Qualquer minoria tem um dia. As raças não-brancas, os homossexuais, a sopa de grão no Café Alcides onde eu almoçava quando andava na Faculdade, os paneleiros, o cancro, os animais domésticos. O marisco já tinha um festival em Olhão. A cerveja tem uma festa no Castelo. O robalo e a dourada têm dia marcado no Mercado do Peixe. A Expomotor calha sempre na mesma semana todos os anos na FIL. Até os habitantes do Perú têm um dia na Feira do Artesanato.
Pois é. Agora até há o dia da mulher.
Tudo isto agrada aos homens.
A minha proposta é acrescentar ao calendário o dia-da-mamada-enquanto-se-vê-um-jogo-de-futebol e o dia-das-mulheres-em-carros-vermelhos-desportivos-com-AK47s. Assim o homem sentir-se-ia satisfeito.
Claro que depois as mulheres iam querer logo o dia-do-minete-enquanto-se-vê-a-telenovela, mas como toda a gente sabe uma mulher não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo. Por isso é que as telenovelas nunca passam às 20 horas. É para a mulher conseguir fazer o jantar em paz.
quarta-feira, 9 de março de 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Ontem vi um vizinho meu a dar vinte euros por um punhado de rosas meio murchas para oferecer ao escamartilhão da mulher dele. Parvalhão, bicha de merda...Tenho vergonha de dizer que sou vizinho dele.
é um machismo haver "dia da mulher".
Eh pá...
isto "sim-senhoras"!
Refiro-me a esta análise do horário novelesco. Mas dada a data deste comment devo questionar: e aquelas embrulhadas rocambolescas antes das notícias? São para as pré-puberes-que-ainda-não-ajudam-na-lida estarem sossegadinhas enquanto o povo trata das cenas?
Enviar um comentário