quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

make like a banana and split

Os Strokes bem que podiam ter um cada um.

se deus existir pagaremos isto a dobrar

Se a Mona Lisa tivesse cancro nas duas mamas, quando tirasse a segunda seria o último seio.

new age #2

O Imã não descolava da porta do frigorífico.

new age

O Xá da Pérsia não me saía de ao pé do serviço novo.

cycl1ng

O Cláudio Ramos fez um broche ao Lance Armstrong mas soube-lhe a pouco.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

rac

nuno.melo.cristino: ontem apareceu uma gaja tão boa lá no bar
era canadiana e estivémos a falar quase até às 6 da manhã e hoje vou jantar com ela
André: mas sabes falar canadiano?:|
nuno.melo.cristino: eles falam inglês
André: não
a sério?:|
nuno.melo.cristino: sebem que ela é de montreal
onde falam francês
:|
André: pensei que falavam canadiano
e davam estalinhos com a boca
nuno.melo.cristino: HAHAHA
foda-se
fizeste-me rir:|
e fazer barulho
é que um gajo de qualquer ceita
acabou de me tocar à campaínha:|
André: ceita?:|
é canadiano?:|
nuno.melo.cristino: seita:|
HAHAHAH

quando eu tiver a comer a gaja:|
eu mando-te mensagem
a dizer "é canadiano":|
André: pede-lhe que se venha em francês
"oui oui je viens je viens"
nuno.melo.cristino: isso era alta cena:|
HAHAHA
ela faz kickboxing:|
André: então nao lhe peças que te bata na cara:|
nuno.melo.cristino: não:|
ontem fomos pó amadastor
beber cerveja de lata:|
que compramos na bomba:|
André: embora se fosse um roundhouse kick na cara
eu nao diria que não
nuno.melo.cristino: tás é com inveja
André: pois tou:|
nuno.melo.cristino: :|
André: fico mesmo chateado qd os outros têm possibilidades de foder e eu não:|
nuno.melo.cristino: então fazemos assim
hoje trabalhas tu no bar
enquanto eu vou estar com ela
pode ser que tenhas sorte
:|
André: eu levava aquilo à bancarrota:|
nuno.melo.cristino: não consegues beber mais que eu:|
André: secava tanto os barris de cerveja que já não os aceitavam de volta
tu bebes meia vodka
e dizes que não sei o quê e que te meteram uma cena na bebida:|
nuno.melo.cristino: HAHAHAHA

domingo, 28 de dezembro de 2008

dirty old men

*nuninho do hi5 says:
tive que me concentrar
*nuninho do hi5 says:
para lhe dizer olá
*nuninho do hi5 says:
em vez de a encostar à parede
*nuninho do hi5 says:
e começar a comê-la por trás
*nuninho do hi5 says:
mas a gaja é tão boa
sleepwalking through the mekong says:
eu nao acho a gaja nenhum canhão
sleepwalking through the mekong says:
mas que ia lá
sleepwalking through the mekong says:
ia
sleepwalking through the mekong says:
e ia várias vezes
*nuninho do hi5 says:
epá
*nuninho do hi5 says:
eu acho que ela tem algo
sleepwalking through the mekong says:
e tirava-lho directamente do cu pá boca
*nuninho do hi5 says:
algo que me dá mega tesão
*nuninho do hi5 says:
HAHAHAHAHAHAH

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

tomorrow's dream

Era fixe que os The Killers fizessem jus ao nome e se matassem todos uns aos outros.

cycling #7

A semelhança entre um pirolito e o Lance Armstrong é que ambos só têm uma bola.

cycling #6

O Lance Armstrong prefere não jogar golfe para não ouvir a pergunta "alguém perdeu uma bola?".

cycling #5

Uma meia de leite ou o Lance Armstrong a vir-se na cara da Sheryl Crow.

cycling #4

A Sheryl Crow acha que a melhor meia foda que mandou foi com o Lance Armstrong.

cycling #3

A árvore de Natal do Lance Armstrong também tem metade das bolas?

cycling #2

O Lance Armstrong vai para o quarto filho. E tudo isto só com um tomate.

cycling

De que lado do selim é que o Lance Armstrong mete o tomate?

rocking@christmas

Na estação de comboios, uma miúda aproxima-se de mim com uma nota de 10 euros na mão e diz-me: "pode-me trocar?". E eu: "trocar? eu fico consigo de borla".

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

piper

Alcoitão era onde os árabes mandavam grandes fodas?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

omission

sleepwalking through the mekong: mas a cena é que ele acha que conheço gajas
*nuninho do hi5: HAHAHAHAHAHAHA
*nuninho do hi5: COMO É QUE ALGUÉM PODE ACHAR ISSO?
sleepwalking through the mekong: pode alguém estar mais enganado?
*nuninho do hi5: foda-se
*nuninho do hi5: quão enganado se pode estar
*nuninho do hi5: LOL
sleepwalking through the mekong: isso é o mesmo que acreditar que o stevie wonder tem carta de condução

christmas eve

sleepwalking through the mekong: tb levo o leitor de mp3
sleepwalking through the mekong: pode ser que se sente alguma gaja boa ao me lado no comboio
sleepwalking through the mekong: AHAH
*nuninho do hi5: HAHAHA
sleepwalking through the mekong: as coisas em que eu acredito

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

analyze this

Tenho um amigo que é tão paneleiro que só mete drogas em supositório.

fruit machine

Começo sempre a fazer a barba por baixo do nariz porque, se houver um terramoto durante, não saio à rua de bigode.

sábado, 20 de dezembro de 2008

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

take no shit

me: amiguinho
nuno.melo.cristino: diz amiguinho!
me: nada
:|
nuno.melo.cristino: :|
meu, temos de deixar de nos falar durante 1 mês
para falarmos de como é incrível
passado um mês
não termos nada para dizer um ao outro:|
me: iá:|

eu de ti ainda compreendo
mas eu sou um gajo cheio de substrato
nuno.melo.cristino: HAHAHAHA
me: devias-me estar sempre a fazer perguntas
sobre livros e filmes e quadros e isso
nuno.melo.cristino: tive a cagar:|
me: :|
nuno.melo.cristino: alta bosta
mesmo:|
me: em repuxo ou tipo fartura?
nuno.melo.cristino: fartura:|
me: ou monobloco
ah
e rodaste?
para fazer efeito circular?
nuno.melo.cristino: mas uma fartura bem gordurosa:|
não:|

northern skies

me: como se chama o gajo dos uhf?
o careca com mais cabelo do mundo?
Catarina: HAHAHAHAHAHAH
me: não tenho memória nenhuma para informação sobre bandas de merda
por exemplo
estou-me sempre a esquecer do nome do gajo dos smashing pumpkins
Catarina: não sei o nome dele pá
no dia que eu souber dá-me um tiro e deixa-me a sangrar até morrer
me: isto é mt blogável
Catarina: o q?
eu?
me: isto que acabámos de dizer
que eu acabei de dizer
tu tens a não piada do costume

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

beggin

O meu blog acha que o andam a seguir.

bisonte bisonte seta mão

A última que mandei ainda se escrevia na parede duma gruta.

getting down

A vida deveria ter um ctrl-z.

do it now

O meu Facebook é como a minha vida. Não faço amigos novos há três anos e nenhuma gaja me manda uma mensagem há quatro.

i've made my mind

Não sou supersticioso mas jogo sempre um solitário antes de sair de casa e ir para os copos e convenço-me que, se o acabar, termino a noite a mandar uma. Se não acabo, convenço-me que não estava a contar, visto as calças de ir para os copos e nunca mais penso no assunto. Até à sexta-feira seguinte.

sábado, 13 de dezembro de 2008

revelations

sleepwalking through the mekong says:
ninguem comenta o meu blog
sleepwalking through the mekong says:
nao percebo
nuninho do hi5 says:
pois
sleepwalking through the mekong says:
eu se fosse gaja passava lá o dia a fazer refresh
nuninho do hi5 says:
n levas os meus conselhos a sério
sleepwalking through the mekong says:
e a coçar o berbigão a pensar em mim

skinny love

sleepwalking through the mekong says:
curtes fufedo?
nuninho do hi5 says:
pá, não
nuninho do hi5 says:
só com um gajo pelo menos ao barulho
nuninho do hi5 says:
ou se elas usarem instrumentos
sleepwalking through the mekong says:
portanto és o unico homem no universo que nao gosta de ver gajas a comerem-se?
nuninho do hi5 says:
se tiveres só a bater pratos
nuninho do hi5 says:
curto
nuninho do hi5 says:
se tiveres a comer-se
nuninho do hi5 says:
beijos e quê
nuninho do hi5 says:
curto
sleepwalking through the mekong says:
e tipo
sleepwalking through the mekong says:
bué fufas
sleepwalking through the mekong says:
em alta orgia
sleepwalking through the mekong says:
com dildos and stuff
sleepwalking through the mekong says:
?
nuninho do hi5 says:
demasiado
nuninho do hi5 says:
2
nuninho do hi5 says:
porque em alta orgia há sempre as camionistas
sleepwalking through the mekong says:
há aí uma costela homossexual
sleepwalking through the mekong says:
ou havia
sleepwalking through the mekong says:
que tiraste para coiso

the wolves

sleepwalking through the mekong says:
se a tua opinião contasse
sleepwalking through the mekong says:
eu nao metia no blog
sleepwalking through the mekong says:
fã nº1
nuninho do hi5 says:
sou eu
nuninho do hi5 says:
sou eu!!!
nuninho do hi5 says:
olha
nuninho do hi5 says:
um dia destes
sleepwalking through the mekong says:
pois és
nuninho do hi5 says:
dá-me um autógrafo
nuninho do hi5 says:
para eu tatuar na nádega
sleepwalking through the mekong says:
okok
nuninho do hi5 says:
epá
nuninho do hi5 says:
se eu fizesse isso
nuninho do hi5 says:
era o rir
nuninho do hi5 says:
não era?
sleepwalking through the mekong says:

sleepwalking through the mekong says:
e depois mandavas por mail para mim
sleepwalking through the mekong says:
e eu fazia um site e metia lá as fotos dos fãs
sleepwalking through the mekong says:
e depois
nuninho do hi5 says:
HAHAHA
sleepwalking through the mekong says:
qd mais gente fizesse
sleepwalking through the mekong says:
tu ficavas com ciumes e esfaqueavas-me à saída de casa
sleepwalking through the mekong says:
mais à minha namorada chinesa
nuninho do hi5 says:
tá a falhar uma cena nessa história
nuninho do hi5 says:
uma cena que é do mais improvável que há
nuninho do hi5 says:
e não estou a falar de mais gente tatuar
nuninho do hi5 says:
nem de eu te esfaquear
sleepwalking through the mekong says:
sim
sleepwalking through the mekong says:
falamos duma coisa tipo os 8-0 ao metalist
sleepwalking through the mekong says:
que é eu ter namorada... ainda para mais chinesa

don't never leave me

Eu: "O meu primo é um bocado mal formado".
Ele: "Então? Não se sabe comportar socialmente?"
Eu: "Sabe. Tem é os dedos a sair dos ombros."

tracy

Bati de cara naqueles coisos de vidro de lado das paragens de autocarro e para safar a situação disse: "Foda-se. Já não consigo atravessar vidro?".

