terça-feira, 20 de novembro de 2007

dance, dance, dance to the radio

Control – Control


Gostava mesmo de ter daquelas doenças que fazem um gajo ter ataques ou ser demente ou viver em realidades alternativas e ter a mania da perseguição ou que treme sempre uma mão e um gajo depois tem flashes daqueles que parece que se está a ver o futuro. Só cenas que metam fraldas é que não. Já me chega ter de trocar o pijama de vez em quando, porque perdi algum controlo “lá em baixo”. A minha avó bem dizia, quando eu dava 12 peidos de seguida, “qualquer dia ainda tens um relaxamento nos intestinos”. O que quer que isso signifique.
As gajas boas caem sempre por tipos assim. A cena é que isso um gajo não escolhe. Já vem de série. É como o ar condicionado, as jantes de liga leve, o leitor de cds ou ter os olhos verdes. Um gajo nasce com os olhos castanhos e terá os olhos castanhos até ao fim da vida. E depois tem de ter conversa e falar de livros e mai' não sei o quê. E isso de ter ataques em sítios públicos é como ser extrovertido. “Meu, ele na sexta teve um ataque tão fixe. Pensávamos que era a festa da espuma” (o que até pode dar jeito se se for fazer a barba a seguir) e depois as gajas vêm e metem-nos sempre a cabeça no colo delas, mas só a seguir a limpar os cantos da boca, porque “essa merda não sai da minha saia nova de seda”. Mas para isso também é preciso ser-se famoso. Eu quando tinha ataques de caspa (o Sacana dizia que caspa e seborreia não eram a mesma coisa. E ele era suficientemente sacana para ler livros que dissessem isso. “O Marcos tem é seborreia” - dizia ele) no 8º ano, ninguém me vinha dizer “ina man, és tão fixe”. Muito menos a M., que era a gaja boa da turma e que não me ligava pevide e que, quando escarrávamos da janela da nossa sala, me olhava com aquele asco tão comum nas gajas boas que olham na direcção dos gajos que gostam de escarrar das janelas para cima dos miúdos mais novos. Também escarrávamos para cima dos mais velhos, mas só porque éramos todos muito bons a correr. Menos o Cão. Que era o desgraçado que levava sempre na cara. E quando não era apanhado, a gente chibava-se que tinha sido ele.
“Já me contaram que ele morre no fim” - disse eu num jantar, no sábado de noite. E depois “o filme é a cores, Manchester é que era a preto e branco, back then”. Ninguém percebeu. Ainda tentei dizer “meus, é sobre o tipo dos Joy Division” mas entretanto já se falava do golo do Hugo Almeida e já ninguém ligou. Quem diria que, um dia, se iria escrever “Hugo Almeida” e “golo” na mesma frase. Ao contrário de “Carlos Xistra” e “Futebol Clube do Porto”. É uma coincidência do caralho o número de vezes que este gajo arbitra os jogos do Porto.

