terça-feira, 12 de dezembro de 2006

se escreverem pontinhos com espaços aqui, serão ignorados (os espaços, não vocês)

Não me lembro do nome


A única razão porque entrei neste sítio foi para ver o maior clube do mundo. Era o único que tinha a Sport Tv desde o Cais do Sodré até ao Coliseu. Estava quente e havia meia gaja boa, um brasileiro e um empregado que parecia aquele tipo que finge que tem capachinho do “Goodness gracious me”. A série dos indianos. Não percebi uma frase do que disse, mas trazia as Bohemias a um ritmo constante, portanto não me queixei quando se esqueceu do prato. Ou então até me disse mas eu estava distraído a olhar para os buracos onde deviam estar dentes e a tentar perceber o que mantinha aquele risco ao lado ao lado. Não é engano.
Se calhar nem foi esquecimento, simplesmente não havia e devem ter partido do pressuposto que se eu pedi uma coisa que não havia era porque provavelmente nem estaria com fome. Herdei uma coisa muito boa da minha avó, ela também ficava bem com uma sandes de fiambre. Eu, apesar de não comer fiambre (as unhas do porco acabam no fiambre), fico bem com uma tosta de queijo. Desde que não seja em Sintra. Consta que, em Sintra, há um café onde usam as tostas como proto-vaginas (sempre quis usar o prefixo proto). Nada que eu já não tenha feito. Aquele sabor acre do cheesecake (deve existir xisequeique – como o outro que insistia que se escrevia xizato – gótica 1 à recepção) da passagem de ano? Não foi do queijo.
Sou a primeira pessoa que conheço que usa a palavra acre sem ser numa aula de português e sou amigo íntimo da única pessoa que usou a palavra istmo num jantar de curso (sim, eu andei no Técnico e fiz amigos). Por outro lado, não conheço miúda nenhuma que admita roçar a crica na borda da cama. E sei que isso acontece que eu já vi um filme (na televisão, nos saudosos tempos do Hollywood – que eu gravava com o nome “Serenata à chuva” ou “Casablanca” (para garantir que ninguém os via) para depois irmos ver para casa de um tipo que tinha um vídeo muito bom e umas colunas enormes e, e esta é a verdadeira vantagem, conseguia pôr a chave na porta de determinada maneira que, quem quer que tentasse entrar, não conseguia antes de se fazer stop e disfarçar as tendas com almofadas).
Gostava de chamar a atenção de todos para o enorme trabalho de pontuação e parentisagem (eu sei que não existe, não chateiem) do parágrafo anterior. Em especial, para os parêntesis dentro de parêntesis (isto parece tirado do Dune). Vulgo incesto. *drum fill*
Isto tudo para dizer que o bacalhau estava bom mas as batatas um pouco despidas. Mais ou menos como ao contrário das miúdas que vêm ao meu quarto. No último mês e meio foi uma. Veio fazer a cama e colocar-me os chinelos alinhados lado a lado em cima do tapete direccionados para a cama.
Não me posso culpar. Os meus sábados são divididos entre não saber o que fazer (e já adiei várias vezes a ida à exposição do Star Wars porque quero ser o único gajo que vai com gaja), queixar-me da vida, arrepender-me das coisas que disse na sexta ao fim do 7º shot de whisky e ordenar as meias por ordem alfabética de primeiro nome do boneco maior de cada par. Sim, eu tenho meias com bonecos. E nunca me levaram a lado nenhum. Por outro lado, os meus ténis levam-me a toda a parte. *drum fill*. Tenho de pedir desculpa. Estava meio a dormir em cima do sofá e começou a dar o Raymond. Deixa marcas.
Foi neste sábado que fui canado a descer as escadas com o PES 4 (Pró Evolution Soccer 4, para as gajas: é um jogo de futebol para a Xbox) na mão por uma das únicas miúdas boas aqui do prédio. A minha vizinha da frente tem pernas boas mas tem a cara mais ressequida que um pedaço de carne seca ao sol. Certa vez até a ajudei com as malas, mas isto aconteceu antes de lhe ver a cara. Ao que parece (diz que) tem assim montes de pastel. E gajas com dinheiro é um dos maiores turn-ons de sempre. Até porque os amantes do ócio que não fazem nenhum, como eu, gostam sempre de viver à custa de gajas boas que façam uma canjinha, trabalhem longe e dêem mesada. Até podem estar um bocado fodidas da cara porque agora há uns cremes que fazem gajas como a Cinha Jardim não provocar o vómito imediato e em repuxo (a propósito, vão ao Google e procurem "Cytherea videos"). E eu sei do que falo porque já estive a isto -> || <- da Cinha Jardim.
Se há coisa a que eu ligo quando entro num restaurante é se há gajas que eu comia primeiro que as entradas que estão em cima da mesa. Neste só havia uma mãe. E eu queria era ver a bola. Gosto de gajas até começar o Sporting. Durante a próxima hora e quarenta-e-cinco o meu amor chama-se Liedson. E tão bem que ele esteve. Até que o bacalhau à não-sei-quantos que pedi porque não havia a carne à não-sei-quê.
Tenho de admitir que a ideia de fazer esta cena sobre restaurantes não é um original meu, embora eu seja cultural e qualquercoisamente (raios partam os advérbios de modo, lembro-me sempre dos mesmos e depois pareço daqueles tipos que nunca lêem – até estou agora a ler um livrozinho que está em cima da mesinha de cabeceira mas que não me lembro do nome) refinado. Há um tipo que também sabe muito disto (eu não sei a diferença entre um ovo escalfado e migas) e que também tem um blog que está nos meus favoritos mas que eu não digo qual é. Só faço isto a ver se consigo gajas, ele faz porque parece que gosta de encher o bandulho. Já comentei o blog a ver se passava por aqui, mas a minha tentativa de dar nas vistas foi em vão. A César o que é de César.
Tenho é uma cena com gajas. É a única cena que me interessa num restaurante. Sou mais esquisito com a quantidade de gajas boas de um restaurante do que com a comida propriamente dita. E este não valeu a pena. Se calhar foi por isso que se esqueceram do meu prato. Mas como não estava ninguém também não fez grande mossa. E eu até só cá vim para ver a bola.



Não me lembro do nome - :O

:O~ <- ao nível das cantinas em particular e da do Técnico em geral
:O <- cabelos na comida e sarro nos talheres
:| <- restaurantes Ana Malhoa - um gajo até lá vai, se não houver mais nada
:) <- restaurantes Alexandra Lencastre – um gajo, há uns anos, até lá ia e era bom – agora é mais o hábito
:D <- daqueles que um gajo pede o cartãozinho
:D~ <- comidinha da avó

4 comentários:

J. Salinas disse...

O PES4 até me parece que é o piorzinho. Assim com'assim, pronto.

... disse...

Brutaaaaaaaal!!
Abraço e boas festas!
:)

Anónimo disse...

Ó juvenal andaste no IST mas que curso tiraste? andas sempre a gozar com os gajos da LEIC mas se calhar és mesmo um desses tótós.

caramela disse...

porra, pá.
é muito bom.

assim não dá :|


* schloc *
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