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

fuck christmas, i got the blues

O melhor do Natal era montar a árvore em casa da minha avó. Um pinheiro de verdade. Até ao tecto. Às vezes encurvava a ponta de tão grande que era. E vinha a empregada da minha avó com uma tesoura de cortar o frango, em dois, em quatro, e depois em oito, e um banco de cozinha, inteiro, daqueles de madeira pintados de branco para dar com o tampo da mesa da cozinha em mármore para cortar aquela ponta. A habilidade com que subia àquele banco era extraordinária. Quantas vezes não pensei que ia cair e bater com a cabeça na quina da mesa e abrir-se como uma tampa de uma caixa de jóias de onde saía um pedaço de cérebro em vez duma bailarina que dançaria sobre a mesa ao som da novela do canal 1. Escrito no comando. Para não enganar. Foi uma confusão desde que apareceram quatro canais. Depois vinte. No fim, cem. Escorregando até à ponta onde ninguém jantava porque ficava de costas para a televisão. E onde a cadeira chiava. A da minha avó tinha um penso por baixo. Para ela saber que era a dela e a única que não chiava. Ai de nós que nos baloiçássemos nela. O vaso de cimento pintado de branco e vermelho, baços, era enchido de areia. Enquanto segurávamos a árvore para a manter de pé. Como aquelas pessoas que desmaiam para a camâra de televisão quando estão à espera do corpo do filho pescador que desapareceu na traineira e que depois deu à costa sem antes bater várias vezes com a cara num rochedo e esta parecer pasta de atum sem a parte da embalagem com a coisinha de puxar que servem em quase todos os restaurantes que não prestam. Guardada de um ano para o outro. Num saco cinzento como as traseiras e a vida dessas traseiras do prédio da minha avó. Metido numa arrecadação no cimo do prédio. Um terraço. Que dava para a rua. Onde se podia cuspir para os chapéus das senhoras que iam ao Monumental. O antigo. Em madeira, a arrecadação. Com uma porta que abria com uma chave comprida e enferrujada que só a minha avó sabia onde estava. Fechava-se no quarto quando era para ir buscar a chave e nós esperávamos no corredor. Escutando. Mas nunca percebemos onde estava a chave. Apostámos em gavetas. Colada por trás do móvel. Na mala azul debaixo da cama. A árvore era metida entre o móvel dos cristais que não eram usados (para não estragar) e o outro móvel que tinha copos de vinho que quando se deitava lá para dentro ia até ao fundo do pé. O pinheiro comprado na Morais Soares ou em Sapadores. Nunca sei. Que vendia árvores quando era Natal e que não cabiam dentro da loja por isso estavam na rua. Atadas com uma corda para ninguém roubar. Ao molho, como o alecrim. Mas ninguém chorava. Não imagino como. No bolso ficaria de fora e correr com uma coisa daquele tamanho, de arrasto, não dava grande vantagem. E até nem é desporto olímpico. A minha avó perguntava sempre se não dava para fazer um jeitinho. Que me lembre, de todas as vezes que perguntou se não dava para fazer um jeitinho, disseram-lhe que não. Mas nunca desistia e, ano após ano, tentava-o em vão. Fazia o mesmo com os brinquedos. Mas isso era na Baixa. Em lojas escuras onde nenhum brinquedo parecia o máximo. E eram todos o mínimo. Brinquedos que nunca vi em anúncios de televisão com crianças que pareciam divertidas a brincar com ele. Eram os brinquedos de há dez anos. Ninguém pegou. Não os vendeu e ali estavam. À espera da minha avó. Mesmo com luzes. Enormes. Metalizados. Em caixas de papelão fino com esferovite. Nunca eram bons brinquedos. Mas eram sempre grandes. Os maiores. Porque acho que ela gostava mesmo de nós. Como não o mostrava, comprava sempre os maiores brinquedos. Era a maneira dela. Tinha sempre um fio a mais. Uma porta que não abria. Um olho vazado. Mas eram os maiores. Era sempre a última a meter os presentes em frente da árvore. E os outros pareciam minúsculos ao pé. Era ela a dizer “eu gosto mais de ti do que todas as outras pessoas”. Em minha casa era de arame. A árvore. Branca como se tivesse nevado. E pequena como uma criança que não tomou as hormonas de crescimento porque os pais achavam que isso ia fazer com que tivesse barba aos 6 anos e então alimentavam-na com muita sopa de couve lombarda e massagens nas pernas antes de deitar. Os enfeites parcos. Uma estrela em cima. Duas fitas douradas. Duas azuladas e algumas bolas e estrelas. Em casa da minha avó eram caixas e caixas. Caixas de chapéus altas e lustrosas fechadas com um cordel de bolo-rei. Agrupadas por ordem. Bolas com bolas. Estrelas com estrelas. Fitas, algumas já esfodilhaçadas, com fitas, ainda não muito esfodilhaçadas, com fitas, quase nada esfodilhaçadas. As luzes nunca funcionavam muito bem porque a minha avó não era de gastar dinheiro. Enquanto se abriam as outras caixas, eu mudava as lâmpadas de fio em fio a ver se metia uma fila delas a funcionar. Às vezes conseguia e a minha avó dizia que parecia o meu avô (eu, não ela) por causa da persistência. Ele também não parava até conseguir. Era tudo feito por ordem. Primeiro punha-se as luzes que era para os fios não se ficarem a ver. Uma de cada vez. De baixo para cima. A rodar ao contrário dos ponteiros do relógio. Das que funcionavam. As outras eram cuidadosamente guardadas nas mesmas caixas porque podia ser que servissem para o ano. Ou então para fazer rissóis de camarão. Porque nunca se sabe o dia de amanhã. Depois havia o presépio. E o rei-mago preto. Que punhamos sempre deitado ao fundo do curral. Onde, dizíamos, era o sítio em que o burro cagava. Em esguicho. Contra a parede. Para vedar e impedir o vento de entrar. Se fosse real. E a minha avó, crédula, acreditava que se deixássemos cair o menino Jesus, Deus saíria do Céu, de propósito, com um tridente na mão para nos enfiar no ouvido. A bosta de burro, além de aquecer os pés, é também um bom isolante. E depois uma luz. A da ponta que vinha assim da árvore. Colada à parede com fita-cola e ficava na frente. Para fazer daquela estrelinha que tinha iluminado a cena. E também para aquilo ter alguma luz.
Os brinquedos que me deu desapareceram. De todos, sobra um camião dos bombeiros que tem um fio e um comando. Era giro mas tem um fio. E é preciso andar atrás dele. Eu queria mesmo um carro telecomandado. Para ficar no sofá a vê-lo andar em volta da mesa. Onde eu andava a pisar só os quadrados verdes do tapete que nunca viu um aspirador. Antes de morrer ofereceu-me um carro, a sério. Pediu-me que não tirasse a carta a uma sexta-feira. E que tivesse cuidado porque nunca se perdoaria se me acontecesse alguma coisa. O tapete continua na sala. O copo do Sporting que eu lhe pedi também. Debaixo de uma gaveta que moía a madeira por onde corria e caía em cima do copo que eu virava ao contrário e batia para tirar a madeira. Hábito que ainda tenho. Com qualquer copo, em qualquer sítio. Já não em casa da minha avó que está fechada. Ninguém sabe muito bem o que fazer àquelas coisas. Estão lá fechadas. E esperamos que fiquem lá. É como as coisas que fechamos dentro de nós porque não queremos que saiam e não as queremos deitar todas fora. Na esperança de serem úteis depois. Em mim as coisas morrem. O Natal não é nada. Já não há avós nem netos. Só um jantar na sala em vez de ser na cozinha. O serviço é o bom. Em ouro. Os pratos escuros. Com uma tira ainda mais escura. Em torno. A 5 de Dezembro quero que seja 26. A 27 quero que seja 6 de Janeiro. E depois falta o tempo máximo para ser Natal outra vez. E como o ano mudou eu penso sempre que é desta que as coisas vão correr bem.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

that i can't find my way back anymore

Ela: "Tu nem sabes o que as miúdas querem."
Eu: "Posso não saber o que as miúdas querem mas sei o que não querem."
Ela: "O quê?"
Eu: "Eu."

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

bangkok shocks, saigon shakes, hanoi rocks

nuninho do hi5 says:
5ª vou ter com uma amiga nova
nuninho do hi5 says:
ela faz anos
nuninho do hi5 says:
convidou-me para ir fumar umas com ela para casa dela
nuninho do hi5 says:
depois das aulas
sleepwalking through the mekong says:
tu és tipo a versão masculina da gaja que fode com todos
nuninho do hi5 says:
ver se meto aquela cena que faz as gajas submissas na ganza
sleepwalking through the mekong says:
sucesso?
sleepwalking through the mekong says:
AHAHHA
nuninho do hi5 says:
HAHAHA
nuninho do hi5 says:
mas esta é gira
nuninho do hi5 says:
e boa
nuninho do hi5 says:
ando há bué tempo
nuninho do hi5 says:
a tentar coiso
sleepwalking through the mekong says:
posso postar isto?
sleepwalking through the mekong says:
ou depois ela vê e coiso?
sleepwalking through the mekong says:
se calhar é melhor só amanhã
sleepwalking through the mekong says:
depois de não foderes
nuninho do hi5 says:
é 5ª
nuninho do hi5 says:
e... duvido que ela leia o teu blog

yeah right, bitch

Ela: "Um dia hei-de encontrar um homem que não goste de jogar Playstation 3".
Eu: "Tenta procurar no clube dos homens que não vêem pornografia e que não se masturbam".

domingo, 7 de dezembro de 2008

to do

A única luz que me favorece é a escuridão total.

sábado, 6 de dezembro de 2008

shore

Sinto-me tão sozinho desde que as vozes na minha cabeça pararam.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

p.

nuno.melo.cristino: ontem
pela primeira vez
bati uma punheta
antes de me deitar nesta casa:|
André: nunca bati uma em tua casa:|
HAHA
nuno.melo.cristino: HAHAHAHAHA
pá:|
outra cena:|
tu andas a receber bem, não andas?:|
André: kind of
pq?
nuno.melo.cristino: porque o natal está à porta
e eu preciso d1 LCD:|
André: :|
nuno.melo.cristino: tá bem?:|
André: claro:|
é tudo a fingir
eu durmo numa tábua em cima duns tijolos e de noite oiço a telefonia em onda média:|
nuno.melo.cristino: HAHAHAHAHAHA
a worten tem um lcd mais barato
que a pixmania
André: dá-lhe tempo:P
nuno.melo.cristino: a quê?
André: a seguir ao natal
os preços vão cair
nuno.melo.cristino: achas?
não achas que caem para o natal?
André: não sei
mas foi uma boa frase, não foi?:|
nuno.melo.cristino: HAHAHA
André: ficaste a pensar que eu percebia mesmo de negócios e isso, não ficaste?
nuno.melo.cristino: iá

the beginning

Continuo com a folha em branco. Folha que não é folha. Que não deito fora. Ali no saco onde meto os jornais que li. Junto aos anúncios do Veiga que vende casas ou da Fátima que é santa e viu a luz. Talvez morasse perto do Colombo e não tivesse muito que fazer. Então passava os dias à janela. Depois de passar a ferro e ter ido à praça comprar peixe e coentros para o jantar. Que comia mais a mãe que já não tinha dentes nem memórias. Os dentes perdidos pelo recuo das gengivas inflamadas como um rabo comido sem lubrificante e as memórias presas entre um coágulo e uma veia dilatada. Onde estava guardada a infância e as histórias que repetia no jantar de Natal como se fosse a primeira vez. Agora não dizia nada. Molhava o pão duro na canja que mastigava com os dentes que já não tinha. Comia sempre canja. Porque nunca se lembrava da última refeição. “A velha assim sai barata”. O filho estava longe. No estrangeiro. Onde se ganha a sério que isto cá não é vida para ninguém. Eu, um dia, também me mando daqui para fora e vou ver a América. Ou então o Américo que é primo dos meus pais e mora ali a seguir a Canal Caveira. E foi a primeira pessoa que me ensinou a usar uma pá como deve de ser. Passámos o Verão a fazer buracos no chão onde enterrávamos caroços de pêssegos a ver se nasciam árvores. Mas nada. Só me nasceram calos nas mãos. E bolhas nos pés de usar as botas de borracha para andar na lama. Também não voa se deixar a janela aberta. Bascula, não abre. A janela, não o papel. Se abrir vem para cá e bate-me na cara. A janela, não o papel. Tenho uma espécie de fobia a janelas de alumínio que se abrem sozinhas e depois eu estou agachado a apanhar qualquer coisa e quando me levanto abro a cabeça ao meio, como melancia num piquenique. É por isso que não tenho amigos. Nunca faço dessas coisas que põem a integridade em risco. O único amigo que tinha disse-me que não era eu, era ele. Foi comprar cigarros. Nunca mais voltou. Quero acreditar que gostasse duma marca única. Que estava esgotada. E que era preciso ir à fábrica que fica na Tailândia entre dois rochedos onde só se acede por uma ponte de corda. Onde trabalham pigmeus alimentados a caldo de nabiças. E com uma tanga castanha de pele de cordeiro. Onde secam o tabaco ao sol. E o enrolam à mão com o amor de um pedófilo que acaricia o pénis minúsculo de uma criança. Foi há quatro anos. Se calhar foi a pé. Era um tipo que gostava de andar. E fazia-o sempre que me aproximava dele. Sei que um dia voltará. E vai-me dizer “afinal não era eu, eras tu” e dá-me um abraço sentido e vamos os dois fazer coisas de homens. Jogar bowling e mandar bocas às miúdas de carro enquanto apitamos com a janela aberta e gritamos “ó boa, ó boa, senta aqui no mastro do pai”. Rimos e vamos comer um cachorro ao fim do dia. Ali às roulottes do Campo das Cebolas. Combinamos no dia seguinte ir atirar umas bolas de baseball um ao outro para um jardim espaçoso. O cursor pisca como um olho do cu que se contrai para tirar aquele último bocado que deixa sempre mal-estar. Levanto-me. Dou voltas no quarto. Ou acho que dou. Posso só estar aqui sentado, a ver pornografia com uma mão no rato e outra na micro-pila e precisar de completar isto assim com um recurso mais de quem pensa realmente no que escreve. A última correspondente que tive dizia-me que a minha caneta azul tinha coisas muito bonitas dentro. Eu espreitava e via apenas uma bolinha de metal que se enchia de tinta quando rodava. Abri-a com uma faca (à caneta, não à minha correspondente) e era tinta. Azul. Que me encheu os dedos e a cara. Quando lhe toquei. E depois só um dedo que pintei todo para apontar só para coisas azuis. Com obrigatoriedade. O que me valeu é que estava nublado. Estava também frescote. Por isso levei o meu kispo novo. Que não condizia com o dedo mas era giro que se fartava. Não sei como fazia aquilo. Entrava em automático e era não pensar muito. E usava muitas reticências. Há miúdas que ficam doidas com reticências. O ponto final parece de quem tem as ideias muito mais acertadas. É quase eu hoje. Com tantos pontos finais e nem uma ideia na cabeça. Tento falar do petróleo. Das OPAs. Do Jardim Gonçalves. Mas o meu conhecimento não vai além do jardim do Gonçalves que era vizinho da minha avó e morava no rés-do-chão. Que dava para as traseiras daquelas antigas. Com escadas de metal e telheiros às ondas onde havia um jardim com alfaces regadas com água e ar cheio de chumbo e mercúrio das camionetas que passavam na rua que lhe deu cabo da próstata que ficou do tamanho duma bola de ténis e um dia rebentou na cara da mulher quando lhe fazia um botão de rosa. Depois deixou de me escrever (a minha correspondente, não o Gonçalves). Acho que esteve na Finlândia. E depois voltou para Alcácer do Sal. Ou outra terra por onde se passava quando se ia para o Algarve antes de haver auto-estrada. Sou eu que vejo o correio. Todos os dias quando saio de casa e à noite, quando volto. Cansado do meu trabalho de carimbar circulares e assinar despachos que não despacham nada e só entopem o sistema como uma trombose dum avô num parque infantil enquanto toma conta do neto com um sorriso de saudade de quando era novo. E, de repente, está tudo escuro. A cara na areia. Um fio de baba que empasta e forma uma espécie de massa. Os ténis desapertados do neto à altura dos seus olhos. “O que se passa, avô?”. Nada. Já não se passa nada. Apanhou o autocarro que já não volta. E o passe tem duração eterna. Acho que não me vai escrever mais. Um dia partilhámos uma garrafa de whisky na estação do Oriente. Acho que foi isso. Ou não gostou de mim, ou o whisky era mau. Continuei a comprá-lo e sempre que posso, ofereço. Quem conhece o meu quarto sabe que isso não é possível. É mais assim uma ida e volta em U com um perna menor que a outra. Como o meu tio que era pescador e andava sempre com uma Bíblia debaixo do braço para ficar alinhado com as outras pessoas quando houvesse necessidade. Homem prevenido vale por dois. E o meu tio valia por um. Comia por dois. Teve um AVC por três. Quando tinha a mulher de quatro. Às 5 da tarde. Já nem seis muito bem a fazer o quê. Puxo o prepúcio para fora. Depois para trás. E abano o ar em direcção ao nariz. A ver se cheira. Cheira. Apago tudo. Começo de novo. Era uma vez. Olho para o copo do whisky e ele finge que não é nada como ele. Olho assim de soslaio. E ele desvia o olhar de soslaio. Agarro-o de repente e digo: “então, man?”. E ele: “então o quê?”. E eu: “então mas 'tás a olhar para onde?”. E ele: “então mas não se pode?”. E eu: “pode-se”. E decido bebê-lo. Os copos não falam. Mas o whisky faz mover a mobília. Ando para cima. Já vai longo. Volto aqui. Prometi que amanhã chegava a horas. Quando se chega a horas, pode-se sair mais cedo. E ir para os copos mais cedo. Com os amigos mais cedo. Tenho de tirar o Mário da caixa de sapatos. Meti-lhe uma corda. O meu terapeuta insistiu. “Porque não tenta arranjar amigos que não vivam em caixas de sapatos?”. “Eu tento, Sr. Dr.”. A sério que tento. Todos os dias tento ser simpático com o próximo. Mas os próximos estão sempre longe. E têm sempre alguma coisa para fazer onde eu não estou incluído.

