Ela: "Não tens escrito no blog".
Eu: "Pensas que o génio tem hora? O Miguel Ângelo não pintou a capela Sistina de um dia para o outro".
Ela: "Não sabia que o tipo dos Delfins pintava".
quinta-feira, 28 de junho de 2007
terça-feira, 26 de junho de 2007
i want to register a complaint
É difícil aguentar até ao início da silly season do futebol (o Simão no Liverpool, o Simão na Juventus, o Simão no Manchester, o Simão no Real Madrid) para saber quem vai ser o melhor avançado de 2007/2008. Depois de muita expectativa soube-se. Chama-se Cardozo. E é, pela 14ª época consecutiva, o salvador da nação, o melhor avançado do mundo, o Maradona das Arábias, o novo Eusébio, o matador da América Latina. No ano passado era aquele que imitava uma águia sempre marcava um golo. Estatisticamente, a afirmação anterior, é o mesmo que entrar num bar onde esteja a dar o Personal Jesus e nunca mais lá voltar porque "naquele bar só dá Depeche Mode". O homem só marcou um golo e quando o fez imitou uma águia. Dizer mais que isso é entrar no mundo da fantasia. Aposto que em Setembro está de volta a Maria Amélia.
'cause i'm cool
Le temps qui reste – O tempo que resta
Quando o cancro é cool
Já sentia falta de ciclos de cinema. Antes via os programas daqueles ciclos que revêem o ano e tinha-os visto quase todos. Este ano não vi quase nada. Já não tenho 20 anos e filmes franceses ou com mais de 90 minutos deprimem-me. Já só gosto de comédias românticas, da Cameron Diaz, do Owen Wilson, do Mr. Bean. Filmes sobre cancro e mortos e gajas estéreis já não são para mim. Sinto sempre que a pressão intracraniana aumenta e que tenho um tumor qualquer na cabeça que me vai corroer e fazer cair o cabelo logo a seguir a ter gasto 40 euros num corte novo. Se mexo os joelhos e fazem “clic” fico a pensar se não terei um daqueles cancros dos joelhos que atacam os jogadores de futebol. Se estou torto na cadeira, endireito-me “para não ter cancro na espinha, como o Pedro ali do 3º direito” que acabou os dias numa cama a beber sumo por uma palhinha e sem conseguir aguentar as fezes líquidas que lhe escorriam pelo cu. Mas ainda se aprende umas coisas neste filme. É certo que é um azar tremendo um gajo ser paneleiro e contrair primeiro cancro do que sida. Mas Deus nisso é fodido e castiga todos os fluxos inversos. Eu próprio sei que o que me espera vai ser uma coisa dessas. Ou uma cena degenerativa. Não quero acabar com um tubo na boca e uma cadeira de rodas. Porque depois as pessoas olham. Eu não. Eu sou dos que fazem os aleijados não se sentirem mal. Olho só uma vez, para mostrar que estou à vontade. Que não me incomoda. Também não lhe dou uma moeda, que é para não ficarem mal habituados e depois se toda a gente der, pedir tornar-se-ia monótono. Eu tento mostrar que estou à vontade. Que embora seja fixe e tenha os braços completos, estou à vontade. É mais ou menos como as pessoas do teatro e a nudez. Não os incomoda porque eles sentem mais que as pessoas que não fazem teatro. Eu cá olho. Uma vez e pronto. Menos com as gajas boas. Com essas farto-me de olhar. Desesperado. E penso “olha para mim vaca do caralho. Porque é que não olhas para mim?. Sexta, senta-se mesmo à minha frente assim uma das miúdas mais giras que eu já vi no metro. Passado duas paragens, levanta-se e senta-se noutro sítio. À saída disse-lhe: “custaste-me 80 euros”. São duas sessões na psicóloga. Estava num bom dia de gel, num bom dia de trazer o ípsilon debaixo do braço, até tinha a minha camisa boa, aquela que parece que tenho músculo nos braços. Que são mais do que duas varas daquelas de sacudir as ovelhas... se calhar o que me fodeu foi o livro do Asimov. Eu também não olharia para uma gaja que lesse Paulo Coelho ou que acompanhasse as linhas com a marca do livro. Em discussão, mais tarde, chegámos à conclusão que ela ia num dos lugares que vão de costas e então mudou-se para ir de frente e não vomitar. Eu se fosse em frente duma gaja boa, bem que podia vomitar que dali não saía. Ao contrário de um tipo que hoje levou com as mamas duma gorda na cara quando o metro travou. Saiu envergonhado na paragem seguinte.
