estátua de mão. Enfim... assim em montes de partes. E um gajo depois tem de puxar do lencinho sem dar muito estrilho que é para parecer que é renite e não paneleirice. É que a reinite e a paneleirice andam muito juntas. Embora a primeira seja boa para evitar cheiros quando se vai ao cu. Que é basicamente isso que os paneleiros fazem da vida. Além de comprar sapatos, passar a tarde no Chiado e dizer “ai bichona” umas às outras.
E pronto. Foi o meu dia. Em que só saí de casa para ir ao cinema porque acordei às 9 da noite depois de babar as almofadas do sofá todas e de elas me babarem a cara de volta. Isto tudo depois de adormecer seis vezes a ver um filme. Com um tipo que tem umas entradas e que depois no cinema vi que também entra num filme muito mau que deve estar a estrear. Sim. Esse. “Alone in the dark”.
A propósito... está a fazer 7 meses que comecei a escrever este blog. Já passei a barreira crítica dos 6 meses. Que é quando as pessoas abandonam os blogs porque ficam sem ideias ou então porque pensam que são os blogs que vão trazer gajas para a queca. Há muito que esgotei qualquer ideia que alguma vez possa ter tido. Mas sou muito bom a enganar as pessoas por quantidades de tempo indeterminadas. Gajas à conta do blog é que nada. Nada de nada. Nada de nada de nada. Vale a pena um gajo esforçar-se?




Crash - :)

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quando se é o maior

All science is either physics or stamp collecting.
- Ernest Rutherford.

domingo, 24 de julho de 2005

raios

O mundo treme cada vez que um avião sobrevoa Nova Iorque, cada vez que um árabe apanha um comboio em La Tocha, cada vez que o Billy Corgan lança um álbum. Enquanto os dois primeiros são catástrofes possíveis, o último é calamidade certa.

terça-feira, 19 de julho de 2005

ser ou não ser

Antes um gajo chegava aos 23 e era velho. Hoje é-se jovem até aos 35. Quando se é homem. As mulheres passam a cacos aos 23. Na notícias dos jornais costuma aparecer "uma criança de 11 anos", "um jovem de 25", "um homem de 38" ou "um idoso de 64".
Quando eu tinha 12 anos achava velhos "os que já saem à noite" e "já vão à discoteca" e alguns que até "já têm namorada". Um gajo chega aos 16 e os velhos passam a ser os que "já andam na universidade". Quando se anda na universidade os velhos são aqueles que "já sabes quem acabou o curso? Foi o João. Aquele que costumava ir passar férias connosco lá em Armação de Pêra".
Agora o que me arrepia é quando a minha mãe me diz "lembras-te da Belinha que vocês diziam que se peidava nas aulas de inglês? Encontrei a mãe dela hoje e parece que se vai casar". Depois ficam gordas e com as mamas pelos joelhos e tudo acabará em divórcio e anti-depressivos.
A última etapa não conheço mas consigo projectar: "o Carlitos tem cancro nos tomates". E só consigo pensar: "pode ser que rape o cabelo e ganhe sete vezes a volta a França".

domingo, 17 de julho de 2005

o regresso da lentilha

Aaltra – Aaltra


Em França nada de novo...