true love leaves no traces

"Quatro noites com Anna", dois socos no estômago e um roundhouse kick na cara. É uma pena já não escrever sobre cinema. Eu, não o filme.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

storm

filipa: então, ja mudaste pra tua casa?
André: sim:)
há duas semanas
filipa: ena :D
e já aprendeste a cozinhar e assim?
André: sim
fiz ontem sopa e tudo:|
e ficou fixe
filipa: sopa de quê?
André: de tomate
foi só abrir o pacote:|
AHAH
tou a brincar
fiz mesmo com tomates a sério
tipo os meus mas em grande:|
vou meter isto no blog:|
filipa: AHAHAH
tipo os teus mas em grande?
é possível haver maiores que os teus?
pensava que os teus estavam cheios
:|
tipo, a rebentar.
André: e estão
mas são muito pequeninos
tipo passas secas
muito secas
filipa: AHAH
então são enrugados?
eww
André: sim
mas é um enrugado bonito

ax2+bx+c

A minha vida é uma parábola de concavidade para cima e apenas o braço descendente.

no fx

Há uma miúda do meu trabalho que está interessada em mim pelas razões erradas. Não sei quais são as razões dela, mas para estar interessada em mim só podem ser erradas.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

genghis khan

nuno.melo.cristino: http://link_com_foto_de_mongoloide_vestido_de_super_homem_e_com_uma_matraca.jpg
André: é seguro?
nuno.melo.cristino: sim:|
André: nao devias gozar com os mongoloides
nuno.melo.cristino: HAHAAHAHAHA
André: eles não têm culpa de estar metidos entre a russia e a china:|
nuno.melo.cristino: isso dito por ti ainda tem mais piada
que a foto
HAHAHAAAHHA
HAHAHAHAHAHA
AGHAHAHAHAHAA
LOOOOOOOL
EPÁ MORRE!
HAHAHAHA
és mesmo porco:|
André: nunca me verás a gozar com mongoloides
só pelas costas:|

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

b52

Acho que vou aparecer no jantar de Natal da minha empresa com uma caixa de sapatos e digo que é o meu amigo imaginário que vive aos pés da cama. E, de vez em quando, meto-lhe um bocadinho de pão com manteiga para dentro da caixa e faço o barulho *blorgbopblurpbapbop*.

have it your way

nuno.melo.cristino: que é que fazes hj?
André: trabalho:|
nuno.melo.cristino: sim e depois?
André: vou para casa
enrolar-me na cama em posição fetal e ter pena de mim
nuno.melo.cristino: HAHAHA
tb já usei essa:|
mas sem o ter pena de mim:|
André: caralho:|
foda-se
és uma farsa
nuno.melo.cristino: iá:|
portanto n deixes de inventar
e n faças copyright:|

in need

Eu: "Uma gaja só não fode porque não quer. Um gajo tem de esperar que uma gaja se digne a foder com ele."
Ela: "Não é bem assim."
Eu: "Queres foder comigo?"
Ela: "Não."
Eu: "Vês? Só não fodes porque não queres."

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

better

Fui comprar cuecas e quando a senhora da loja me perguntou "como é o tamanho aí em baixo" eu respondi "é do tamanho do braço duma criança" e acrescentei para dentro "na primeira semana de gestação".

:D

Como não jogo nada futebol, sempre que vou à Bica acabo por ir à Baliza.

when the music's over

Em termos futebolísticos, a minha vida é um falhanço comparável àqueles remates à baliza que saem pela linha lateral.

domingo, 30 de novembro de 2008

blood money

O meu amigo sem braços não consegue mandar parar um táxi.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

god

"Arrancava-te a folha com os dentes" - disse o Adão assim que viu a Eva.

doing nothing

Durante o Outono, deveria ser complicadíssimo, ao Adão e à Eva depois de mandarem uma, descobrirem onde tinham metido a folha.

102.6

Adão e Eva foram de viagem e a bagagem era uma folha metida naqueles saquinhos de plástico com um coiso de fechar.

sorry

sleepwalking through the mekong says:
bom
sleepwalking through the mekong says:
vou dormir
sleepwalking through the mekong says:
e sonhar com princesas e castelos
sleepwalking through the mekong says:
porque
sleepwalking through the mekong says:
na vida real
sleepwalking through the mekong says:
a minha única princesa é a ps3 e castelos só as claras
nuninho do hi5 says:
HAHAHA
nuninho do hi5 says:
já meteste isso no blog?
sleepwalking through the mekong says:
vou meter
sleepwalking through the mekong says:
estou a ficar perito em frases full of shit

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

the desolate one

Às vezes penso que a mulher da minha vida seria a Joana Amaral Dias em feminino.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

a descer o chiado

Ela, boa com uma capa com folhas e uma caneta preparada para me vender um crachá ou whatever para ajudar os pobrezinhos ou aleijados: "Tem um minuto?"
Eu: "Para si tenho a vida toda".

Na verdade, mantive o meu ar de filho da puta frio, disse "não" e continuei a andar sem um sorriso. Dez segundos depois ocorreu-me isto, o que podia ter dito. Mas sob pressão não consigo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

chinese democracy

Não percebo a cena dos sem-abrigo. Não têm casa, comprem.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

some kind of stranger #2

sleepwalking through the mekong says:
olá
Aniiinhas ... inha !! Mil vezes mais do q eu te sei dizer. {xarco} says:
??
Aniiinhas ... inha !! Mil vezes mais do q eu te sei dizer. {xarco} says:
quem és?
sleepwalking through the mekong says:
sou o andré
Aniiinhas ... inha !! Mil vezes mais do q eu te sei dizer. says:
boa.
Aniiinhas ... inha !! Mil vezes mais do q eu te sei dizer. says:
qual andré
Aniiinhas ... inha !! Mil vezes mais do q eu te sei dizer. says:
?
sleepwalking through the mekong says:
andré quaresma
Aniiinhas ... inha !! Mil vezes mais do q eu te sei dizer. says:
ah sim, mto melhor.
sleepwalking through the mekong says:
ou achas que registei este mail porque me chamo josé magalhães?
Aniiinhas ... inha !! Mil vezes mais do q eu te sei dizer. says:
onde foste ao meu mail? ao menos conheces-me de algum lado?
sleepwalking through the mekong says:
nao:\
sleepwalking through the mekong says:
mas podíamos ir jantar fora e isso
sleepwalking through the mekong says:
e depois eu embebedava-te e levava-te para a cama
sleepwalking through the mekong says:
por causa das coisas levo tb um frasquinho de clorofórmio

some kind of stranger

sleepwalking through the mekong says:
olá
sleepwalking through the mekong says:
és boa e isso?
sleepwalking through the mekong says:
de corpo e mai' não sei quê
sleepwalking through the mekong says:
eu sou horrivelmente superficial
sleepwalking through the mekong says:
mas a culpa nao é minha
sleepwalking through the mekong says:
é da sociedade
Ðzi iGgY says:
sou desdentada e flacida.. desculpa :\
sleepwalking through the mekong says:
ah
sleepwalking through the mekong says:
e se fossemos para a cama só naquela
sleepwalking through the mekong says:
sem compromisso
sleepwalking through the mekong says:
e depois eu dava-te uma nota
sleepwalking through the mekong says:
de 0 a 20
sleepwalking through the mekong says:
se tivesses para cima de 15
sleepwalking through the mekong says:
eu deixava-te levares-me a jantar fora
sleepwalking through the mekong says:
combinado?
Ðzi iGgY says:
n posso.. tenho 13 anos e 40 kg mal pesados
sleepwalking through the mekong says:
e daqui a 5 anos e 15 kilos? achas que podemos?
Ðzi iGgY says:
claro.. daki a 5 anos falamos.. ate lá! : D
sleepwalking through the mekong says:
se nao cumprires
sleepwalking through the mekong says:
deus saberá
sleepwalking through the mekong says:
e condenar-te-á com um raio que lhe sai do dedo indicador e faz *fuiiishh* *fuiiishh*
sleepwalking through the mekong says:
até lá
Ðzi iGgY says:
é.. bye

panic on the streets of london

Uma simulação de sismo a sério teria de ter a pretalhada a pilhar lojas e a fazer violações em grupo.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

1024

A casa dos Bicos ao pé da casa do Cláudio Ramos é a casa das pontas mais ou menos arredondadas.

1023

O Cláudio Ramos trata os amantes por proctologistas porque, afinal, são eles que lhe tratam do cu.

1022

O Cláudio Ramos adora ir a Mirandela porque pode ser que leve com a alheira.

new target

Cristo levou com a cruz às costas. Na Casa Pia, o Joãozinho levou com o Cruz pelas costas.

1021

Quando, para a maioria das pessoas, ter o senhor castanho à porta significa empurrar o almoço para baixo, para o Cláudio Ramos significa empurrar o almoço para cima.