É bom rever algumas das miúdas que ainda iam aos ciclos do 222. Já estão um bocado mais fodidas do gin tónico. Até eu, que agora comecei a beber gin tónico com regularidade, tive de comprar daqueles cremes “anti-age” para compensar a cena. É chato é levá-lo no bolso e ter de o aplicar antes de começar a beber. Sim, porque eu sou dos que previne. E mais algumas daquelas dos vestidos e dos sapatos que agora se usam. A quem eu não me importava nada de me vir nas mamas. Mas só nas que têm decotes. As outras não e eu sou um bocado nojento em tudo o que meta funções vitais. Não percebo como é que as pessoas não têm nojo de transpirar. Eu, se transpirasse, com o nojo, suicidava-me. Mesmo o caracol. O caracol é quando 'a cena' se enrola assim à volta do saco dos testículos. E cola com o suor. Só sai “metendo a mão” e é de alto risco. Que o diga o Humberto Coelho quando foi canado no intervalo dum jogo da selecção a ajeitá-los quando pensava que ainda não estava no ar. Eu hoje arrisquei isto enquanto esperava pelo elevador. Aqui no prédio é só enrugadas por isso também não haveria grande mal.
Nunca sei muito bem os filmes do Ozon que já vi. Pensava que já tinha visto este mas afinal não. É sobre um tipo que tem cancro e é paneleiro e até faz parecer fixe ter cancro. Porque fode e fuma e anda de táxi e tem uma irmã boa. Eu próprio, quando me aparecer o cancro na espinha, a primeira coisa que faço é ir comprar um volume. Pode ser que volte a foder e descubra alguma irmã boa que estivesse perdida por aí. Daquelas que embrulham os presentes no Natal e têm sempre ideias para comprar coisas além de chocolates e gravatas. Depois é tudo muito exagerado. Só porque vai morrer farta-se chorar. Que menina. Eu cá, se morresse, enfrentava a cena como um homem. Daqueles que já não se fazem. Mas eu corro o risco de viver para sempre.
Le temps qui reste - :)
:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”
Quando o cancro é cool
Já sentia falta de ciclos de cinema. Antes via os programas daqueles ciclos que revêem o ano e tinha-os visto quase todos. Este ano não vi quase nada. Já não tenho 20 anos e filmes franceses ou com mais de 90 minutos deprimem-me. Já só gosto de comédias românticas, da Cameron Diaz, do Owen Wilson, do Mr. Bean. Filmes sobre cancro e mortos e gajas estéreis já não são para mim. Sinto sempre que a pressão intracraniana aumenta e que tenho um tumor qualquer na cabeça que me vai corroer e fazer cair o cabelo logo a seguir a ter gasto 40 euros num corte novo. Se mexo os joelhos e fazem “clic” fico a pensar se não terei um daqueles cancros dos joelhos que atacam os jogadores de futebol. Se estou torto na cadeira, endireito-me “para não ter cancro na espinha, como o Pedro ali do 3º direito” que acabou os dias numa cama a beber sumo por uma palhinha e sem conseguir aguentar as fezes líquidas que lhe escorriam pelo cu. Mas ainda se aprende umas coisas neste filme. É certo que é um azar tremendo um gajo ser paneleiro e contrair primeiro cancro do que sida. Mas Deus nisso é fodido e castiga todos os fluxos inversos. Eu próprio sei que o que me espera vai ser uma coisa dessas. Ou uma cena degenerativa. Não quero acabar com um tubo na boca e uma cadeira de rodas. Porque depois as pessoas olham. Eu não. Eu sou dos que fazem os aleijados não se sentirem mal. Olho só uma vez, para mostrar que estou à vontade. Que não me incomoda. Também não lhe dou uma moeda, que é para não ficarem mal habituados e depois se toda a gente der, pedir tornar-se-ia monótono. Eu tento mostrar que estou à vontade. Que embora seja