quarta-feira, 14 de março de 2007

heart of darkness

El labirinto del fauno – O labirinto do fauno



Não é que já não tenha vontade de ir ao cinema, tenho é a 3ª série do Lost aqui para ver e qualquer tempo passado fora de casa é tempo de não estar a ver o Lost. Até já apaguei pornografia para caberem os últimos episódios. E quando um gajo apaga pornografia é porque é sério. Não apaguei mesmo de apagar. Que é como quem diz “passei para dvd”. Não que eu tenha realmente dito isto. Até porque não discuto pornografia assim em geral. Nós, os entendidos, discutimos pornografia em pequenas tertúlias moderadas pelo “Tera-chefe” – que é um tipo que atingiu 1 Tera-byte de pornografia. Em disco. Dvds não conta. Mesmo assim é uma despromoção. Durante anos tive um sistema. Tinha tapes onde guardava o porno bom-. O porno bom ficava no computador em ficheiros .rar com password e com nomes como “IST-trabalho_de_sistemas_termodinâmicos_fechados.rar”. Ninguém desconfiava.
Há tanto tempo que já não ia ao cinema que ainda nem tinha visto que o Monumental estava em obras. O que é obra. O cheiro a mijo é que ainda se mantém na casa de banho. Digo mijo porque é mijo mesmo. É aquele cheiro que já faz parte da atmosfera. Evapora e fica lá aprisionado. Nem abrindo a janela, como naqueles casas que cheiram sempre a fritos e a quarto mal arejado. Urina é quando um gajo faz análises e mete para dentro do boiãozinho. É relativamente limpo. Quando se acorda com erecções todos os dias (não percebo como chego a casa sozinho, invariavelmente, nas noites sábado), é difícil não salpicar tudo. Mas a urina é quente. E fica aconchegada dentro do boião. É bom para levar no bolso dentro dum saco de plástico e o quentinho ajuda a aquecer as mãos quando se sai de casa no Inverno. Aposto que se se fosse raspar os urinóis com uma espátula, ainda lá haveria pingas da minha última mija. Sim, porque eu mando “uma mija”. É em jacto. E arranca aqueles bocados de poia que ficam colados nas sanitas. As meninas e os paneleiros é que “fazem chichi”. É em gotas e escorrega pelas bordas como aqueles jarros em que a água não descola. Queria arranjar maneira de dizer “cona” mas deixo isso para os mails.
Tenho alguma dificuldade em concentrar-me a ver um filme. Além de sofrer de hiperaudição (como raio são estas regras?), que me leva a dar a “half-turn” quando o beto atrás começou a comer rebuçados com papel daquele que faz *fssshhhh* *fssshhhh*. E também só estou bem onde não estou. Se calhar é por isso que ontem, quando saí do médico, me perdi do Areeiro até à Avenida de Roma. Quinze minutos depois estava de volta ao Areeiro sem perceber muito bem o que tinha acontecido. Ou foi um ataque de estupidez ou começo a ter aqueles mini-AVCs que agora estão tão na moda nas séries que vêm dos Estados Unidos. Acho que é a cena de disfarçar e tornar os velhos menos irritantes. É como o Pai Natal. É o único velho que as pessoas suportam e de quem fingem gostar. E dura apenas um mês. No resto do ano é um velho como os outros. Que se mija e caga e faz aquelas almofadas de cagalhão entre as cuecas e o cu. Que até é bom para andar nos transportes públicos se a viagem for curta e a consistência elevada. Se se for de pé, pode-se sempre apertar como se fosse plasticina, e esperar que não caia em bloco pela perna das calças. E eu sei do que falo porque agora só ando de transportes públicos e o meu estado de irritação com o mundo e com as pessoas está a atingir mínimos históricos. Ciganos e o Nuno Markl é que ainda não.
Não me lembro da última vez que fui ao cinema e olhei para as oito salas e pensei: “bolas, Artur. Não viste nenhum destes filmes”. Parece que agora anda aí um fenómeno. Um filme de 3 horas sobre monges que não dizem nada. O problema deve ter sido a edição. Onde cortar? “Deixa as partes de maior acção” – disse o realizador.
Eu pensava que ia ver a versão espanhola do “Alice no país das maravilhas” e afinal é um filme sobre levar tiros na cara. E depois passado durante a Guerra Civil Espanhola – com direito a maiúsculas e tudo – onde um homem tão bom viu, novamente, o seu nome manchado pela gula dos comunistas. Afinal a guerra civil espanhola – desta vez com letra pequena – não foi mais que uma enorme sucessão de tiros na cara. Ora eu dou um tiro na tua cara, ora tu dás um tiro na minha. Uns melhor, outros pior. Mas não mais que isso. Até o Guernica, ao pormenor, são tipos a levar com tiros na cara. Depois também metia facas e lâminas de barbear, mas nada com muito interesse. E nem tem gajas assim muito boas. Tem uma que passa o tempo a chorar e outra que, acho que é comum nas espanholas, que tem aquela cena no lábio superior que um gajo olha e fica sempre sem saber se aquilo é bigode ou alguma sombra esquisita. Há uma que ainda se roça na lama e faz mais não sei o quê que eu só pensava: “meu, porque é que não puseram aqui uma gaja boa?” – nem que fosse aquela das mamas que morreu de overdose agora. Essa também aposto que, o primeiro tipo que a encontrou, não digo que lhe tenha metido um dedo, mas afastou-lhe as cuecas só naquela de ver e mandar um snif. Pelo menos se ela não estivesse muito fria. Se há cena nojenta nos mortos é estarem sempre frios. No funeral do avô de um amigo meu, aquelas “tias do campo” queriam deixar-lhe um casaco de malha “não vá ele constipar-se” para o dia do funeral. “Descanse que ele não vai a lado nenhum”. E é isso que me fode. Um gajo até pode ser enterrado num sítio fixe. E não tem de trabalhar e mais não sei o quê. Mas não pode sair num sábado à noite. O resto do tempo é irrelevante. Tenho Internet, tenho a Fox e tenho a SportTv. Passo bem os dias sem sair. Até porque “anda aí muita gatunagem”.