1020

A diferença entre um coveiro e o Cláudio Ramos é que um passa o dia a enterrar e o outro passa o dia a ser enterrado.

sucking more than a vacuum cleaner

Ando sem inspiração nenhuma. O que não é mau de todo. Afinal os Pearl Jam e os Smashing Pumpkins fizeram carreira disso.

yeah

O Duque de Saldanha apontava sempre tudo, para não se esquecer.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

domingo, 16 de novembro de 2008

drum roll

O Alain Prost nunca conheceu ninguém tão queimado como o Niki Lauda.

sábado, 15 de novembro de 2008

saturdays

sleepwalking through the mekong says:
vou cagar, já venho
*nuninhuZ G says:
ok*
sleepwalking through the mekong says:
man
sleepwalking through the mekong says:
a ps3
sleepwalking through the mekong says:
é linda
sleepwalking through the mekong says:
tem ligação à internet
sleepwalking through the mekong says:
podes sacar jogos
sleepwalking through the mekong says:
e jogá-los
sleepwalking through the mekong says:
sem sair do sofá
*nuninhuZ G says:
que é que fazes agora?
sleepwalking through the mekong says:
neste momento?
sleepwalking through the mekong says:
estou a pensar se limpei bem o cu
sleepwalking through the mekong says:
pq um gajo vem
sleepwalking through the mekong says:
e senta-se
sleepwalking through the mekong says:
e a cena fica assim relaxada
sleepwalking through the mekong says:
e ficas sempre a pensar se nao estarás a deixar risca no pijama

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

it's martini time

Avô, a partir de uma certa idade, dever-se-ia escrever com trema.

neon reverie

O Ray Charles apalpou a mulher do Stevie Wonder e este disse-lhe: "vou fingir que não vi isso".

smile from the streets you hold

Estive no Rossio e dei de quistos com o homem-elefante.

easy, tiger

Um homicídio em segundo degrau tem sempre de ser num vão de escada?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

hurricane

Que dia se sol maravilhoso. E eu aqui a trabalhar. Com este sol apetecia-me mesmo era estar em casa a jogar computador.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

tolife

Tanto avião a despenhar-se e os Editors e os Kaiser Chiefs não vão em nenhum.

bmw

Tanto AVC por aí e nenhum atinge a Bjork.

domingo, 9 de novembro de 2008

sunday@home

sleepwalking through the mekong: pois
sleepwalking through the mekong: eu prefiro uma má bebida servida por uma gaja boa
sleepwalking through the mekong: que uma boa bebida servida por um gajo:|
*nuninhuZ G: do que uma boa bebida servida por mim?:|
*nuninhuZ G: mesmo quando sou eu?:|
sleepwalking through the mekong: sim:|
sleepwalking through the mekong: eu não acho a gaja mt gira
sleepwalking through the mekong: mas que a comia
sleepwalking through the mekong: comia
*nuninhuZ G: meu:|
*nuninhuZ G: voltamos ao mesmo
*nuninhuZ G: há alguma gaja que não comesses?
sleepwalking through the mekong: a odete santos
sleepwalking through the mekong: a courtney love
sleepwalking through the mekong: a bjork
sleepwalking through the mekong: hmm
*nuninhuZ G: mesmo muito com os copos?
*nuninhuZ G: :|
sleepwalking through the mekong: isso só a odete santos
*nuninhuZ G: e se tivesses na cama
*nuninhuZ G: muito com os copos
*nuninhuZ G: e ela chegasse
*nuninhuZ G: saltasse para cima de ti
*nuninhuZ G: e te começasse a cavalgar?
*nuninhuZ G: :|
sleepwalking through the mekong: pá
sleepwalking through the mekong: mas tinha de acordar com ela?
*nuninhuZ G: não:|
*nuninhuZ G: só foder
sleepwalking through the mekong: isso talvez
*nuninhuZ G: pois:|
sleepwalking through the mekong: ok
sleepwalking through the mekong: e entao
sleepwalking through the mekong: imagina
sleepwalking through the mekong: teres de foder o cu ao cláudio ramos
sleepwalking through the mekong: on tape
*nuninhuZ G: on tape
sleepwalking through the mekong: ou nunca mais foderes na vida
*nuninhuZ G: não sei se conseguia:|
*nuninhuZ G: mas sem on tape
*nuninhuZ G: na boa:|
*nuninhuZ G: epá, nunca mais foder é duro:|
*nuninhuZ G: epá e cu é cu
*nuninhuZ G: um gajo sempre se pode safar com essa:|
sleepwalking through the mekong: pois
sleepwalking through the mekong: e o dele deve ser rapadinho
*nuninhuZ G: pois, ele deve ter cu de gaja
*nuninhuZ G: podia sempre dizer que tava com os copos e que me parecia uma gaja:|
*nuninhuZ G: até te digo mais
*nuninhuZ G: vinha-me na cara dele e tudo:|
*nuninhuZ G: porque ele tem cara de gaja
*nuninhuZ G: portanto podia dizer isso:|
sleepwalking through the mekong: entao e
sleepwalking through the mekong: broche ao luisão
sleepwalking through the mekong: no meio do estadio da luz
sleepwalking through the mekong: cheio
sleepwalking through the mekong: com transmissão directa
sleepwalking through the mekong: para o benfica ganhar a liga dos campeões?
*nuninhuZ G: 'sa foda a liga dos campeões:|
sleepwalking through the mekong: entao
sleepwalking through the mekong: e se fosse
sleepwalking through the mekong: liga dos campeoes
sleepwalking through the mekong: e poderes foder
sleepwalking through the mekong: qq gaja que quisesses
sleepwalking through the mekong: até ao fim da vida
sleepwalking through the mekong: ?
*nuninhuZ G: ele tinha de se vir na minha boca?:|
sleepwalking through the mekong: sim
sleepwalking through the mekong: e na cara
*nuninhuZ G: :-O
*nuninhuZ G: epá
*nuninhuZ G: pó resto da vida?
sleepwalking through the mekong: sim
sleepwalking through the mekong: bastava quereres
sleepwalking through the mekong: e fodias
sleepwalking through the mekong: várias ao mesmo tempo até
*nuninhuZ G: ok
*nuninhuZ G: venha o luisão:|
*nuninhuZ G: é que isso é tipo humilhação
*nuninhuZ G: mas a humilhação é sempre vencida quando um gajo diz
*nuninhuZ G: "sim sim, fiz isso mas olha a gaja que eu fodo":|
sleepwalking through the mekong: e se ninguem pudesse saber?
*nuninhuZ G: e se for uma gaja boa ultrapassa-se a humilhação:|
*nuninhuZ G: ninguém pudesse saber como?:|
sleepwalking through the mekong: que ias foder qq gaja que quisesses
*nuninhuZ G: isso não queria:|
sleepwalking through the mekong: isto vai tão parar ao meu blog:|

terça-feira, 4 de novembro de 2008

go

André: já caguei na minha casa nova:|
nuno.melo.cristino: O.o
ah
já cagaste literalmente
:|
André: AHAH
pois:P
achavas que me tinha desligado sentimentalmente?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

1019

O Cláudio Ramos não percebe porque há tantas bolas na Sport Zone se ele tem apenas um queixo.

1018

O Cláudio Ramos faz as compras de supermercado pela internet porque lhe faz confusão ter tomates num saco sem que estes lhe estejam a bater no queixo.

flirting@soulseek #2

[zeplingand] és boa?
[aliceassassina] no entiendo boa
[zeplingand] i was asking if you think i'd do you
[aliceassassina] excuse me but i don't understand what you wrote. i'm italian
[zeplingand] i don't speak italian
[zeplingand] i'll try to translate
[aliceassassina] what a mess!
[zeplingand] i can't
[zeplingand] you have nice body? fucky fucky? ten dolla?
[aliceassassina] what??
[zeplingand] sexy time?
[zeplingand] yes yes?
[aliceassassina] no
[zeplingand] ok
[zeplingand] why not?
[aliceassassina] i don't like cybersex
[zeplingand] no cybersex
[zeplingand] you turn webcam on
[zeplingand] and show me your body
[aliceassassina] no
[zeplingand] and dance for me
[zeplingand] the hulla hulla
[aliceassassina] i don't know who you are
[zeplingand] aren't you pretty?
[zeplingand] im andré
[zeplingand] i live in portugal
[aliceassassina] and then?
[zeplingand] im 31
[zeplingand] im on holidays
[aliceassassina] i'm working
[zeplingand] oh
[zeplingand] you could give me your msn and i'll undress for you
[aliceassassina] i wont watch your naked body
[zeplingand] why not?
[zeplingand] i am very thin
[aliceassassina] BECAUSE I HATE THE CYBER SEX
[zeplingand] and i have a small dick
[aliceassassina] and then?
[zeplingand] and lot's of long black curly thick pubic hair
[zeplingand] ok
[zeplingand] then let's do it like this
[zeplingand] when you come to lisbon
[zeplingand] we'll meet and have sexy time
[zeplingand] yes yes?
[aliceassassina] you're a crazy boy
[zeplingand] no
[zeplingand] i'm just faking it
[zeplingand] so i could do you
[zeplingand] which city do you live in?
[aliceassassina] rome
[zeplingand] i've been to rome once
[zeplingand] it's very expensive
[aliceassassina] yes
[zeplingand] do you like men with small penis?
[zeplingand] small like nail of pig

E não tornou a responder.

domingo, 26 de outubro de 2008

m83

O 3 em Antena 3 significa "música que há 3 meses passava na Radar".

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

old rock n' roll radio

Tinha um telemóvel tão antigo que o relógio ainda era de ponteiros.

1017

O Cláudio Ramos quando toma banho no mar vira-se de costas para as ondas para fazer como a Marina Mota e levar com o Oceano por trás.