fixe e tenha os braços completos, estou à vontade. É mais ou menos como as pessoas do teatro e a nudez. Não os incomoda porque eles sentem mais que as pessoas que não fazem teatro. Eu cá olho. Uma vez e pronto. Menos com as gajas boas. Com essas farto-me de olhar. Desesperado. E penso “olha para mim vaca do caralho. Porque é que não olhas para mim?. Sexta, senta-se mesmo à minha frente assim uma das miúdas mais giras que eu já vi no metro. Passado duas paragens, levanta-se e senta-se noutro sítio. À saída disse-lhe: “custaste-me 80 euros”. São duas sessões na psicóloga. Estava num bom dia de gel, num bom dia de trazer o ípsilon debaixo do braço, até tinha a minha camisa boa, aquela que parece que tenho músculo nos braços. Que são mais do que duas varas daquelas de sacudir as ovelhas... se calhar o que me fodeu foi o livro do Asimov. Eu também não olharia para uma gaja que lesse Paulo Coelho ou que acompanhasse as linhas com a marca do livro. Em discussão, mais tarde, chegámos à conclusão que ela ia num dos lugares que vão de costas e então mudou-se para ir de frente e não vomitar. Eu se fosse em frente duma gaja boa, bem que podia vomitar que dali não saía. Ao contrário de um tipo que hoje levou com as mamas duma gorda na cara quando o metro travou. Saiu envergonhado na paragem seguinte.
É bom rever algumas das miúdas que ainda iam aos ciclos do 222. Já estão um bocado mais fodidas do gin tónico. Até eu, que agora comecei a beber gin tónico com regularidade, tive de comprar daqueles cremes “anti-age” para compensar a cena. É chato é levá-lo no bolso e ter de o aplicar antes de começar a beber. Sim, porque eu sou dos que previne. E mais algumas daquelas dos vestidos e dos sapatos que agora se usam. A quem eu não me importava nada de me vir nas mamas. Mas só nas que têm decotes. As outras não e eu sou um bocado nojento em tudo o que meta funções vitais. Não percebo como é que as pessoas não têm nojo de transpirar. Eu, se transpirasse, com o nojo, suicidava-me. Mesmo o caracol. O caracol é quando 'a cena' se enrola assim à volta do saco dos testículos. E cola com o suor. Só sai “metendo a mão” e é de alto risco. Que o diga o Humberto Coelho quando foi canado no intervalo dum jogo da selecção a ajeitá-los quando pensava que ainda não estava no ar. Eu hoje arrisquei isto enquanto esperava pelo elevador. Aqui no prédio é só enrugadas por isso também não haveria grande mal.
Nunca sei muito bem os filmes do Ozon que já vi. Pensava que já tinha visto este mas afinal não. É sobre um tipo que tem cancro e é paneleiro e até faz parecer fixe ter cancro. Porque fode e fuma e anda de táxi e tem uma irmã boa. Eu próprio, quando me aparecer o cancro na espinha, a primeira coisa que faço é ir comprar um volume. Pode ser que volte a foder e descubra alguma irmã boa que estivesse perdida por aí. Daquelas que embrulham os presentes no Natal e têm sempre ideias para comprar coisas além de chocolates e gravatas. Depois é tudo muito exagerado. Só porque vai morrer farta-se chorar. Que menina. Eu cá, se morresse, enfrentava a cena como um homem. Daqueles que já não se fazem. Mas eu corro o risco de viver para sempre.
Le temps qui reste - :)
:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”
segunda-feira, 25 de junho de 2007
o tempo que resta
Quando os meus filhos quiserem mostrar fotografias deles aos meus netos dirão: "vai lá buscar o disco externo do avô".
sábado, 23 de junho de 2007
one_thousand_tears_of_a_tarantula
Ela: "Então, quando vamos jantar fora?"
Eu: "Nunca. A tua banda favorita são os Franz Ferdinand."