Sim. Há mesmo um filme com este nome. Aaltra. Nós, os intelectuais, fomos vê-lo. Nós, os intelectuais, gostamos de cinema francês. Nós, os intelectuais, gostamos de filmes a preto e branco. Nós, os intelectuais, limpamos o rabo ao cinema americano.
Quando se atinge um determinado patamar em termos de beleza física – porque a outra não interessa para nada - um gajo não pode apanhar assim muito sol e tem de andar assim debaixo de guarda-chuvas. Para evitar que a beleza desapareça como areia entre os dedos da mão. Punheta. Urgia destruir o momento para que não ficassem a pensar que eu sou um desses paneleiros que gostam de poesia e cenas que rimam e malas de mão e sapatos cor-de-rosa daqueles de presilha e fivela. E também para as miúdas pensarem em mim como “um gajo que lê umas coisas” e até é sensível e tem um vocabulário muito além de “tipo”, “cena”, “meu” e “é um galão escuro, se faz favor”. Não que eu beba galões. A coisa mais burguesa que pode existir é o café com leite. Especialmente Mokambo e o outro que é apaneleirado e que não é bem café mas é uma cena que parece café mas é feito com palha e estrume de porco mas que parece que faz as pessoas acordarem e começarem o dia cheias de satisfação. Que tal um fax e uma mamada?
Podem perguntar e tudo por aí a ver se eu até nem estou agora a ler um livrinho. Daqueles com lombada rija e capa de pele.
A melhor maneira de não se apanhar sol é ir para o escurinho de um cinema onde a única luminosidade que pode aprofundar as ténues linhas que marcam a minha cara de princesa é aquela emitida pelo projector. Depois há que escolher o sítio. Monumental de tarde = betos. Alvaláxia de tarde = betos com namoradas betas e os umbigos de fora e os sacos de banha com furos a saltar por entre as coca-colas e as pipocas com mais gordura que esses furos de banha. King de tarde = fufas e miúdas que não se depilam e que têm um Abel Xavier privado debaixo de cada axila. Claro que, destes todos, o que eu gosto mais é de fufas. Gosto tanto que até tenho aqui um cd cheio de vídeos delas. Por isso fui ao King. E havia fufas e gajas de 40 anos com manchas na pele que já não casam e que vão acabar sozinhas a fazer tricô e a cheirar a mijo de gato e hão-de apodrecer dentro de caixões de pinho com roupas da secção de fufas do Corte Inglés. Isto tudo porque já têm a cara fodida de terem fumado tabaco carrascão, bebido gin tónico e passado as tardes na praia a escrever poesia altamente “fufíca”. Normalmente vão ao cinema umas com outras para não parecer que são pessoas infelizes e que o que realmente precisam é uma mega-queca mas a única coisa que lá entra é apenas sabão e as únicas que saem é uma mistura de pus mais espesso que maionese e restos de menstruações antigas e há muito terminadas.

Fiz de propósito para chegar mesmo em cima da hora. Para entrar já com a sala bem escura e as pessoas não pensarem que eu sou um desses tipos que vai ao cinema sozinho e que trabalha em call centers ou a tirar fotocópias naqueles sítios grandes onde se tiram fotocópias e se compram agrafos. Ainda tentei levar a minha t-shirt nova dos Motörhead para as miúdas pensarem que eu sou do rock e coiso. A verdade é que era a única que tinha que só cheirava um bocadinho a suor. Todas as outras tresandavam. Não que eu cheire mal. Mas gosto de vestir as mesmas t-shirts vários dias porque aqui em casa a roupa primeiro que seja lavada e engomada demora uma eternidade e os meus engates não podem esperar. Lavei-a hoje num alguidar que é usado para pôr o bacalhau de molho. E acho que ficou a cheirar a bacalhau.
E a propósito de comida, quando um gajo vai a um restaurante português e olha para a ementa e lê “febras com batata frita e arroz” fica a saber que se pedir esse prato vai levar com febras com batata frita e arroz. Da mesma maneira que se um gajo pedir “bacalhau cozido com grão” já sabe que vai levar com bacalhau cozido com grão. Não há que enganar. Mas porque é que um gajo quando vai a um restaurante indiano ou chinês nunca sabe que raio é o prato que está a pedir? O que é chao min? Para não sermos completamente desorientados põem sempre lá “chao min de frango” ou de “vaca” ou de “porco”. Um gajo já sabe que vai comer frango. Não sabe é com quê. Nos indianos as coisas ainda se complicam mais. Porque nem conheço a comida que têm e quando entram os tipos das rosas e dos brinquinhos e dessas cenas que piscam um gajo deixa de saber a quais dos “abduls” é que se há-de pedir “makhani palak masala kofta sabje raseela korma jalfrezi bhuna tikka rogan josh saag tandoori badam kulfi” que significa “um café e a conta” e a quais é que um gajo diz “tu outra vez? Não obrigado”.

Como o filme é a preto e branco, as legendas quase nunca se vêem. A minha sorte é falar tão bem francês como o Mário Soares e, como tal, não perdi pitada do filme que não passa de um gajo de barba e de outro mais ou menos normal que parece o Sean Penn, mais feio e muito menos cool, a irem desde França até à Finlândia em cadeiras de rodas tudo porque querem vingança dum grupo de terroristas que lhes mataram a família e os puseram naquele estado. Ou isso ou por terem tido um acidente com um tractor de marca finlandesa. Depois como são franceses conseguem dar cabo de todos os gags. Parece que toda a gente em França é tão má a fazer comédia como o Jacques Tati. Faltam-lhes lá o Nuno Markl e o seu soutien e o Milton e o Rui Unhas e o Camilo de Oliveira e o menino Tonecas e todos esses gajos que são levados da breca para lhes mostrar o que é uma barrigada de riso daquelas a sério.