domingo, 19 de outubro de 2008

overkill

Zé Pedro é um músico português, guitarrista e o fundador dos Xutos & Pontapés. O seu nome completo é José Pedro Amaro dos Santos Reis e nasceu a 13 para 14 de Setembro de 1956 na maternidade do pavilhão da família militar do Hospital da Estrela em Lisboa.
Entrevistador – Boa tarde, Zé Pedro.
Zé Pedro dos Xutos – Boa tarde.
Entrevistador – Pode-nos falar um pouco de si?
Zé Pedro dos Xutos – Ora portantos, o meu nome é Zé Pedro Reis mas toda a gente me trata por Zé ou Zé Pedro ou Zé Pê ou Zí Pí (vem do inglês porque eu sempre falei muito bem inglês) ou o gajo dos Xutos que não sabe tocar ou o gajo dos Xutos, dos que interessam, que não é nem o Tim nem o outro dos óculos. Mas as pessoas sabem logo quando se fala do Zé Pedro que sou eu.
Entrevistador – Não conhece mais Zé Pedros?
Zé Pedro dos Xutos – Conheço. Mas já acertámos entre nós que o Zé Pedro original sou eu. E eles arranjaram maneiras diferentes de se chamarem. Um é o Zé Pedro de Alcabideche, outro é o Zé Pedro Moreira, outro é o Zé Pedro mas que não é o dos Xutos, outro é o Zé Pedro 2. Há também o 3, mas a esse costumamos chamar-lhe o Ginga.
Entrevistador – É que eu também conheço um Zé Pedro a que chamamos Zé Pedro. Se calhar se tivéssemos amigos em comum...
Zé Pedro dos Xutos – Não. Eu seria o Zé Pedro e ele poderia ser o Zé Pedro amigo do gajo que entrevistou o Zé Pedro dos Xutos.
Entrevistador – Mas então o Zé Pedro já não seria simplesmente o Zé Pedro, seria o Zé Pedro dos Xutos.
Zé Pedro dos Xutos – Efectivamente.
Entrevistador – *silêncio*
Zé Pedro dos Xutos – *silêncio*
Entrevistador – Adiante. E álbuns dos Xutos? Está algum para breve?
Zé Pedro dos Xutos – Já temos o álbum quase pronto. Neste até vamos ter músicas com quatro acordes e alguns arranjos. Pelo menos foi o que o Tim disse para eu dizer. E eu quase que já sei tocar sem ser mi lá ré.
Entrevistador – Estão abertos a coisas novas?
Zé Pedro dos Xutos – Não são bem coisas novas. Eu é que como não tenho qualquer talento especial tenho de ser o guitarra ritmo. Porque ninguém queria ser e depois as pessoas sabem que o guitarra ritmo é que fica com as gajas mais fatelas.
Entrevistador – Mas se não tem nenhum talento em especial, como entrou na banda?
Zé Pedro dos Xutos – Ah. Isso foi por causa do lenço. Eu tinha um lenço, o Tim tinha um lenço e olhámos e ele viu que podíamos fazer uma banda até porque nenhum dos dois tínhamos pescoço e qualquer outro talento especial.
Entrevistador – E nasceram os Xutos.
Zé Pedro dos Xutos – Sssssim. Tivémos de comprar instrumentos primeiro. Mas depois nasceram os Xutos.
Entrevistador – Lembra-se do primeiro concerto?
Zé Pedro dos Xutos – Lembro. Tocámos só versões dos Rámónes porque era a única banda que conhecíamos que ainda tocava pior que nós. E aquilo é sempre três acordes. E eu como não sei notas nem percebo nada de música foi assim para ser mais fácil. É como se houvesse uma infinividade.
Entrevistador – Afinidade.
Zé Pedro dos Xutos – Isso.
Entrevistador – Ainda tocam versões?
Zé Pedro dos Xutos – Agora já não.
Entrevistador – E que bandas gosta de ouvir?
Zé Pedro dos Xutos – Gosto de tudo um pouco. Róquenróle, música do mundo, algum évimétal, gosto de música portuguesa também.
Entrevistador – E nomes de bandas?
Zé Pedro dos Xutos – Gosto dos Slipknot, Mérlin Meizon, Linkin Park...
Entrevistador – Mérlin Meizon? É um mágico?
Zé Pedro dos Xutos – Não. É uma banda americana que se pinta e que o vocalista tirou duas costelas para fazer amor oral a ele próprio.
Entrevistador – Ah. Marilyn Manson.
Zé Pedro dos Xutos – Sim, foi o que eu disse.
Entrevistador – Não. Disse Mérlin Meizon.
Zé Pedro dos Xutos – Foi o que eu disse.
Entrevistador – Então e bandas portuguesas?
Zé Pedro dos Xutos – Gosto de algumas que agora andam para aí. E umas mais antigas como a Xana e os Rádio Macau.
Entrevistador – Como a Xana?
Zé Pedro dos Xutos – Tu também? *risos*
Entrevistador – Mudando um pouco o rumo da conversa. Os Xutos têm consciência social?
Zé Pedro dos Xutos – Sim. Temos consciência em quase todas as áreas. Quer seja moral, social, formal e mais palavras que acabam em al que agora não me lembro porque antes de vir para aqui estive a fumar umas com o Jorge Palma.
Entrevistador – Ele ainda fuma?
Zé Pedro dos Xutos – Sim, mas quem fica com a moca é a ganza. *risos*
Entrevistador – Então e a crise?
Zé Pedro dos Xutos – A crise. Eu acho que a crise é má porque depois as pessoas querem poder fazer coisas mas não fazem porque estão em crise. Não estão bem. É a crise. A crise instalou-se em todos os sectores. Antes era só em alguns, como a indústria pasteleira e do calçado. Mas agora generalizou-se em modos que geral. Agora vai-se comprar um bolo-rei em qualquer altura do ano porque assim faz-se mais dinheiro. Antes não. Com o que se fazia no Natal chegava e sobrava para o ano inteiro. Antes era tudo mais particularizado. Agora a pessoa vai a ver e não se percebe muito bem o que aconteceu.
Entrevistador – De quem acha que é a culpa?
Zé Pedro dos Xutos – Sem dúvida que, efectivamente, é do euro e do Sócrates.
Entrevistador – Porque diz isso?
Zé Pedro dos Xutos – Ouvi dizer. É que quando não se tem ideias é preciso ouvir o que os outros têm para dizer e decorar. Eu ainda no outro dia ouvi o Cláudio Ramos a falar da crise e disse isto e eu fui e copiei para depois dizer caso surgisse a oportunidade. E o Cláudio Ramos vê-se que é uma pessoa que sabe do que fala. "Enstruída" e culta e com educação.
Entrevistador – E vê soluções para sair da crise?
Zé Pedro dos Xutos – Eu acho que o que se devia fazer era ensinar as pessoas a pescar e a fazer manteiga porque mais vale ensiná-las a pescar que lhes dar o peixe já assim em pratos com bróculos e batatinhas a murro regadinhas com azeite. Porque ópois as pessoas sabem pescar em vez de só terem fome. Claro que é difícil pescar quando se tem fome. Portantos penso que o melhor seria dar uma sandes de manteiga a cada pessoa e ópois ensiná-las a pescar e a fazer bordados para não terem mais fome e acabava-se a crise.
Entrevistador – Mas a crise não é só nas pescas...
Zé Pedro dos Xutos – Eu disse as pescas como podia ter dito outra coisa. Por exemplo, podia-se ensinar as pessoas a usarem um tear porque assim podiam-se cobrir com mantinhas quentinhas enquanto comiam o peixe que tinham apanhado de manhã.
Entrevistador – E o que acha do aumento dos combustíveis?
Zé Pedro dos Xutos – Acho mal porque depois as pessoas querem ir meter gasolina e não podem e os que podem metem menos do que queriam meter e depois vêm mais devagar para Lisboa o que ainda faz pior ao trânsito porque depois anda tudo muito mais devagar e ninguém se entende. E depois até podem ficar sem gasolina no caminho e estar a ir buscar os filhos à escola e depois não podem. No fundo, acho mal. Acho que se devia baixar o preço para as pessoas poderem usar mais e andar mais rápido e depois não ficarem em filas nas bombas. Ainda no outro dia, fui mais o Tim ali à Repsol da 2ª circular porque o gasóile ia aumentar dois cêntimos e fomos atestar a camioneta da banda e havia uma fila quase até à saída. E depois pode-se até ficar parado em auto-estradas. Foi como quando estávamos a ir ao bar do Miguel Ângelo e íamos ficando sem gasóile na A5 e depois tem aqueles reils assim de lado e a pessoa nem sequer consegue encostar ou sair.
Entrevistador – Mas os preços aumentaram no país todo, não só em Lisboa...
Zé Pedro dos Xutos – Eu quando disse Lisboa estava a fazer uma metáfora. Estava, portantos, metaforicamente a falar de Lisboa como um todo. E não em geral... e coiso. Lisboa é uma cidade como as outras. Por exemplos, quando os Xutos tocaram em Badajoz foi como tocar em Lisboa. A diferença era que o Tim dizia “grácias” em vez de obrigados.
Entrevistador – Acha portanto que a crise é global?
Zé Pedro dos Xutos – Sim. É tudo global agora. Antes não. Mas agora sim. Era como quando os Xutos lançavam um álbum. Antes saía em duas ou três lojas. E agora já sai em seis ou sete. E depois mais a internet. Se puderem passem lá. O site dos Xutos está feito em Internet Explorer.
Entrevistador – Mas isso é um browser...
Zé Pedro dos Xutos – Sim. Abre-se uma janelinha com o site lá dentro e depois as pessoas vão lá e vêem informação sobre eu e o Tim e os outros.
Entrevistador – “Sobre mim”...
Zé Pedro dos Xutos – Não, não. É só sobre os Xutos. E tem fotografias e uns botões onde se carrega e pode-se ouvir músicas dos Xutos. Como aquela dos contentores.
Entrevistador – Essa música fala exactamente sobre o quê?
Zé Pedro dos Xutos – É sobre contentores, não é?
Entrevistador – Sim, mas o que significa?
Zé Pedro dos Xutos – Isso tens de perguntar ao Tim.
Entrevistador – Ele sabe?
Zé Pedro dos Xutos – Sim. Ele é que tem o dicionário de rimas. E ópois quando fomos a ver era a única palavra que rimava com amores. No fundo, os contentores estão ali para representar o que há de mau na sociedade. Tipo a crise e o Sócrates e o Iraque e os Delfins.
Entrevistador – Não gosta dos Delfins?
Zé Pedro dos Xutos – Respeito o Miguel Ângelo como pessoa mas não como artista. Acho que os Delfins eram melhores no intigamente. E depois alguém tem de ser o primeiro ódio nacional, não é? Se não as pessoas vêm e dizem que somos nós ou o Luís Represas.
Entrevistador – E a guerra no Iraque?
Zé Pedro dos Xutos – Penso que já foi tudo dito sobre a guerra no Iraque.
Entrevistador – Mas qual a sua opinião?
Zé Pedro dos Xutos – A guerra em geral é má. Mas também há guerras boas. Depende de como se olha para ela. Às vezes é precisa, outras vezes não. A pessoa é que tem de pensar por ela própria o que acha e pára e pensa assim “Zé Pedro” (cada pessoa tem de usar o seu nome, eu estou a dizer Zé Pedro porque é o meu nome e é para dar o exemplo. Se por acaso alguém se chamar Zé Pedro também pode dizer Zé Pedro mas os outros com outros nomes devem meter os nomes delas), “Zé Pedro, que achas tu da guerra no Iraque?”. E depois a pessoa pensa e fica com opiniões. Eu normalmente deixo o Tim falar que ele é o único na banda que já leu um livro.
Entrevistador – Não gosta de ler?
Zé Pedro dos Xutos – Gosto.
Entrevistador – Que livros já leu?
Zé Pedro dos Xutos – Os meus preferidos são os do Peninha.
Entrevistador – Ah. É fã de BD?
Zé Pedro dos Xutos – Alguma sim.
Entrevistador – E livros assim só com letras? Já leu algum?
Zé Pedro dos Xutos - *risos*
Entrevistador – Já?
Zé Pedro dos Xutos - *ainda mais risos*
Entrevistador – É a sério...
Zé Pedro dos Xutos – Não. Mas quando andava com a Xana ela fartava-se de ler. E eu perguntava-lhe “isso não te faz doer a cabeça?” porque era tudo muito com letrinhas e tudo muito pespegado e eu só de olhar até ficava mal disposto e tinha logo de ir fumar uma.
Entrevistador – Foi por isso que acabaram?
Zé Pedro dos Xutos – Não. Acabámos porque ela queria que eu limpasse bem o cotão...
Entrevistador – Do umbigo?
Zé Pedro dos Xutos – Não, não era do embigo, quer dizer, do embigo também, mas era mais destes buraquinhos que tenho na cara.
Entrevistador – E nunca lhe passou o bichinho?
Zé Pedro dos Xutos – Não. Usávamos sempre o preservativo. E quando não usávamos, fazíamos sempre o amor oral.
Entrevistador – O bichinho de ler...
Zé Pedro dos Xutos – Eu quando fui ao médico ele olhou e viu com um auscultador e olhou para o papel das análises e disse-me assim “Zé Pedro, está tudo bem contigo”. Não me disse nada de bichinhos.
Entrevistador – Acha que os jovens hoje estão bem informados sobre sexualidade?
Zé Pedro dos Xutos – Acho que sim. Antes não. No meu tempo não havia internet. A única informação que tínhamos sobre sexualidade era a página do meio do Correio de Domingo. Com a Samantha Fox e a Sabrina.
Entrevistador – Sexualidade no sentido de saberem e estarem informados sobre o que estão a fazer. Se usam preservativo, se tomam precauções...
Zé Pedro dos Xutos – Ah, sim. Os jovens deviam usar sempre o preservativo. Porque antes era fácil. Um gajo via sempre quem eram as mais lavadas porque tinham todas cuecas brancas e era só ir ver se havia manchas naquela coisinha que absorve o molho. E, se estivesse tudo limpinho, íamos lá sempre. Deixávamos assim as mais badalhocas com gonorreia e sífilis para o gajo dos óculos escuros porque ele nunca os tira e nas traseiras duma L4 todos os garfos são parvos *muitos risos*.
Entrevistador – Aquilo do sexo, drogas e rock n' roll aplica-se aos Xutos?
Zé Pedro dos Xutos – Sim. O Tim foi o único que conseguiu levar uma miúda para a cama antes dos 28. E depois partilhou-a. Eram um bocado badalhocas.
Entrevistador – Acha que são mais lavadas agora?
Zé Pedro dos Xutos – No outro dia fomos almoçar com os Madredeus e eles dizem que sim.
Entrevistador – Como vê os Xutos daqui a vinte anos?
Zé Pedro dos Xutos – Espero que ainda “esteijamos” todos aqui a dar concertos e, quem sabe, entrevistas.
Entrevistador – Obrigado, Zé Pedro.
Zé Pedro dos Xutos – Obrigado nós.

Nota: Todos os nomes, personagens, locais, lugares, organizações, associações e eventos descritos nos textos deste blog são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é pura coincidência. Qualquer semelhança com pessoas, personagens, locais, lugares, organizações, associações e eventos que existiram, existem ou existirão é pura coincidência. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

sandworm

Mais vale ter as notas presas por um elástico que a vida por um fio.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

boredom

sleepwalking through the mekong says:
olha
sleepwalking through the mekong says:
preciso de ti na 6ª
*nuninhuZ G says:
então?
sleepwalking through the mekong says:
para mudar a areia do gato da *******
sleepwalking through the mekong says:
tenho nojo daquilo
*nuninhuZ G says:
HAHAHAHAHA
sleepwalking through the mekong says:
e tu tás habituado
*nuninhuZ G says:
eu faço isso
*nuninhuZ G says:
mas tu levas-me à bola
*nuninhuZ G says:
deal?
sleepwalking through the mekong says:
nao posso man
sleepwalking through the mekong says:
depois qd eu precisar de alguma coisa
sleepwalking through the mekong says:
falamos
*nuninhuZ G says:
diverte-te a mudar a areia
*nuninhuZ G says:
ou arranja outro amigo que não tenha nojo
sleepwalking through the mekong says:
o meu primo mongo
sleepwalking through the mekong says:
digo-lhe que são conguitos

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

1016

O Cláudio Ramos, no Pulp Fiction, queria ser o relógio do Bruce Willis.

...alone

"Ali está um continente novo" pode ser uma frase tanto do Belmiro de Azevedo como do Cristóvão Colombo.

1015

A alcunha do Cláudio Ramos é lombardo. Está sempre enrolado na salsicha.

the wild beasts

O skinhead da minha rua tem talento ao pontapé.

1014

O Cláudio Ramos tem trissomia 23.

1013

Num banco de esperma, enquanto as pessoas fazem depósitos, o Cláudio Ramos faz levantamentos.

1012

A Control vai lançar um modelo novo de preservativos chamado Cláudio Ramos. Dão garantia que o esperma fica sempre lá dentro.

1011

"Gosto mesmo das tuas mãos", disse o Cláudio Ramos enquanto lhe faziam fisting.

1010

O Cláudio Ramos agora tem bigode, agora não, agora sim, agora não, agora sim, agora não.

1009

Quando o Cláudio Ramos está na sala, há sempre alguém com uma pila no cu.

it was you

A minha casa e a minha namorada novas antes era só matagal lá em baixo.

boring

O meu colega paraplégico vai a todos os lados sem mexer um dedo.

1008

O Cláudio Ramos só vê a luz ao fundo do túnel numa rectoscopia.

1007

O Cláudio Ramos tem tudo em prateleiras para nunca ter de sair do armário.

bottle and a gun

Cada vez que oiço os Pontos Negros apetece-me comprar uma daquelas tiras de remoção de pontos negros.