Eu: "Nunca. A tua banda favorita são os Franz Ferdinand."
sexta-feira, 22 de junho de 2007
mu
Ontem, a miúda que me ia cortar o cabelo, tentando fazer conversa perguntou: "are you a model or into photography?". Eu respondi-lhe com a razão: "Não, amor, mas percebo-te".
tough enough
Uma fufa que apoiasse o Richard Nixon gritaria "i love Dick"?
quarta-feira, 20 de junho de 2007
question mark
O António Costa é que é preto e o outro é que se chama Negrão?
terça-feira, 19 de junho de 2007
walkin' downtown
Estou aqui há dez minutos a pensar e não me sai mais nada de genial.
mirrored
"Aestantenãocabenasala" é falta de espaço.
sports
Se houvesse um restaurante chamado "caralhotafoda" a expressão "estou no caralhotafoda" não teria tanto impacto porque depois as pessoas iam e perguntavam "estás-me a ofender ou estás a jantar fora?".
sábado, 16 de junho de 2007
to mingle
Mensagens do futuro – Isaac Asimov
Há duas coisas que detesto mais que todas as outras. Uma é chegar a casa e começar a cantar o riff do “Smoke on the water” - ta ta taaaa tata tataaaa ta ta taaaa ta tataaaaa – e perceber que estão cá visitas quando já é demasiado tarde e estou mesmo a dar a curvinha que vai do corredor da ala Oeste para a sala onde recebemos os convidados com mais nível. Os convidados, não a sala. A outra é que me tentem foder. Até porque eles a mim não me fodem e sabem-no. Embora seja (eu) bom a fingir que acredito em todo o “mumbo jumbo” que me tentam vender. Sempre quis dizer “mumbo jumbo”. Desde que fui à inspecção (a da tropa, não a dos carros) e o Cachucho, que não tomava banho a seguir ao futebol, usou “mumbo jumbo” numa frase. Foi há uns 5 anos. E só hoje, e a propósito dum mail qualquer de “ina man, tu agora não escreves?”, é que a pude usar. A cena é que depois se um gajo faz cenas daquelas do sorriso amarelo, as minhas bitches do messenger vêm e dizem: “Diogo diz: meu, depois as pessoas vão dizer que és como os tipos do Gato Fedorento que só tem piada às vezes”. As minhas bitches acabam por ser quase todas homens. As miúdas têm uma predisposição qualquer para me bloquearem assim sem mais nem menos ou então limitam-se a ignorar-me quando lhes peço que me enviem cuecas usadas pelo correio. Talvez as frases “quando é que foi a última fez que te foderam por trás e ficaste com os mamilos erectos contra a parede fria do teu quarto” e “estou nu” não tenham o efeito que gostaria (eu) que tivessem. Embora se uma gaja me disser “estou nua” terá toda a minha atenção. Até posso afirmar que o meu cérebro desenvolverá e porá (não tentem, é o futuro) em funcionamento novas áreas desconhecidas ao resto da Humanidade. É como a cena das cuecas. Uma gaja que não as use é alta cena, um gajo que não as use é nojento. Tem a ver com a pinga também.
E também estava com uma enorme falta de ideias. Acho que tem a ver com a minha irritação permanente. Que me vai corroendo por dentro, como aqueles “gerbils” que os paneleiros metem em tubos nos rectos uns dos outros, até me tornar parte do sistema. Eu, não o gerbil ou o paneleiro.