Aaltra - :)

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quinta-feira, 14 de julho de 2005

o dia da incompetência

War of the worlds – A guerra dos mundos


“Era um desses com creme se faz favor”


O Técnico tem uma cena que deve ser única no mundo, além de ecossistemas autónomos gerados por vários géneros de caspa e seborreia dos alunos da Leic, que é os bolos do “bar de civil” saberem todos ao mesmo. Vai um gajo e compra um queque. Vai outro e pede um palmier. Vai o terceiro e pede um bolo de arroz. E depois podem trocar e comê-los de olhos vendados que sabem todos ao mesmo. Os filmes do Spielberg, mais judeu menos judeu, são todos a mesma coisa. Assim pãozinho sem sal. Estava capaz de apostar que a mãe do Spielberg é uma erva-gigante. Isto é uma piada de Botânica. Visto eu ser um gajo que sabe quase de tudo. Só não percebo como o Nuno Gomes é titular no Benfica e na selecção. Mas isso é porque o Scolari não vê os jogos e depois manda assim umas postas de pescada e escolhe mas é aqueles que os outros dizem que coiso e que sai nos jornais. E depois temos gajos como o Petit, o Maniche e o Paulo Ferreira na selecção.
Isto tudo para dizer que o Spielberg é um banana. e daí gostar de se meter no George Lucas. Que eu seja fulminado já aqui se o Lucas não é assim o maior mega-paneleiro da história do cinema. É fofo e redondo como o Marco Paulo. Que, segunda consta, andava com o António Calvário. Dentro dos paneleiros com botox – não mesmo dentro deles, como provavelmente gostariam, mas dentro do grupo social “paneleiros com botox” - o António Calvário é assim dos mais jeitosinhos. E eu posso dizer isto porque não sou paneleiro. Nem tenho nada contra eles. Até acho muito bem que se divirtam e assim porque também são pessoas como nós. Apesar da doença que têm e de terem inventado, a meias com os pretos, o vírus da sida.
Quando eu era muito novo, devia ter uns 17 anos, fui fazer uns testes psicotécnicos ali ao pé do Bairro. Os resultados foram os que já toda a gente esperava. Que eu era um génio. Que tinha acertado perguntas que mais ninguém sabia. Que um dia o Al Gore inventaria a Internet para eu ter o blog mais visitado de Portugal. E lembro-me que estava lá uma miúda altamente fodível e que tinha um blusão daqueles dos anos 80 mas que cheirava mal. A miúda não o casaco. Era do cabelo. Acho que o passava só por água e depois ficava um cá cheiro a bafio. Isto tudo para dizer que a única pergunta de sempre que me lembro de falhar nesses testes foi uma que metia banco. E que nem foi nos testes que fiz no Bairro mas sim nuns que fiz na escola mas queria falar desta miúda altamente fodível não sei bem porquê além de gostar de falar de gajas fodíveis e assim. Não pensem que estou a desconversar porque não sei o que dizer e não posto há não sei quanto tempo e parece mesmo que estou a encher espaço para depois vocês não perderem o hábito de vir aqui ler e depois isto nunca mais sai em livro e eu nunca mais vou para a cama com duas miúdas ao mesmo tempo. Isto do teste psicotécnico e da pergunta que falhei relaciona-se com o filme. Porque era uma pergunta que metia bancos que também tinham três pernas. E a relação acaba aqui. Mas foram umas boas linhas sem dizer nada e em que se encheram uns bons chouriços.
O Spielberg nunca arrisca. Se faz um filme sem estrelas, filma-o a preto e branco. Se a história não presta, abusa nos efeitos especiais. Se já sabe que não está à altura do trabalho, contrata o Tom Cruise. Usualmente contrata o Tom Cruise.
Pode-se dizer, assim sem grande margem para dúvidas, que o Tom Cruise faz sempre o mesmo papel. Entra na maior sequência de sequelas – bip bip, alarme de figura de estilo” que não sei o nome e ainda por cima a miúda do messenger que me tira estas dúvidas não está cá. Cá no messenger, não cá em casa. Se estivesse cá em casa eu não estaria a escrever isto mas sim a mandar a maior mega-queca do Universo - desde o “Top Gun” até à “Guerra dos Mundos” que fez sempre o mesmo papel. Neste faz de gajo com casaco de cabedal, com um carro desportivo e que vive sozinho num apartamento com a bandeira dos EUA. Não vive com a bandeira, a bandeira é que está assim ao pé da porta. Do lado de fora à direita de quem entra. Depois tem uma filha que é a gaja mais histérica de sempre e passa, literalmente, o filme todo aos gritos. Menos quando o Tim Robbins lhe tenta saltar em cima. Vejam bem, a puta. O Tim Robbins nunca mais se recompôs desde que apanhou na reganheira dum paralítico em “Os condenados de Shawshank”. É como aquele preto do Pulp Fiction. Nunca mais foi o mesmo desde que foi enrabado. E agora quer é miúdas assim novinhas. Até porque a Susan Sarandon já está mais engelhada que a pele dos seus testículos.
A (des)propósito, será que um paralítico sente quando apanha na peida? Se estiver caído no chão a fazer aquelas coisas que os paralíticos fazem, como crescer as unhas e o cabelo e babar a carpete, e um gajo meter assim um dedo por trás ele sente? Se não sentir um gajo pode dizer aquela coisa do “quem não vê é como quem não sabe”. E tinha-se uma fonte inesgotável de sexo anal. E, para quem sabe, o sexo anal é de longe o melhor. A não ser quando traz supresa. A cena é que os paralíticos têm cheiro a paralítico. É assim uma mistura de fritos e essência de paralítico. E depois começam a ficar deformados e com os joelhos para trás e os dentes afastados e em bico. E dizem coisas como “arrrgguarrgh” e “muinimomo”.
Isto tudo porque o Tom Cruise quer ir de Nova Iorque ou lá do sítio onde mora até Boston para levar os filhos a ver a mãe. Se disser que consegue e que faz aquele sorriso de “se isto acabasse tudo à dentada estavam todos fodidos comigo” conta como spoiler?