<3

Aposto que as morsas comunicam por código morsa.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

flirting@soulseek

[00:46][zeplingand] és gaja boa?
[00:46][despacha-te] sim filho
[00:47][zeplingand] a serio?
[00:48][zeplingand] e és facil e isso?
[00:48][despacha-te] fácil como a 1a classe
[00:49][zeplingand] nao é preciso levar-te ao cinema e assim para tipo ir "aí abaixo"?
[00:49][despacha-te] não gostas de ir ao cinema?
[00:49][zeplingand] gosto
[00:50][zeplingand] mas nao "on a date"
[00:50][zeplingand] pq eu sou daqueles que prefere passar os passos todos à frente
[00:50][zeplingand] a minha ideia era
[00:50][zeplingand] pagar-te uma mini e um cachorro ali nas roulotes do saldanha
[00:50][zeplingand] e depois "coiso"
[00:50][zeplingand] on me, claro
[00:50][despacha-te] ah bom
[00:50][zeplingand] pelo menos a primeira mini
[00:51][zeplingand] a partir daí cada um paga a sua
[00:51][despacha-te] ahah ganda peça
[00:51][zeplingand] tem é de ser às 3ªs ou 4ªs
[00:52][zeplingand] que é qd o meu pai me empresta a carrinha de caixa aberta
[00:52][zeplingand] terás de ir atrás
[00:52][zeplingand] mas tapas-te com os plásticos e penso que vais bem
[00:55][zeplingand] o teu silêncio é um não?
[00:59][despacha-te] é. chamo me francisco
[00:59][zeplingand] ah
[01:00][zeplingand] é pouco comum para nome de gaja

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

gmailing #2

pedro: mas tu sabes o que é a trama, não sabes?
é que dá-me um gozo do caralho ter metido isso no diálogo e isso ficar no blog

André: nao sei
mas parece importante

pedro: é a livraria dos indies e dos intelectuais
é ali no rato
na rua de são bento, acho

André: mas há gajas boas por lá?

pedro: há
conedo do bom e intelectual.
e artístico e o caralho

André: mas onde vão depois?

pedro: não sei
para casa.
masturbar-se

André: de frente para um espelho

pedro: isso é tão do poder.
assim rapadas e com a unha limpa

André: mas no fim encolhem-se, em posição fetal por estarem sozinhas
por culpa própria

pedro: sim, abraçam-se
e enrolam-se nas cobertas.

gmailing

André: man, sábado estive na intercasa na fil
era cada gaja nos stands

pedro: um gajo tem de superar essa merda
e de se começar a meter c'as gajas.

André: epá
pois
aquilo era mais canhões
não gajas do cinema francês

pedro: mas até podiam ser estudantes de cinema
e estavam ali a fazer uma perninha
para pagar os cortes de cabelo
e os livros comprados na trama

André: pá
nós não temos hipóteses
it is written in the stars

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

snake eyes

Era tão bom croupier que não tomava os dados como adquiridos.

domingo, 28 de setembro de 2008

anak

Na festa de anos da Amy Winehouse estavam a dar crack à toa.

let me give it to you

Legendary.blogspotter.com e Legendary Tiger Man cruzaram-se no Incógnito e eu disse-lhe o que havia a dizer "és o maior".

sábado, 27 de setembro de 2008

lucy

A minha avó é como os primeiros dias de Outono. De vez em quando também larga umas gotas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

1006

Poucas árvores de Natal levam tantas bolas como o queixo do Cláudio Ramos.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

1005

O acontecimento mais raro de sempre é o Cláudio Ramos não ter uma pila na boca.

1004

A melhor coisa que posso dizer do Cláudio Ramos é que parece uma mulher. A pior é que eu gosto de mulheres.

1003

O Cláudio Ramos faz qualquer um ser a favor do aborto.

1002

A nóstanásia é a morte provocada para prevenir o sofrimento dos outros. A nóstanásia é a eutanásia do Cláudio Ramos.

1001

Sou a favor da eutanásia, em especial se for a do Cláudio Ramos.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

1000

Algumas pessoas dizem que sou desequilibrado. Não percebo porque dizem iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... sso.

sábado, 20 de setembro de 2008

headache

Ele: "O cego da bengala e do ferrinho da linha verde mudou a cantilena".
Eu: "É o primeiro single do segundo álbum".

@adamastor

Aquilo é um gajo ou uma gaja a dançar? É para saber se me sinto confortável com a minha erecção.

guitar hero

O Jack White, fora de palco, está sempre na palheta.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

irreversível

Repeti aquilo tantas vezes para mim que achei que conseguiria dizê-lo. Temos de falar. Tinha tudo pensado. Temos de falar. Todas as discussões começam com um “temos de falar”. Toda a gente começa uma discussão séria com “temos de falar”. Temos de falar, porra. Tinha de falar com ela. Ter-me-ia sentado. Já calçado e com roupa para sair. O casaco bem dobrado sobre o braço com o forro para fora, como fazia o meu avô. Acenderia um cigarro e faria aquele ar grave, deixando uma nuvem no ar que se dissiparia com o que tinha para lhe dizer. Não consegui. Sentia o isqueiro no bolso mas nem sequer sabia do maço. Larguei apenas um “vou embora”. Rolou pelo chão da sala até bater no sofá. A televisão debitava qualquer coisa sobre uma aldeia bombardeada e um miúdo sem braços a sangrar como uma torneira de um quintal esquecida a correr num dia de Verão no meio do campo. Ela disse-me qualquer coisa. Não percebi o quê, exactamente. Perdi-me a pensar se ficariam do mesmo tamanho, os cotos. Afinal somos obcecados pela simetria. Ou tentar, pelo menos, fazer um coto bonito. A terminar em bico, ou na forma de um monumento qualquer. E não simplesmente enrolados para dentro, como um chouriço pendurado do tecto de madeira falsa de uma charcutaria. Senti-me feliz por não viver num país daqueles. Gosto muito mais do meu sofá de pele e de ver o mundo pela televisão sentado nele. Quando o mundo me cansa, desligo. E a televisão também. Retomei-a de novo. Inocente, repetiu a pergunta: “vais sair com os teus amigos?”. “Não”. Levantei um pouco a mala como quem diz vou embora para sempre. Ia embora para sempre. Ela olhou sem perceber. Tornou a olhar para mim e depois para a mala. Mais uma vez para mim e outra para a mala. Ainda mais uma para mim e uma terceira para a mala. Já chega, minha puta. Como se me ouvisse, parou. Viu também o abajour do candeeiro do quarto de que eu tanto gostava. Fechado na arrecadação porque “não ficava bem com os cortinados e depois quando a tua mãe vier cá vai dizer que eu sou uma puta sem gosto”. Mas és. És uma puta sem gosto. Por alguma razão ficaste comigo. Ouviste? Uma puta sem gosto. As vezes que pensei isto. Nunca lhe consegui dizer. Senti o espasmo da compreensão como uma bala a perfurar-lhe o corpo envelhecido pelos cigarros e pelo gin. Eu avisei-te, passa velha, gritava-lhe eu do fundo da minha cabeça. Com o meu melhor sorriso ensaiado tantas vezes quando sentia aqueles picos de ódio por todos os litros de creme que ela espalhava naquela pele ressequida, como uma fatia de presunto deixada ao sol. Não chega meter a escova no mesmo copo. Tantas vezes te avisei de manhã que, quando fosses cagar, fechasses a porta da casa de banho. Não é só pelos traques prolongados, a começar em sssstttttt e acabar em pprrrfffttt splat!, quando o quilo de poia batia na loiça da sanita disparado pelos gases que tinhas de toda a carne vermelha que consumias. Com esses eu consigo viver. Afinal dá-los na cama desde o dia em que nos conhecemos. Estavas tão bêbada que perdeste o controlo do esfíncter. Tive de te meter uma fralda para não me cagares os lençóis de linho. Eu esforcei-me por te impressionar. Vesti boxers. Calcei as meias boas. Vesti os pólos de marca. Engraxei os sapatos. Levei-te a restaurantes que nem sonhavas que existiam. Apresentei-te os meus amigos dos empregos decentes. Lavei os dentes duas vezes antes de me deitar. Eu tinha-te fodido esse cu se a unha não viesse castanha. É pelo cheiro. É por puxares meio autoclismo. Usares o piaçaba e deixá-lo a pingar, com os teus bocados de merda mole e amarelecida com pinhões e milho que passam incólumes pela tua má digestão, para o chão. Passas por cima com as pantufas que tresandam a chulé. Esfregas bem e pensas que desaparece. Por também serem castanhas. Achas que o risco no chão da casa de banho, se acompanhar as riscas do mármore, até passa despercebido. É por comeres de boca aberta e não teres esse dente a seguir ao canino onde se vê a alface a querer sair. A maionese com que ensopas as batatas fritas a espirrar por esse dente que já foi. É por te sentares nos sofás de pele que me custaram os olhos da cara com essa cona mal aparada a espumar muco da foda que não te mandei. É por deixares apenas uma bolacha no pacote e fazeres esse ar de cu mal fodido quando eu te pergunto porque não o acabaste. É por usares a minha gillette para rapares os pêlos das pernas por preguiça de não ires comprar a tua. É pelas migalhas de bolacha que sacudias do teu lado da cama para o meu. É por usares frases como “a pessoa depois vai ao engano”, “isso o que tem de ser tem muita força”, “com estes olhos que a terra há-de comer” e “as coisas são como são”. É por nunca teres dinheiro no telemóvel, “se calhar telefonas tu a marcar, não?”. Claro que telefono eu. Sou sempre eu, sua puta. Sempre que jantamos fora esqueces-te da carteira. Sempre que jantamos fora pedes-me que te leia a ementa porque estás muito cansada ou dói-te a cabeça. De quê? De não fazeres nada o dia todo? Da merda de emprego que tens na função pública? Onde entras quando queres e sais quando te apetece? “Querido, diz ao empregado que o meu bife tem um pintelho”. Como sabes que é um pintelho, minha puta? Invariavelmente, o pintelho desaparece antes do empregado chegar. O bife vai para trás e assim surge um “leva-me a casa”. Mas o Jorge está à nossa espera. Que se foda o Jorge e a namorada nova. Quando eu queria ficar dizia “antes não eras assim”. E olhava pela janela do carro como se lá fora fosse a cidade mais bonita. Antes também não eras essa puta em que te tornaste. Tinha de voltar também. Não vale a pena. Nunca gostou dele. Nunca gostou de nenhum dos meus amigos. Só gostava do Mateus. Suspeito que seria por não ter uma perna. Gostava de se sentir tão amiga dos deficientes. De lhes fazer caldo e levar a comida à boca. Se não fosse assim uma deficiência que se visse à mesa do jantar. Costumava dizer aos amigos dela “o Mateus é um deficiente daqueles com quem se pode comer à mesa”. Não era como os outros. Que se babavam para dentro da canja de galinha. Ou sofriam de macrocefalia. Não ter uma perna não dava vontade de vomitar. Desde que estivesse debaixo da mesa. E dentro dumas calças. “Queres que te arranje o peixe, Mateus?”. O peixe. Ele que não tinha uma perna. Ela tratava-o como se ele não tivesse os dois braços, epilepsia, gonorreia e psoríase. Até ao dia que, na piscina, saltaram os dois para dentro de água. A prótese soltou-se e o coto bateu-lhe na boca. Vomitou-se que nem um porco com tinha ainda dentro da piscina. Diz quem viu que parecia uma nebulosa. Com feijão e bocadinhos de pepino cortado ao comprido em suspensão, bailando como o Rudolf Nureyev, antes de ter SIDA e morrer que nem um cão numa sarjeta qualquer de uma cidade portuária russa com uma garrafa de vinho numa das mãos e os sonhos perdidos na outra. Tive de lhe dar banho. Desinfectar-lhe a boca com álcool e dar-lhe um comprimido para dormir. “Prometes que nunca mais trazes o Mateus cá a casa?”. Tive de prometer. “Dorme, meu anjo”. Apaguei a luz e saí. A prótese do Mateus ainda boiava na piscina, rodeada de bocadinhos de vomitado que se começava a espalhar e a ser renovado pelo filtro de água. Teria de vender a casa. Nem que mudasse toda a água e pintasse a piscina de amarelo, ela lá entraria de novo. Sabe-se lá o que se passaria nos canos. Se daqui a muitos anos ainda houvesse bocadinhos de pepino metidos no filtro que pudessem surgir boiando na água como a ejaculação de um preto numa piscina pública para a perna duma criança que brincava inocentemente com a bóia nova. Não conseguimos juntar prótese e coto. Remendámos com fita-cola castanha. “Nem se nota”, dissémos. Era quase da cor da pele. Pobre Mateus. Nem sabia que era a última vez que vinha cá a casa. Eu, o seu único amigo, já o tinha proibido de entrar em casa descalço. Ela arrepiava-se com o “tum, clac, tum, clac, tum, clac” que fazia ao andar. Agora era para sempre. Adeus, Mateus. Espero que tenhas uma boa vida. Ele compreenderia. Os tipos com menos uma perna compreendem sempre. É como se a compreensão fosse inversamente proporcional ao número de pernas. Com os braços já não é assim. Um tipo sem um braço fica ofendidíssimo quando lhe queremos descascar um pêssego. Um tipo sem os dois braços insiste sempre em trinchar o peru.
É pelas noites que não me deixaste sair e fizeste essa cara de camafeu mal parido. É por forrares o balde do lixo com as minhas revistas de carros. “Isso já não interessa a ninguém e além disso são da semana passada”. É por dizeres teelvisão. É por quereres estacionar sempre no primeiro lugar que aparece porque “depois pode não haver”. É por achares que há sempre trânsito na segunda circular.
Eu não sou isso. Não te quero mais. Gostava de gostar que fosses feliz. Mas não. Espero que apodreças sozinha como um animal deixado a morrer ao sol no meio do deserto.