Sempre que vou à Feira do livro, compro aqueles livrinhos da colecção Argonauta. Para quem não sabe e para as gajas, são livrinhos de ficção científica (pode-se dizer fc, sf, sci-fi, etc...) - não se pode dizer etc, era só porque há mais maneiras de dizer e coiso – que existem aos milhares com capas azuis com desenhos anti-design. São o maior turn off para levar no metro. Quase tão grande como um gajo ir à casa de banho do Suave, sair e ouvir-se o autoclismo a ser puxado em todo o bar ao mesmo tempo que se lava as mãos. Aconteceu com um amigo. Até porque são livros que na contra-capa têm anúncios ao livro seguinte da colecção. Um gajo nunca se safa de ir a mostrar dum lado “Mensagens do futuro” e do outro “Não sei o quê de Marte”. E numa simples viagem de metro não há tempo para dizer “ah, eu a seguir vou ler o 'Crime e castigo', isto é só um livro de ligação”. A minha cena com o “Crime e castigo” é a esperança de apanhar uma daquelas russas de um metro e oitenta e cinco que perceba apenas Dostoievski e me queira levar para casa e dar-me daqueles pratos russos que metem vodka e carne de carneiro. É irrelevante saber se comem carneiro ou não. Ninguém sabe. E eu de russo até percebo as imagens dos jornais. E acho que o sinal do minete (aquele do indicador e do médio colados pelas extremidades e da língua a fazer assim na parte de cima) é universal. E toda a gente sabe que as russas normalmente incluem as filhas de 20 anos nestas cenas e depois há altas cenas de sexo em grupo antes do Ivanov chegar e esfaquear toda a gente.
Isto tudo para falar do livro e da razão porque fui enganado. O livro não é do Isaac Asimov mas sim contos escolhidos por ele. Por alguma razão, e às vezes com razão, a ficção científica é considerado um género menor dentro da literatura. E não dá cena nenhuma um gajo ir no metro e ter assim um género de vergonha do que está a ler. Às sextas ainda posso pôr o ípsilon por cima. Mas só para as miúdas dos tops amarelos, que este ano encheram a Bica, no Santo António. Se há coisa que me parte agora (sim, que isto muda como as DDR) são aquelas miúdas boas dos tops amarelos e a cenaça castanha dos mamilos assim a ver-se como um carimbo das Finanças. Mesmo que seja apenas uma vez por ano (o Santo António e as gajas boas dos tops amarelos na Bica, não os carimbos das Finanças). Sim porque aquelas gajas só chafurdam a boca numa fatia de pão com sardinha uma vez por ano, naquela do “vejam, vejam eu hoje misturo-me com o povo”.
Com a sorte que tenho, só me calham velhas e pretos à frente no metro. E, quando o Saramago diz que, para escrever, é preciso 10% de génio e 90% de suor, eu imagino logo que parte da linha verde passou a noite a escrever. Alguns deles até devem ter escrito com os pés. Nas raras ocasiões de gaja boa no banco da frente, a cena corre sempre mal à mínima cena de armanço. Por exemplo, o único piercing que fiz foi para me armar para a miúda que trabalhava na loja dos piercings e que era assim “alta canhão”. Mas estraguei tudo quando desatei a chorar como um bebé. Escorria-me ranho para a boca e, no meio da confusão, acho que até gritei “quero a minha mãe”. Ainda hoje viro a cara para a rua quando passo em frente à El Diablo. Foi quase tão mau quando tirei as cuecas para mandar uma queca numa e vi que tinha skidmarks. Ainda hoje não lhe respondo às mensagens.
Mas tenho de discordar do Saramago. É apenas preciso génio para escrever. Veja-se eu. Simplesmente isto às vezes não sai. É como quando se passa 4 dias sem cagar. Não há explicação. Simplesmente a vontade foi-se, como lágrimas na chuva. Eu cá vou anotando cenas soltas num ficheiro de texto que está aqui no meu desktop.
E depois o trabalho mais difícil é conseguir juntar tudo e fazer com que tenha sentido e que haja alguma ligação.
E a cena de ir ao cinema não é assim. Não é só atar e pôr ao fumeiro. É preciso carro, vontade, miúda, essas cenas. E a última acreditou quando lhe disse “vês? 20th Century Fox em português é 'Lusomundo apresenta'”. Mas não me tornou a ligar quando lhe respondi, não sei a propósito do quê, “mas o vibrador não te leva a jantar fora”. Um gajo quando quer, consegue fazer passar a mensagem. Mas o que eu realmente gostava era de ser daqueles que inventam expressões. Web 2.0, adorava ter sido eu a inventar. No fundo, não significa nada. Mas é grande cena porque toda a gente diz nas revistas que falam de Internet. Eu bem que tentei quando mudaram os coisinhos do metro que dizem as horas e o destino e quanto tempo vai demorar a chegar o próximo comboio “então diz que isto é o metro 2.0”, mas só serviu para assustar a preta que ia à minha frente, que se benzeu e mudou de lugar. Mas antes uma preta que uma cigana. Porque segundo o taxista de ontem à noite “sabe como é as ciganas, têm aquelas saias e depois fazem tudo por ali abaixo e aquilo nunca é lavado”. Eu que comprei um frasquinho de arenque fumado com mostarda, no IKEA, tive de o deitar fora quando cheguei a casa.