War of the worlds - :|

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a geração de 77

Um gajo sabe que cresceu nos 80s quando, a meio duma conversa com mais três pessoas, sorri ao ouvir de seguida as expressões: ""fónix!", "o tanas" e "o caracinhas".

sexta-feira, 8 de julho de 2005

marcos

O momento mais marcante da minha infância foi ter ido à Praia do Rei. Na Praia do Rei era só gajas nuas (nos anos 80 = tufo). Mas um gajo com 6 anos não percebe além de a pachacha ser alguma coisa mais que pelos entufados e encaracolados. Só mais tarde se descobre que a pachacha tem substrato.
Nesse dia vi o meu primeiro lábio vaginal. Era uma miúda também mas mais velha. E tinha uma cena a sair da rata. Disseram-me que era tripa. "Quando as pessoas às vezes fazem esforços demasiado grandes, a tripa sai". Como poderia a minha vida sexual ser normal?

sexta-feira, 1 de julho de 2005

frat boy ou batman?

Batman Begins – Batman, o início


O esquadrão classe B

O Christian Bale é o Batman mais feio de sempre. Não é por nada que foi o “Psicopata Americano”. No entanto, é também o melhor Batman de sempre. É o que fica mais jeitosinho naquele fatinho. E Deus sabe que eu estou a dizer isto sendo perfeitamente heterossexual, mesmo com duas palavras terminadas em “inho” na mesma frase não sendo nenhuma delas “João Moutinho”. Ou mesmo assexuado. Que é o estatuto que se ganha quando não se fode há mais de um ano (isto já não é inteiramente verdade mas vamos deixar as coisas por aqui e fingir que este post nunca aconteceu). Mas isso não é razão para lhe escolherem uma miúda que sofre da síndroma de Yorke. A síndroma de Yorke é uma doença raríssima que faz as pessoas ficarem com os olhos como o gajo dos Radiohead e depois, caso sejam músicos, começam a fazer os álbuns todos iguais aí a partir do segundo e a espumar da boca em palco.
Quando eu era miúdo – há uns 12 anos atrás – dava na televisão uma série que se chamava “Os soldados da fortuna”. Toda a gente via menos eu. Também dava outra que se chamava “O raio azul” que era sobre um helicóptero que resolvia crimes e coisas e metia miúdas. E que eu também não podia ver. A minha mãe não deixava. Só podia ver a paneleirice de “O homem electricidade”, ou lá como se chamava, que tinha um fatinho azul a imitar redes de átomos e electrões a moverem-se e tinha um mega-carro que ultrapassava assim uns e outros fazendo “ZUM!”. Dizia que estas coisas eram demasiado violentas. Nunca fui feliz. Pelo menos até aos 13 anos quando recebi um computador no Natal e deixei de sair de casa e ir ter com miúdas e assim. Esta fase durou até aos 18 anos, altura em que fui para o Técnico. E nunca mais vi miúdas. Tenho esperma acumulado nos tomates desde os 13 anos. O meu consolo é ter Internet bem rápida.
Voltando ao assunto... Depois repetiu com o nome de “Esquadrão classe A”. Nesta série nunca ninguém morria. Os maus ficavam KO quando tinham acidentes de automóvel – os carros capotavam aos montes e sempre com enorme facilidade. Diria mesmo que usavam uma rampinha para isso acontecer - ou quando levavam na tromba. E depois havia sempre uma máquina de soldar e uma fresa e essas cenas que deitam faíscas. Para construir a mega-cena-que-dá-cabo-dos-maus. A mega-cena-que-dá-cabo-dos-maus dava mesmo cabo dos maus. E era mesmo mega. Bom... estava no guião.