Depois do espasmo levantou-se. Ia-me dizer qualquer coisa mas ficou ali apenas. Com aquela cara de pária. A olhar-me. Como se sempre tivesse sabido. Fechou a boca. E sentou-se. Escondeu a cara e começou a chorar. Conseguia ouvir os seus soluços. Apesar de, na televisão se gritar ainda por qualquer coisa em algum país daqueles dos turbantes e areia. Era árabe. Por isso uns gritos e uns tiros de AK47 para o ar podiam significar qualquer coisa. Alegria, tristeza, vingança, ódio, ócio, o apuramento para o Mundial, a crise na indústria dos lacticínios. Noutros tempos ter-me-ia aproximado. “O que foi, amor? Anda. Não fiques assim”. Desta vez não podia. Desta vez afastei-me. Saí da sala. Fui ao quarto. Peguei nas chaves do carro. Olhei em volta e pensei “estou livre”. Liguei-lhe... já estaria a dormir? Ainda não. Tinha-lhe dito que era hoje. “Ana? É mesmo hoje”. Ouvia-a sorrir pelo telefone e dizer que me esperaria acordada. Virei-me para sair. Poisei a mala e vesti o casaco. Os cigarros estavam em cima da cómoda. Aquela puta fumava dos meus. Meti um à boca mas já não estava na boca quando o tentei acender. O braço não obedecia e estava torcido atrás das costas. Onde estava a porta da rua? O cigarro no chão. Rolou até ao rodapé. Alguma coisa quente escorria-me pela testa. Percebi com horror que uma sombra se levantava de novo. Já não senti a segunda machadada. Só a escuridão. Há sempre riscos em descasar com a filha de um bombeiro.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

suicide & redemption

Um preto sabe que mora numa casa realmente espaçosa quando põe a pila de fora na sala e ela continua dentro da sala.

espaço, a última fronteira

Comprei uma versão tão especial do 2001 que se chama 2002.

going down, sir

A minha vida é a depressão total. A pessoa mais conhecida que eu vi assim de sempre na rua foi o Fernando Tordo.

domingo, 7 de setembro de 2008

100 days, 100 nights

Paralímpicos: 1.100 controlos antidoping previstos

O Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim (BOCOG, na sigla em inglês) anunciou quinta-feira que vai realizar cerca de 1.100 controlos antidoping durante os Jogos Paralímpicos, que começam sábado.

in Diário Digital

Ok. Como se faz controlo antidpoing a mongos? Deixa cá ver se o coto é verdadeiro? Esse olho não parece de vidro? Se tens dois sapatos queres-me fazer crer que só tens uma perna? Midget?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

i'm only sleeping

Os Lexotans dão a mesma paz interior que a Yoga.

mexican radio

Numa rixa de rua, fugimos todos dos mexicanos. Eram os únicos com tacos.

here, there and everywhere

Tentaram reanimá-lo mas o maneta da minha rua já não tinha pulso.

domingo, 31 de agosto de 2008

welcome to the neighborhood

Ou alguém acendeu incenso cá em casa ou os nossos vizinhos indianos estão a arder.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

chop suey

Eu percebo a cena dos Jogos Paralímpicos. Mas a mim ninguém me apanhava no estádio enquanto decorresse o lançamento do dardo para cegos e amblíopes.

blue and yellow

ele: a ucra que vou comer
ele: é filha d'uma porteira
eu: não?
eu: dá para acreditar?
ele: iá
ele: é ucra
ele: fdx, mas a porca é modelo
ele: espero que venha com aqueles aventais aos quadradinhos
ele: e as sandálias brancas
eu: comes a gaja no quarto enqt a mãe dela te limpa a casa

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

perfect match

Era tão estrábico que abria o caderno na página 9 e escrevia na 32.

fingering

Se tiver um filho daqueles que não tem braços e só assim uns dedos a sair dos ombros, espero que um deles seja um polegar e virado para cima, para eu poder pendurar o casaco.

domingo, 24 de agosto de 2008

i'm with stupid

A mulher do homem do lixo não é nada de deitar fora.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

the muppet show

O tipo dos fantoches, sempre que pode, mexe uns cordelinhos.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

again and again

O Stevie Wonder ficou confuso quando a mulher lhe perguntou: "are you seeing someone?".

assuming a horse is a sphere

Quando a senhora da loja das próteses entregou a perna de plástico ao meu primo, ele esteve tentado a entregar-lhe um prógrau académico.

long division

Sempre que me pedem para pensar num número de 1 a 10, eu engano-os e penso num número de 1 a 9.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

keep my composure

Já não tenho medo de ter uma amante até porque já tenho seguro de saúde e agora fazem maravilhas na reconstrução facial em caso de "extreme makeover" forçado.

check please #55345345345

"Quero cagar-te no umbigo enquanto me fazes uma espanhola".

heaven sent

Deus é o único gajo que pode dizer "eu fiz a tua irmã" e safar-se sem levar na cara.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

sing another song, boys

Ele: "Então ela já não quer nada contigo?"
Eu: "Pois. Disse-me que eu era desequilibrado. Eu... aluno de 5 a ginástica".

we don't live there anymore

Eu cá não meto as mãos no fogo pelo Human Torch dos Fantastic Four.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

loverman

eu:
vamos embebedar-nos hoje?
ele:
claro [:D]
ele:
meu
ele:
vou trocar de profissão
ele:
vou passar a ser motorista de velhas ricas [:|]
ele:
200€ em 1 dia por ir buscar a minha avó ao algarve
ele:
e ainda pagou gota [:|]
eu:
[:O]
eu:
é boa?
ele:
era alta canhão
ele:
quando era nova [:|]
ele:
agora pa velha
ele:
tá fodível
eu:
pois. old hags do not rock anymore
ele:
eu ia lá
ele:
com os copos [:|]
eu:
AHHAHAH
ele:
por isso é que ontem n me embezanei
ele:
ainda porcima fiquei no mesmo quarto que ela [:|]
ele:
(isto não vai pó blog)
eu:
AHAH
eu:
anda lá [:|]
eu:
eu ponho eu/ele
ele:
ok [:|]

raging bull

Quando ele me perguntou se lhe andava a comer a mulher, tive de lhe responder que nunca me tinha sentido tanto num filme do Scorcese.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

seems almost impossible

Sou tão superficial que faço o Metro de Almada parecer o Metro de Lisboa.

brown bunny

Entrei em pânico quando ela me disse que gostava das minhas cuecas da risca castanha.

the good soon

Não suporto que me elogiem na cama porque estou habituado que me digam "não faz mal" e se virem na cama a chorar em silêncio.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

christina the astonishing

Nunca ninguém disse ao Elvis: "tens de levantar a patilha de segurança".

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

the air i breathe

Nunca percebi aquela cena dos sacos de plástico e sufocar. Um gajo mete um saco na cabeça e de repente fica inutilizado dos braços de modo a não conseguir tirar o saco quando se sente sufocar?

catwalk

O meu gato anda-me a cagar a casa toda. Não sei se lhe meta uma fralda ou se lhe agrafe o esfíncter

read'em and weep

Tenho uma cara de póquer fantástica. O que estraga tudo é a festa que faço quando me sai uma sequência.

avp

i didn't jump to conclusions. i took a small step, and conclusions there were says:
no alien vs predator quem é q ganha?
sleepwalking through the mekong says:
acho que é um empate e depois vão a penáltis

domingo, 10 de agosto de 2008

morning bell

Ir para a cama comigo é como ver o "trailer" em vez do "director's cut".

play ball

Aquelas gajas que são o Real Madrid das fodas fazem-me sempre pensar em disputar o Mundial de Clubes. Mas, sendo eu o Paços de Ferreira, só poderei ser o clube convidado ou organizador, acreditando que possa fazer brilharetes ganhando 1-0 ao Arsenal e estando empatado ao intervalo com o Manchester.

how to miserably fail at getting some ass

"Se a discografia completa do Nick Cave cabe no meu leitor de mp3, isto será um passeio no parque".

weed

Não acho que o mundo gire à minha volta. Pelo menos desde que o efeito da erva passou.

corpus christi

Jesus Cristo entra numa tasca e diz: "eram quatro pregos, se faz favor".

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

mind the gap

Tenho de me mudar para uma casa mais pequena para a minha pila parecer maior.

lunch hour

Gosto mesmo de livros grandes. Além de comporem a estante, dão sempre jeito para alisar as pratas dos chocolates.

simply the bes

Hoje alguém em algum sítio estará a cantar "my daddy was a bankrobber, but he never hurt nobody, he just loved to live that way, and he loved to steal your money" e será verdade.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

fast and low

O fixe de foder gajas com Alzheimer é que um gajo no fim pode sempre dizer: "mandei-lhe uma que ela nem sabia de que terra era".

dc

A Wonder Woman processou o Plastic Man porque ele andava-se a esticar.

chickened out

Eu: "Este frango no forno lembra-me a minha avó".
Ela: "Porquê? É boa cozinheira?"
Eu: "Não. Também tem as peles todas penduradas".

domingo, 3 de agosto de 2008

lounge against the machine

Só gosto de mulheres porque a alternativa é gostar de homens.

sábado, 2 de agosto de 2008

god damn you all to hell

Anda toda a gente cor-de-laranja e eu a aperceber-me que a anemia não tem saída nenhuma.

behind the wheel

Mais difícil que escolher a roupa, é escolher com que personalidade hei-de sair de casa.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

killer

Ela: "És completamente doente, porco, nojento e insensível".
Eu: "No bom sentido?"

everybody knows that you've been faithful, give or take a night or two

sleepwalking through the mekong says:
moras onde?
sofia-te na virgem e não corras says:
ainda estou no alto de s joao
sleepwalking through the mekong says:
a minha avó tb
sofia-te na virgem e não corras says:
ao pe do cemiterio
sleepwalking through the mekong says:
ah
sleepwalking through the mekong says:
mas ela mora lá dentro

quinta-feira, 31 de julho de 2008

and everybody knows that you live forever, when you've done a line or two

"Icebergue de 20 km² à deriva no Canadá

De acordo com cientistas canadianos, um icebergue de 20 km quadrados soltou-se da ilha Ellesmere, no Canadá, fruto das profundas alterações climáticas que o planeta tem vindo a sofrer." in Diário Digital

E eu sem gelo para meter no whisky.

i heard it through the grapevine

As pessoas aqui do prédio em frente vêm sempre pôr os cãezinhos a cagar na relva do meu prédio e as pessoas do meu prédio vão sempre pôr os cãezinhos a cagar na relva do prédio em frente. Estou seriamente a pensar passar a ir cagar a casa da minha vizinha do prédio em frente que se despe de janela aberta.

dance me to the end of love

Ela: "Quantas pessoas achas que estavam no Cohen?"
Eu: "Dez mil e cinco".
Ela: "Como sabes com tanta certeza?"
Eu: "Bem, eram cerca de dez mil pessoas e mais nós os cinco".

quarta-feira, 30 de julho de 2008

he

O Hélio é o tipo com o salário líquido mais baixo lá da empresa.

clear

O banheiro da praia onde vou não é nada boa onda.