Isto devia haver uma salinha onde estavam uns tipos assim como eu, a inventar nomes e cenas e depois pagavam-nos muito bem e trabalhávamos como e quando queríamos e tínhamos sempre lugar para estacionar. Por alguma razão, não consigo que as pessoas assim da e na rua consigam prestar atenção e entender aquilo que estou a dizer. Quando digo “isto agora só chove porque eu já consigo pôr gel” ou “velho ainda vá, agora meias elásticas é que não” faz-se sempre um silêncio constrangedor. Ainda ao almoço tentei explicar a minha ideia brilhante de quem percebe de ficar com o carro trancado apita assim “titiiiiii tiitititiiiiiiiiii” e que o simples “tiiiiiii” não funciona porque parece que se está apenas a apitar por qualquer coisa. E até fui ao ponto de me dispor a dar aulas e de ensinar como se faz e de tentar estudar o assunto para perceber quem foi que inventou e como é que as pessoas decidem a maneira como se vai apitar quando lhes trancam o carro. Se é uma cena que nasce com a gente, se se vai aperfeiçoando, essas cenas. Olharam-me como se tivesse lepra.
Mensagens do futuro - :)
:O~ <- livros do Nuno Markl ou do careca da bóina
:O <- livros em que um gajo fica a saber que o Pinto da Costa de peida com molho
:| <- livros em que um gajo fica a saber que o Pinto da Costa de peida
:) <- livros que também ficam bem na prateleira
:D <- António Lobo Antunes
:D~ <- livros de cheques
Há duas coisas que detesto mais que todas as outras. Uma é chegar a casa e começar a cantar o riff do “Smoke on the water” - ta ta taaaa tata tataaaa ta ta taaaa ta tataaaaa – e perceber que estão cá visitas quando já é demasiado tarde e estou mesmo a dar a curvinha que vai do corredor da ala Oeste para a sala onde recebemos os convidados com mais nível. Os convidados, não a sala. A outra é que me tentem foder. Até porque eles a mim não me fodem e sabem-no. Embora seja (eu) bom a fingir que acredito em todo o “mumbo jumbo” que me tentam vender. Sempre quis dizer “mumbo jumbo”. Desde que fui à inspecção (a da tropa, não a dos carros) e o Cachucho, que não tomava banho a seguir ao futebol, usou “mumbo jumbo” numa frase. Foi há uns 5 anos. E só hoje, e a propósito dum mail qualquer de “ina man, tu agora não escreves?”, é que a pude usar. A cena é que depois se um gajo faz cenas daquelas do sorriso amarelo, as minhas bitches do messenger vêm e dizem: “Diogo diz: meu, depois as pessoas vão dizer que és como os tipos do Gato Fedorento que só tem piada às vezes”. As minhas bitches acabam por ser quase todas homens. As miúdas têm uma predisposição qualquer para me bloquearem assim sem mais nem menos ou então limitam-se a ignorar-me quando lhes peço que me enviem cuecas usadas pelo correio. Talvez as frases “quando é que foi a última fez que te foderam por trás e ficaste com os mamilos erectos contra a parede fria do teu quarto” e “estou nu” não tenham o efeito que gostaria (eu) que tivessem. Embora se uma gaja me disser “estou nua” terá toda a minha atenção. Até posso afirmar que o meu cérebro desenvolverá e porá (não tentem, é o futuro) em funcionamento novas áreas desconhecidas ao resto da Humanidade. É como a cena das cuecas. Uma gaja que não as use é alta cena, um gajo que não as use é nojento. Tem a ver com a pinga também.