Há um tipo que tem uns olhos nas mãos. E tem as peles todas penduradas. Mais ou menos como a Lili Caneças mas em positivo. E depois há umas uvas e um fauno que é um tipo parecido com o Captain Picard. Mas em bonito. E um labirinto também. Que não passa de um monte de pedras e nem eu, com os meus mini-AVCs, me perderia lá dentro. É bem mais fácil que ir do Areeiro à Avenida de Roma. Para quem não sabe, é uma rua a direito. E até tem metro. Que não é bem a direito é assim meio enviesado.
Depois vem o momento hilariante do filme e que fez render os 5 euros e 50. Que é um gajo que apanha um tiro nas costas e tem a sensatez de tirar os óculos antes de cair morto, não vá acontecer sujarem-se ou pior, partirem-se. Ainda deve ter discutido com o realizador se não poderia antes limpá-los com aquele paninho amarelo que vem sempre com os óculos e guardá-los numa caixinha. Parece que lhe disse que não.



El labirinto del fauno - :O

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

5 comentários:

Anónimo disse...

"cona" ou disfarçar por conta só mesmo nos mails....

Fixemobil disse...

Tapes com porno? Tapes!? Isso é ultra-nerd. Aqueles gajos do programa da tvi não são nada comparados contigo!

Anónimo disse...

o k tá na moda pela minha terra é fazer backups de filmes xxx em dvd's e escrever lá no disco: "FILMES DE SURF"...tá feito

PedromcdPereira disse...

Eh!Eh!Eh!Eh!Eh!Eh!Eh!Eh!Eh!

Tááááá bem.

jms disse...

Também sou possuidor dum jacto mictório poderoso. Irrita-me ter de usar a escovinha para descolar as crostas.