terça-feira, 29 de julho de 2008

la haine

Hei-de odiar tanto a mulher com quem casar que lhe baterei na cara com tanta força de forma a lhe alterar as feições. As pessoas dirão: “está diferente, a tua mulher”. Pensarão que é do cabelo. Que aparou o bigode. Que ajeitou as patilhas em bico (como a Ana Luísa que andou com o Manuel Periquito que suava em bica e cheirava a tremoços e foi a primeira pessoa em Portugal a usar t-shirts dos Bauhaus). Que emagreceu. Que comprou roupa nova. Que teve um esgotamento no passado e só eu a aceitei como é. Ela dirá “a mãe (as pessoas da província cortam sempre no artigo porque pensam que a mãe delas é a única e é mãe de toda a gente) bem me avisou”. E avisou. Cuidado que ele é doente. Aquele sorriso não é de felicidade (mas engana bem). É de quem te vai foder o resto da vida e não será no cu, como tu gostas. Mas eu só estarei bem com quem odiar. Para poder ser odiado de volta. E sentir esse ódio como música para os meus ouvidos. Odiar com força e mérito. E ir no carro e dizer “nem para ver no mapa onde fica o parque de campismo da Quinta dos Carriços serves, ó vaca”. Ou bater-lhe na cara de lado quando estiver a ver, no espelhinho do lado do passageiro, se se nota os olhos vermelhos de ter chorado a noite toda de infelicidade, quando estivermos a ir a Mafra almoçar ao domingo no nosso carro comercial com os meus sogros, presos de lado com aqueles elásticos de gancho que antes se usava para prender as malas quando se ia ao Brasil ser operado à cara ou ao coração, num daqueles restaurantes que “eles agora na Visão dizem tão bem”. Aquele tipo, o gordo que era director do Se7e e depois passou a crítico gastronómico só porque é gordo e bêbado. O leitão é daqui. O leite creme queimado na altura. A frigideira não é lavada desde a queda do muro de Berlim. E o pão é “tipo o de Mafra”. O que não deixará de ser curioso, estando nós em Mafra.
Mas hei-de ser genuíno. Isto de se odiar é uma arte. Um gajo não nasce a saber fazê-lo. Aprende-se. Primeiro quando se perde ao Risco e se culpa os dados e se diz “isto não tem estratégia nenhuma” e acabamos a morder o tabuleiro que ainda hoje tem marcas dos ataques de fúria (mau génio, como dizia a empregada da minha avó). Mais tarde na escola quando se tem 97% a matemática mas vem sempre a vaca da Madalena (eu gostei de ti, sabes?) e tem 100% e ainda por cima é gira e tem namorado e não sou eu. E é a única que faz festas de anos em discotecas (boîtes, em 1987) e sabe dançar levantando o joelho à altura do cotovelo e inclinando o pescoço para a esquerda num movimento gracioso que nos fazia corar. Apura-se na faculdade (o ódio, não a Madalena). Quando todos os outros tomam decisões certas e eu escolho as cadeiras que de nada servem (História dos Balões de Ar Quente) a não ser para ficar bem no currículo e implicam saber resolver equações de quarto grau com aproximações de segunda ordem (wtf?) e depois tentar explicar isso nas entrevistas de emprego e acabar num notário a tirar fotocópias e a odiar ainda mais a notária por ser boa e bem sucedida e nunca me dizer mais nada do que “três cópias, frente e verso”. E ficar assim a vê-la ao longe e a pensar “porque é que não olhas para mim?”. Tento ser espirituoso ao almoço “a sotôra já viu que a sopa é sempre de legumes?” ou “ponha alguns champignons com os meus cogumelos”. Mas acabo sempre por me engasgar com o Sumol de ananás e ficar com um bocado de alface preso no canino do lado direito. Onde me falta o pré-molar seguinte. Também é da roupa. Não tenho dinheiro para roupa de marca. O mais marca que consigo são as t-shirts a 9.90 na H&M. Porque conheço a empregada. Que até me quis mas eu tenho qualquer coisa que me repugna em dentes tortos e quistos na garganta. E a voz queimada dos shots de tequila e dos Gitanes sem filtro que lhe fazem tresandar o hálito e escurecem os dentes.
Odiar, para quem não faz carreira disso, até pode parecer uma coisa que é simples e um gajo vai e é só atar e meter ao fumeiro. Mas não. É preciso anos de treino. Anos a desistir de coisas só porque dá demasiado trabalho e depois no fim nada disso interessa. Porque todos esses momentos desaparecerão no tempo como lágrimas na chuva. Todos havemos de ter cancro ou uma doença qualquer no coração que rebentará como uma bomba de Carnaval quando pegamos pela primeira vez no nosso sobrinho ao colo depois de este ter tido desinteria pela primeira vez e ter escapado por um triz ou nas veias mais compridas que deixaram de funcionar e incharam como rins de porco com tinha. Além de odiar, também sou bom a fazer concursos de escarretas daquelas que um gajo deixa escorrer e depois puxa de volta. Como o Camola (que agora é um senhor advogado com FDP grande) que comia um Mars e esticava uma escarra até ao chão do 17B (que ia do Campo Pequeno às Galinheiras). Tentei reintroduzir isto na noite de Lisboa. Da varanda do Incógnito. Novamente, foi um falhanço total. O melhor que consegui foi acertar com uma escarreta entre duas camisas Gant de dois betos que agitavam a mão no ar quando dava para aí Franz Ferdinand ou The Killers ou uma banhada qualquer dessas que faz os betos do chinelo de meter o dedo e dos calções com bolsos de lado agitar as mãos no ar. Como aquele homem do saco que dizia adeus ao pé do Saldanha e é quase mais sozinho que eu.
Eu sou daqueles que quando um tipo da minha equipa marca um golo de calcanhar ou manda um biqueiro de fora da área (mesmo que seja ao poste), eu nunca aplaudo. Digo: “foda-se, ó imbecil, e que tal passares?”. Farei isso também com a minha mulher. Fá-la-ei infeliz e miserável BAR (beyond all recognition). E odiar-me-á tanto como eu a ela. Será perfeito. Nunca verão ódio tão genuíno. Passaremos férias em apartamentos minúsculos alugados (“sim, porque eu não gasto dinheiro com aquela puta”, direi eu ao Gonçalves da contabilidade, que ainda será mais infeliz que eu e contará vezes sem conta a história do Euromilhões que não entregou na semana em que saíram os números que joga com o cunhado (o dia de anos das mulheres, a idade dos filhos, o ano do nascimento do avô e os dentes verdadeiros da avó , nas estrelas), tudo porque era a vez dele pagar mas andou a fazer-se de esquecido por causa de um prego e dumas imperiais que não sei quê mas deixei a carteira em casa “e agora para te foderes fico à espera”) onde acabaremos a desfazer a loiça um no outro e a vizinha a dizer “é todos os anos a mesma coisa”. “Porque não arranja outra, menino André? Ainda é jeitoso”. E eu direi, com o lábio de baixo a tremer mas o de cima rijo de dignidade como rabo de uma adolescente (o máximo de dignidade que alguém pode ter depois te ter levado com um prato de sopa de agrião na cara gasta pelo sol e pelo whisky barato das promoções do Minipreço): “ó Dona Lurdes, o que interessa é haver saúde. Saúde e não bater de cara, com força”. Depois farei aquele sorriso enigmático que ela poderia descrever em tribunal como “via-se mesmo que se preparava para a regar a ela mais ao pequeno Josué com ácido e depois pegar-lhes fogo e deixá-los a arder à beira da estrada enquanto ouvia aquela música do demónio”. Referir-se-ia, provavelmente, ao “Breaking the law” dos Judas Priest numa cassete que comprei em Valladolid quando era do metal e viajava muito para ver os grandes festivais de metal da Europa. O Wacken e o Barroselas Metal Fest. Mas conhecia-me desde pequeno e sabia “pela alma da minha avó, esteja lá onde ela estiver” (ao que eu respondia “no Alto de São João a apodrecer numa gaveta qualquer”) que eu não seria capaz de tal coisa. Afinal, ela e a minha avó tinham partilhado desenhos de croché para fazer naperons de meter televisões em cima onde ainda ganhava o Benfica.
Juntos odiaremos o pequeno Josué. Fruto duma ida ao cu que escorreu. Juntos teremos bebido álcool e consumido coca para provocar um aborto. Juntos teremos rezado para que a incubadora se desligue durante a noite. Que tenha oxigénio a mais e cegue, como o Stevie Wonder. Que se engasgue com os ossos da feijoada de boi. Que se cague e transborde da fralda até se afogar na cama. Ou até que alguém o roube. Mas será tão feio que ninguém o fará (“sai a ti e à vaca da tua mãe”, direi eu). Mandá-lo-emos para a escola pública. Com um Bolicao e um Caprisone na mochila da Rexona que ofereciam na farmácia em compras superiores a vinte euros onde compraremos pomada para o pé-de-atleta e bisnagas com aplicador para as hemorróidas. Será a pior escola. Há-de comer aquela sopa feita de restos em malgas de alumínio que lhe atacarão os intestinos e farão úlceras do tamanho de fotografias tipo passe. “Isso é porque não mastigas, meu boi”, dirá ela. E eu concordarei em silêncio sem saber muito bem quem odiar mais. Deixarei que o meu cunhado o enrabe, quando vai lá ao sábado almoçar, na casa de banho do andar de cima da nossa vivenda de Vila Franca de Xira, onde estarei fechado no escritório a fingir que leio uns papéis que tenho de ter assinados para segunda-feira, com música alto para não ouvir os seus gritos de quem ainda tem o esfíncter apertado e não foi dada a oportunidade de escolher lubrificante. Vestido com o vestido cor-de-rosa das flores (todos pensávamos que era uma menina por causa do micro-pénis. “Sai ao pai”, dirá ela) que a mãe comprou ainda uns meses antes de nascer (ele, não ela. Até porque seria impossível ela comprar qualquer coisa antes de nascer. Até mesmo agora que inventaram a internet). Fingiremos sempre que nada se passou. Que o tio Carlos é um bom tio. E isso com pomada amanhã passa.
Por comum acordo mantê-lo-íamos a pão e água (e talvez laranjas, por causa do escorbuto) até aí aos dezoito, quando terá ordem de soltura. E o atiremos ao trabalho. Sem curso superior “que sais demasiado caro, meu imbecil”. Onde será um falhado ainda maior que nós. Mas não terá hipótese. Morrerá de qualquer doença rara que virá naqueles mails mandados a toda a gente. Só aí perceberemos que gostávamos mesmo dele. Que era a nossa única descendência. Que era os nossos genes. Faremos tudo para o salvar mas morrerá na véspera de Natal. Depois de se cagar à mesa e eu o correr ao pontapé para o quarto e trancar a mãe na cozinha depois de me enfardar em whisky e vinho do Porto do meu sogro.
A ela tê-la-ei conhecido no Tokyo ou no Jamaica. Eu serei a sua última hipótese. Estará a secar por dentro. E eu já estarei tão farto de ser pontapeado que aceito que meta a escova de dentes no meu copo. “Desde que não encostes as partes de cima e tenhas a tua própria pasta de dentes”. Até porque me deixa ir-lhe directamente do cu para a boca. Onde me virei com os pintelhos encostados ao nariz que se enrolarão nos pêlos que nunca cortou. No fim, corro-a ao pontapé da cama e deixo-a ir fumar os Golden American Lights que compra com o salário da Pull & Bear do Colombo. “Mas de janela aberta que não quero cá o cheiro dessa merda em casa”.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

there ain't no cure for love #2

Amor incondicional é peidares-te no carro, ligares o ar quente e a miúda não abrir a janela.

there ain't no cure for love

Amor é peidares-te no carro e a miúda não abrir a janela.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

the truth is all there is

Nós, os falhados, só fazemos sucesso com mulheres (em vias de ser) bem sucedidas.

closing time

Quando a minha avó disse ao meu avô que já não o andava a ver bem, ele pegou nela e levou-a a operar às cataratas.

the law

I suck at life, but life doesn't suck at me.

terça-feira, 22 de julho de 2008

so long, marianne

A minha vida é apenas uma enorme sequência de decisões erradas, orgasmos fora de tempo e manchas imperdoáveis em tecidos de qualidade.

ouvido de raspão

"Ele não tem Alter do Chão".

fernandez must die

Tantos martelos por esse mundo fora e não há nenhum que rache a cabeça ao João Bonifácio.

9

O Paco dá logo bandeira quando o Jorge palma.

fade to black

Eu: "Porque vais pagar a luz à Loja do Cidadão do Odivelas Park? Há uma nos Restauradores sabes?"
Ele: "Essa deve ser só pretos".
Eu: "Sim, mas esses não estão a pagar a luz. Quando muito estão a pagar os archotes".

sábado, 19 de julho de 2008

bons amigos

*Remind me the story that I won´t get insane says:
mentiroso
*Remind me the story that I won´t get insane says:
tu nunca respondes ao msn
*Remind me the story that I won´t get insane says:
quando tás a bater
sleepwalking through the mekong says:
estou a começar
sleepwalking through the mekong says:
por cima das calças do pijama
sleepwalking through the mekong says:
para nao dar cana
*Remind me the story that I won´t get insane says:
e quando o mastro tiver hirte?
sleepwalking through the mekong says:
fica ao longo da perna
*Remind me the story that I won´t get insane says:
e depois vêm-se pá perna?
sleepwalking through the mekong says:
nao
sleepwalking through the mekong says:
pó chão
sleepwalking through the mekong says:
nunca andes descalço cá em casa

i.o.u.

O amor faz girar o mundo. O Super-homem fazia.

i'm your man

sexta-feira, 18 de julho de 2008

kick out the jams

Um tipo sem pernas fica muito mais facilmente com a água pelos joelhos.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

quarta-feira, 16 de julho de 2008

lack of sleep

O maior desafio na contratação de um treinador para a Selecção é perceber se contratámos o Carlos Queirós ou o Carlos Queiroz.

terça-feira, 15 de julho de 2008

free will

Quero despedir um dos tipos que trabalha comigo e não sei como o fazer. Vou tentar o "não és tu, sou eu".

domingo, 13 de julho de 2008

bad days

As pessoas olhavam-me como se tivesse dengue, mas era apenas um macaco a sair do nariz.

charlton heston knows best

1. Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas. Excepto à PS3 com o GTA IV. E dois comandos. E o Hélder Postiga. Essa máquina desse avançado.
2. Não invocar o Seu santo nome em vão. Não consigo fazê-la vir-se sem que comece logo a gritar "oh, meu Deus, desvia a cara que me vou vir".
3. Guardar os domingos e festas. Para ressacas and some family destruction. E algum tipo de colapso hepático. Com cerveja na Gulbenkian e alguma ecologia depois.
4. Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores). Sir, yes, Sir.
5. Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo). Excepções: Cláudio Ramos, "de Pina" e betos do Incógnito.
6. Não pecar contra a castidade (em palavras ou em obras). And some deep ass spanking?
7. Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo). Fui eu que te comi as tostas, Nuno. E a mancha nos lençóis não era água. Quando me vim na cara dela, escorreu-lhe pelas orelhas.
8. Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo). Mas quem é este próximo de que tanto se fala? Deve ser alguma espécie de roto.
9. Não desejar a mulher do próximo. Ou desejá-la apenas quando o próximo está longe ou é muito mais baixo.
10. Não cobiçar as coisas alheias. É complicado, quando se tem uma pila muito pequenina, como a minha.