E também estava com uma enorme falta de ideias. Acho que tem a ver com a minha irritação permanente. Que me vai corroendo por dentro, como aqueles “gerbils” que os paneleiros metem em tubos nos rectos uns dos outros, até me tornar parte do sistema. Eu, não o gerbil ou o paneleiro.
Sempre que vou à Feira do livro, compro aqueles livrinhos da colecção Argonauta. Para quem não sabe e para as gajas, são livrinhos de ficção científica (pode-se dizer fc, sf, sci-fi, etc...) - não se pode dizer etc, era só porque há mais maneiras de dizer e coiso – que existem aos milhares com capas azuis com desenhos anti-design. São o maior turn off para levar no metro. Quase tão grande como um gajo ir à casa de banho do Suave, sair e ouvir-se o autoclismo a ser puxado em todo o bar ao mesmo tempo que se lava as mãos. Aconteceu com um amigo. Até porque são livros que na contra-capa têm anúncios ao livro seguinte da colecção. Um gajo nunca se safa de ir a mostrar dum lado “Mensagens do futuro” e do outro “Não sei o quê de Marte”. E numa simples viagem de metro não há tempo para dizer “ah, eu a seguir vou ler o 'Crime e castigo', isto é só um livro de ligação”. A minha cena com o “Crime e castigo” é a esperança de apanhar uma daquelas russas de um metro e oitenta e cinco que perceba apenas Dostoievski e me queira levar para casa e dar-me daqueles pratos russos que metem vodka e carne de carneiro. É irrelevante saber se comem carneiro ou não. Ninguém sabe. E eu de russo até percebo as imagens dos jornais. E acho que o sinal do minete (aquele do indicador e do médio colados pelas extremidades e da língua a fazer assim na parte de cima) é universal. E toda a gente sabe que as russas normalmente incluem as filhas de 20 anos nestas cenas e depois há altas cenas de sexo em grupo antes do Ivanov chegar e esfaquear toda a gente.
Isto tudo para falar do livro e da razão porque fui enganado. O livro não é do Isaac Asimov mas sim contos escolhidos por ele. Por alguma razão, e às vezes com razão, a ficção científica é considerado um género menor dentro da literatura. E não dá cena nenhuma um gajo ir no metro e ter assim um género de vergonha do que está a ler. Às sextas ainda posso pôr o ípsilon por cima. Mas só para as miúdas dos tops amarelos, que este ano encheram a Bica, no Santo António. Se há coisa que me parte agora (sim, que isto muda como as DDR) são aquelas miúdas boas dos tops amarelos e a cenaça castanha dos mamilos assim a ver-se como um carimbo das Finanças. Mesmo que seja apenas uma vez por ano (o Santo António e as gajas boas dos tops amarelos na Bica, não os carimbos das Finanças). Sim porque aquelas gajas só chafurdam a boca numa fatia de pão com sardinha uma vez por ano, naquela do “vejam, vejam eu hoje misturo-me com o povo”.
Com a sorte que tenho, só me calham velhas e pretos à frente no metro. E, quando o Saramago diz que, para escrever, é preciso 10% de génio e 90% de suor, eu imagino logo que parte da linha verde passou a noite a escrever. Alguns deles até devem ter escrito com os pés. Nas raras ocasiões de gaja boa no banco da frente, a cena corre sempre mal à mínima cena de armanço. Por exemplo, o único piercing que fiz foi para me armar para a miúda que trabalhava na loja dos piercings e que era assim “alta canhão”. Mas estraguei tudo quando desatei a chorar como um bebé. Escorria-me ranho para a boca e, no meio da confusão, acho que até gritei “quero a minha mãe”. Ainda hoje viro a cara para a rua quando passo em frente à El Diablo. Foi quase tão mau quando tirei as cuecas para mandar uma queca numa e vi que tinha skidmarks. Ainda hoje não lhe respondo às mensagens.