Pois neste Batman também é ele que mexe lá nas máquinas e nos coisinhos de fazer faísca e faz shurikens. Claro que conta com o apoio do Morgan Freeman e do Michael Caine. Mas como toda a gente sabe os pretos gostam é de se baldar ao trabalho e estar de papo para o ar e por isso no fundo seria só o Michael Caine a ajudá-lo, caso não fosse inglês e preferisse sujar o fato de marca e não ficar a beber chá e a jogar aquele jogo do martelo e das bolinhas.
Eu sei que estas coisas não se fazem com facilidade por o meu avô ter sido ninja. Só alguém com a experiência do “bêá” e a capacidade de engatar miúdas do “cara-dji-pau” é que consegue manejar uma cena de soldar e um coiso de fresar de maneira a fazer essas coisas que dão cabo dos maus. Ainda por cima com maus que nunca representavam perigo a valer. Tinham sempre carros que capotavam e ficavam fora de acção com duas ou três solhas bem afiambradas.
Eu sou um gourmet da escrita. Posso não rimar. Posso não ter livros editados. Posso não escrever no Jornal de Letras. Posso não ter as mamas do Nuno Markl. Posso não escrever o editorial de “A Bola”. Posso não ter imaginação para fazer “lusitana” rimar com “Taprobana”. Mas raios... há-de passar muito tempo até verem uma figura de estilo tão boa como esta que usei umas linhas acima. “Três solhas bem afiambradas”. Ninguém sabe como se chama. O mais provável é nem sequer existir. Por isso vou dar-lhe um nome. Fuso-animalização. Fuso de fusão e animalização de carne de porco à alentejana.
O filme começa com o Batman preso mas vestido à Bruce Wayne. E bate nuns chineses e nuns tipos com olhos em bico tudo por causa de terem passado à frente na fila para a merenda. Depois o Liam Neeson que faz de gajo que ensina os outros a lutar com espadas e cenas ensina o Batman, que ainda não sabe que é Batman, a lutar com espadas e cenas. E depois ele volta para a cidade e compra hotéis e sai com miúdas e procura vingar-se de quem matou os pais. E também não quer que ninguém saiba que ele é o Batman. O que acaba por ser uma parvoíce porque, mais tarde ou mais cedo, o filme também vai estrear em Gotham City e toda a gente vai saber quem é o Bruce Wayne. Depois vê-se a “bat-cave” que ainda só é uma bat-gruta. O “bat-carro” que ainda só é um “bat-protótipo”. Os “bat-shurikens” que ainda só são “bat-shurikens”. A propósito, todo material que o Batman usa para fazer estas coisas que começam com o prefixo “bat” são roubadas da própria empresa. Adivinhem por quem? Pelo Morgan Freeman. Depois chamam-me racista mas funciona como um pêndulo.
28 dias depois de o Batman voltar a Gotham City aparece o homem-elefante. Fui eu que inventei esta piada. É uma piada cinéfila. Só nós, os cinéfilos, é que a percebemos e podemos inventá-las. Também pode ser uma figura de estilo. Uma fuso-tri-cinefilização. Que é juntar dois filmes numa frase fazendo referências cruzadas e depois isto tudo num comentário a um terceiro filme pelo meio.
Depois há um mau que passa a dois e depois a três. E o Batman dá cabo deles por ordem. E depois o filme torna-se igualzinho ao Homem-aranha 2 portanto podem sair do cinema e alugar o DVD. Até tem uma cena final num comboio com a vantagem de ser bem menos patética que a do Homem-aranha 2 (que usava fio dental nesse filme). Depois pronto. O gajo come a gaja da cara torta que quer comer desde o início do filme mas tem vergonha porque ela tem a cara torta e ele não lhe quer dizer isso. Depois aparece o polícia-banana que se chiba e diz que há o Joker a fazer das dele e acaba.


Batman begins - :)

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”