Como qualquer bom filme sobre qualquer tipo de qualquer banda, começa sempre por se ver um bairro com as casas todas iguais numa terreola qualquer fria nos arredores de uma cidade mais ou menos mas que tresanda a industrial. Depois um tipo com um cigarro e um concerto daqueles das pessoas que faziam concertos naquela altura. O Bowie, o Lou Reed, os Sex Pistols ou o Quarteto 1111. Quando eu comprava o Independente, vinha uma vez um questionário de escolha múltipla sobre não sei o quê de um broche a não sei quem de uma determinada banda. Eu não percebia nada de música e uma das hipóteses era o Jim Morrison, dos Doors e a outra era o José Cid do Quarteto 1111. A terceira hipótese era uma coisa qualquer sobre uma banda irrelevante tipo os Pink Floyd (lá vão os metaleiros chatear-me a cabeça: “iió man, os Pink Floyd são a maior banda de sempre” - dizem eles e depois fazem aquele X com os braços como o Mendes (:D) fazia quando dava Xutos na Juke). A cena é que, apesar de saber a resposta, não me saiu mais da cabeça a ideia de ter havido uma cena tão do rock em Portugal que até o José Cid levava broches assim a meio dos concertos. Eu cá bem que tento ir àqueles concertos a meio da semana onde só vão os amigos da banda a ver se me calha qualquer coisa. Mas nada. E depois é só tipos dos pentes que ficam lixados quando um gajo olha vagamente assim na direcção dos decotes das miúdas que andam com eles. E “old hags” daquelas que já ninguém pega, porque já têm 27 anos e vão ficar para tias ou amantes.
Depois é a cena “ah e não sei o quê, vocês não precisam dum vocalista?” e depois há umas partes com poesia em que eu, como homem viril que sou, disse logo em voz alta “olha-me só este ganda paneleiro, vê-se mesmo que gosta é de alheira”. E depois há umas músicas e miúdas daquelas fáceis que vão aos concertos e chinesas e a Samantha Morton a chorar (será que ela faz outro papel?) e cigarros e depois o gajo mata-se na cena de estender a roupa. O que me lixou é que os ataques que ele tinham eram daqueles mesmo fixes. Que nem metiam nojo nem nada, nem o faziam parecer atrasado mental. Um gajo olhava e só pensava “how cool is that?”. Mas isto é um desvio estatístico apenas. Porque, na realidade, só as gajas feias e gordas e com as mamas pelos joelhos é que têm epilepsia. Isto porque o peso das mamas puxa-lhes as terminações nervosas que ligam os mamilos ao cérebro e dpeois aquilo entra tudo em curto-circuito.
Eu cá, se/quando morrer (e espero nunca ser velho e ficar com a pele dos braços a escorrer, pendurada tipo fatia de fiambre acabada de sair da fiambreira) nunca hão-de fazer um filme sobre mim. Até porque para isso bastava filmar um portátil ligado 24 horas por dia com um rolo de papel ao lado e o Firefox a iniciar-se logo com o computador com o redtube como página inicial e uma cena qualquer para pôr logo os vídeos novos a correr. A propósito, evitem ir lá muito entre as 22 e as 24 para não me darem cabo do streaming. Mas aos gajos fixes dos ataques já fazem. “Uhh, sou tão fixe porque tenho ataques”, “uuh, a minha espuma é mais consistente que a tua”, “uuh, os meus ataques são tão melhores que os teus”. Só porque fez umas tantas músicas de jeito.
Mas eu continuo a dizer, o “transmission” é uma das 5 melhores músicas de sempre. Apesar de não saber quais são as outras quatro.

PS: a propósito, Pina, lá por não teres talento não quer dizer que possas vir aqui copiar descaradamente. E se o fizeres, tenta não ser demasiado óbvio. É que eu também oiço a Radar, mas como é pela net, custa-me um bocado mudar para a Oxigénio ou para a Marginal só porque falas durante três minutos.


Control - :D

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

11 comentários:

Anónimo disse...

"como o Mendes (:D) fazia quando dava Xutos na Juke"

hahahaha

Anónimo disse...

O Ian Curtis era aquele gajo que dançava "à robot", não era?

Azathoth disse...

Sim sr andas a ver filmes de jeito...

Anónimo disse...

Onde diz Pink Floyd trocar por Iron Maiden.

juvenal, o anormal disse...

é pink floyd mesmo. eu sei porque já fui do metal e tenho ali uma tshirt e um bilhete dos megadeth a prová-lo. e, na altura, também dizia que os pink floyd eram a melhor banda de sempre.

juvenal, o anormal disse...

eram os kraftwerk.

Anónimo disse...

Kraftwerk não são banda.

São 4 laptops.

Os gajos que carregam nas teclas são técnicos alemães contratados para os transportar.

Guima disse...

golo!

Anónimo disse...

O Pina plagia? Phone-ix!

Abraço juve!

NP

juvenal, o anormal disse...

o de Pina, sim. essa corja é toda uma cambada de plagiadores sem talento.

Anónimo disse...

O Pina é paneleiro.