Mas tenho de discordar do Saramago. É apenas preciso génio para escrever. Veja-se eu. Simplesmente isto às vezes não sai. É como quando se passa 4 dias sem cagar. Não há explicação. Simplesmente a vontade foi-se, como lágrimas na chuva. Eu cá vou anotando cenas soltas num ficheiro de texto que está aqui no meu desktop.
E depois o trabalho mais difícil é conseguir juntar tudo e fazer com que tenha sentido e que haja alguma ligação.
E a cena de ir ao cinema não é assim. Não é só atar e pôr ao fumeiro. É preciso carro, vontade, miúda, essas cenas. E a última acreditou quando lhe disse “vês? 20th Century Fox em português é 'Lusomundo apresenta'”. Mas não me tornou a ligar quando lhe respondi, não sei a propósito do quê, “mas o vibrador não te leva a jantar fora”. Um gajo quando quer, consegue fazer passar a mensagem. Mas o que eu realmente gostava era de ser daqueles que inventam expressões. Web 2.0, adorava ter sido eu a inventar. No fundo, não significa nada. Mas é grande cena porque toda a gente diz nas revistas que falam de Internet. Eu bem que tentei quando mudaram os coisinhos do metro que dizem as horas e o destino e quanto tempo vai demorar a chegar o próximo comboio “então diz que isto é o metro 2.0”, mas só serviu para assustar a preta que ia à minha frente, que se benzeu e mudou de lugar. Mas antes uma preta que uma cigana. Porque segundo o taxista de ontem à noite “sabe como é as ciganas, têm aquelas saias e depois fazem tudo por ali abaixo e aquilo nunca é lavado”. Eu que comprei um frasquinho de arenque fumado com mostarda, no IKEA, tive de o deitar fora quando cheguei a casa.
Isto devia haver uma salinha onde estavam uns tipos assim como eu, a inventar nomes e cenas e depois pagavam-nos muito bem e trabalhávamos como e quando queríamos e tínhamos sempre lugar para estacionar. Por alguma razão, não consigo que as pessoas assim da e na rua consigam prestar atenção e entender aquilo que estou a dizer. Quando digo “isto agora só chove porque eu já consigo pôr gel” ou “velho ainda vá, agora meias elásticas é que não” faz-se sempre um silêncio constrangedor. Ainda ao almoço tentei explicar a minha ideia brilhante de quem percebe de ficar com o carro trancado apita assim “titiiiiii tiitititiiiiiiiiii” e que o simples “tiiiiiii” não funciona porque parece que se está apenas a apitar por qualquer coisa. E até fui ao ponto de me dispor a dar aulas e de ensinar como se faz e de tentar estudar o assunto para perceber quem foi que inventou e como é que as pessoas decidem a maneira como se vai apitar quando lhes trancam o carro. Se é uma cena que nasce com a gente, se se vai aperfeiçoando, essas cenas. Olharam-me como se tivesse lepra.
Mensagens do futuro - :)
:O~ <- livros do Nuno Markl ou do careca da bóina
:O <- livros em que um gajo fica a saber que o Pinto da Costa de peida com molho
:| <- livros em que um gajo fica a saber que o Pinto da Costa de peida
:) <- livros que também ficam bem na prateleira
:D <- António Lobo Antunes
:D~ <- livros de cheques
sexta-feira, 8 de junho de 2007
is there really no chance to start once again
Quando era novo queria ser empregado de restaurante ou o tipo dos Scorpions que toca guitarra no cimo do monte com vento no clip do "Still loving you". Falhei na vida.
blue meanie
Há algo de mágico em ver uma gaja boa espalhar-se ao comprido à nossa frente.
quinta-feira, 7 de junho de 2007
terça-feira, 5 de junho de 2007
segunda-feira, 4 de junho de 2007
it's cold gin time again
Descobri que gosto de gin tónico e enfrento uma das maiores questões da minha vida. Torná-la na minha bebida de eleição e ficar com a cara toda fodida, como as trintonas da Cinemateca, ou continuar no whisky e manter a minha pele de princesa?
domingo, 3 de junho de 2007
vinho maldito
O empregado: "Quinta do Côtto já não há".
Eu: "Então traga a sexta".
Eu: "Então traga a sexta".
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